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Matriz Perinatal Básica II - Antagonismo com a mãe

(Contrações em um sistema uterino fechado)

"Não duvidamos que o que está acontecendo é o que as religiões chamam de Inferno - tormentos emocionais e físicos insuportáveis sem qualquer esperança de salvação."
Quando a regressão experiencial alcança a memória do contexto do parto biológico, costumamos nos sentir sendo sugados por um redemoinho gigante, ou engolidos por uma besta mítológica. Também podemos experienciar que o mundo inteiro ou mesmo o cosmos está sendo engolido. Isto está associado com imagem de devoramento ou prisão de monstros arquetípicos, como os leviatãs, dragões, cobras gigantes, tarantulas e polvos. A sensação de ameaça vital iminente pode provocar grande ansiedade e sintomas paranóides. Também podemos sentir uma descida ao mundos subterrâneos, o reino da morte, ou inferno. Como o mitologista Joseph Campbell tão brilhantemente descreveu, isto é um aspecto universal da jornada do herói. (Campbell 1968).



Reviver totalmente o primeiro estágio do parto biológico quando o útero está contraído, mas a cérvice não está aberta (MPB 2), é uma das piores experiências que o ser humano pode ter. Nos sentimos presos em um pesadelo claustrofóbico gigantesco, sofremos dores físicas e emocionais agonizantes, e temos a sensação de total desamparo e falta de esperança. Sentimentos de solidão, culpa, absurdo da vida, e desespero existencial podem alcançar níveis metafísicos. Perdemos a conexão com o tempo linear e nos convencemos que esta situação nunca terminará, e que realmente não existe nenhuma saída. Não duvidamos que o que está acontecendo é o que as religiões chamam de Inferno - tormentos emocionais e físicos insuportáveis sem qualquer esperança de salvação. Pode ser acompanhado de imagens arquetípicas de demônios e paisagens infernais de diferentes culturas.


Quando encaramos a desastrosa situação de não-saída no aperto das contrações uterinas, nos conectamos com sequências do inconsciente coletivo que envolvem pessoas, animais e mesmo seres mitológicos em semelhante situação sem saída. Nos identificamos com prisioneiros em celas, em campos de concentração ou internos em asilos de loucos, e com animais presos em armadilhas. Experienciamos as intoleráveis torturas dos mentirosos no inferno ou de Sísifo rolando sua pedra abaixo da montanha de Hades.

"De uma perspectiva mais ampliada, apesar dos sentimentos de total falta de esperança que isso apresenta, isso é um importante estágio de abertura espiritual."
A nossa dor pode tornar-se a agonia de Cristo perguntando a Deus porquê Ele o abandonou. Sentimos estar frente à danação eterna. Tal estado de escuridão e desespero abismal é conhecido da literatura espiritual como a "Noite Negra da Alma". De uma perspectiva mais ampliada, apesar dos sentimentos de total falta de esperança que isso apresenta, isso é um importante estágio de abertura espiritual. Se for experienciado em toda a sua profundidade, pode ter um efeito liberador e transformador naquele que o experiencia.




... de "Trauma do Nascimento e Suas Relações com Doenças Mentais, Suicídio e Êxtase ("Birth Trauma and Its Relation to Mental Illsness, Suicide and Ecstasy")

A Fenomenologia da MPB 2 em sessões de LSD, assim como a sintomatologia clinica em períodos após as sessões dominadas por esta matriz, mostram as características fundamentais da depressão: inibição motora geral, dor mental agonizante e sofrimento, ansiedade, sentimentos arrebatadores de culpa e inadequação, total falta de interesse, percepção seletivvamente negativa do mundo e da vida do sujeito, percepção em preto-e-branco do mundo, sem cores, e sentimentos de situação de vida inescapável e insuportável, com nenhuma esperança de solução.



As manifestações físicas da depressão também estão de acordo com este conceito: sentimentos de opressão e constrição, perda do apetite e rejeição à comida, retenção da urina e fezes, inibição da libido, dores de cabeça, desconforto cardíaco, dificuldade de respirar a várias reclamações interpretadas ocasionalmente como hipocondria. A ideação suicida de tal condição é uma forma de um desejo de não existir, de cair num sono profundo, esquecer-se de tudo, e não acordar no dia seguinte.


Os sistemas COEX relacionados com a MPB 2, fazendo sua conexão com o ego, estão de acordo com o modelo freudiano de situações de frustração oral na infância, privação emocional na infância e adolescência, a vários eventos traumáticos onde o sujeito esteve no papel de vítima passiva.


Situações familiares opressivas para o indivíduo, onde não permitem nenhuma rebelião também fazem parte desta categoria. Uma parte bem comum dessas COEX são experiências envolvendo ameaças à sobrevivência e à integridade física. Parece que os aspectos psicotraumaticos de doenças graves, machucados, operações e episódios de quase afogamento foram grosseiramente subestimados na dinâmica psiquiátrica de possíveis fatores patogênicos da depressão.

Estrategia De Vida - O Caminho Do Curso D`agua

Trechos do livro "Quando o Impossível Acontece", de Stanislav Grof, pela Editora Heresis, 2007
"O Caminho do Curso D`água" - Pagina 79

 
Uma das características mais impressionantes do trabalho experimental profundo com estados ampliados de consciência é o efeito que tem sobre o nosso modo de vida e sobre a estratégia que usamos para lidar com desafios e projetos.

O modelo oferecido em sociedades tecnológicas, no que se refere a isso, é definir o objetivo que desejamos conquistar e buscá-lo com energia concentrada e determinação inabalável. 

Isto inclui a identificação e remoção de obstáculos que impedem nosso avanço e o combate com potenciais inimigos. A vida de um indivíduo que siga essa receita assemelha-se a uma luta de vale-tudo ou uma competiçao de boxe.

Trabalhei com muitas pessoas que conseguiram entender as forças psicológicas subjacentes a esta estratégia e transcendê-la.

Essas pessoas descobriram que este enfoque à existência reflete o fato de que não superamos a marca deixada pelo trauma do nosso nascimento em nossa psique e estamos separados e alienados do domínio espiritual. 

Nossos esforços para conquistas externas são projeções de um esforço mais profundo e muito mais fundamental para completarmos psicologicamente o processo do nascimento e para fazermos uma conexão espiritual. 

Não há fim para a nossa fome por conquistas externas, porque nunca temos o bastante do que, na verdade, não precisamos ou desejamos. 



A auto-exploração responsável e sistemática pode ajudar-nos a superar o trauma do parto e a fazer uma conexão espiritual profunda. 

Isto nos leva na direção do que os mestres espirituais do tao chamam de wu wei, ou "quietude criativa", que não é ação envolvendo o esforço ambicioso determinado, mas fazer por ser. Isto é chamado, às vezes, de "caminho do curso d`água", porque imita o modo como a água opera na natureza.

Em vez de nos concentrarmos em determinado objetivo pré-fixado, tentamos sentir a direção em que as coisas se movem e como podemos nos ajustar a esse movimento. 

Esta é a estratégia usada nas artes marciais e no surfe, que envolve o foco sobre o processo, em vez de no objetivo e no resultado. 

Quando conseguimos enfocar a vida dessa forma, acabamos por conquistar mais e com menos esforço. 

Além disso, nossas atividades não são egocêntricas, exclusivas e competitivas, como ocorre durante a busca de metas pessoais, mas inclusivas e sinérgicas. 

O resultado não nos traz apenas satisfação, mas serve também a um fim maior da comunidade.

Também observei repetidamente e já senti pessoalmente que, quando operamos nessa moldura taoísta, coincidências benéficas e sincronicidades extraordinárias tendem a ocorrer em apoio ao nosso projeto e nos ajudam em nosso trabalho. Descobrimos "acidentalmente" as informações que precisávamos, as pessoas certas aparecem no momento certo e os fundos necessários nos vêm inesperadamente.

Respiração Consciente: Uma Jornada para Libertar Corpo e Mente

A vida moderna nos desafia diariamente: estresse, ansiedade e a desconexão consigo mesmo tornaram-se companheiros silenciosos. E se existisse uma chave para desbloquear emoções reprimidas, ressignificar traumas e realinhar seu propósito? A Terapia pela Respiração Consciente surge não como uma técnica, mas como uma revolução interior, moldada por três décadas de transformações reais em milhares de vidas.  


A Respiração que Transcende o Óbvio  

Mais do que um ato involuntário, a respiração é um portal para o autoconhecimento. Enquanto a sociedade busca soluções rápidas em pílulas ou apps, nós mergulhamos na raiz: o poder do ar que entra e sai de seus pulmões.  


Na agitação, respiramos rápido e superficial, como em crises de pânico.  

Na apatia, a respiração torna-se lenta e contida, como na depressão.  


Aqui, propomos o oposto: usar a hiperventilação guiada para romper padrões. Ao acelerar conscientemente a respiração, você desativa o piloto automático emocional. É como pressionar um botão de reset no sistema nervoso, permitindo que o corpo libere toxinas emocionais acumuladas há anos.  


Esta terapia não se limita ao físico — ela desperta camadas profundas da sua existência.


1 O Encontro com Sua Essência  

   Quem você é além dos rótulos sociais? A respiração plena revela impulsos genuínos, motivações adormecidas e a voz interior que sussurra: Este é o seu caminho.  


2 A Dança com o Mundo  

   Relacionamentos, cultura, crenças… Tudo isso molda sua percepção, mas também pode aprisionar. Aqui, você reescreve narrativas limitantes, aprendendo a interagir com o externo sem perder sua autenticidade.  


3 A Sintonia com o Invisível 

   Espiritualidade não é dogma; é a consciência de que você faz parte de algo maior. É entender que cada respiro é um diálogo com o universo, um passo na jornada de sua alma.  


O Processo: Do Caos à Clareza  

Realizada em grupos íntimos (até 8 pessoas), a terapia é um mergulho de dois dias, dividido em três atos transformadores:  


1 A Torrente (Hiperventilação)  

Em um ambiente seguro, você entra em estado de fluxo através de respiração rápida e profunda. É um convite para soltar o controle, permitindo que emoções estagnadas subam à superfície e se dissolvam.  


2 O Oásis (Integração)

Após a tempestade, vem a calmaria. Um momento para compartilhar refeições e histórias, onde o grupo se torna espelho — cada relato reflete fragmentos da sua própria jornada.  


3 A Revelação (Compartilhamento Sagrado)  

Aqui, o cognitivo e o emocional se unem. Ao verbalizar experiências, você decifra símbolos internos, identifica padrões e, o mais importante, escolhe quais histórias merecem continuar. O grupo valida, apoia e amplifica sua voz, criando um laço de pertencimento raro em um mundo individualista.  


Por Que Isso Funciona?  

Liberação Fisiológica: A hiperventilação estimula a produção de endorfinas, reduzindo cortisol e reequilibrando o sistema nervoso.  


Cura Coletiva: Compartilhar vulnerabilidades em grupo quebra ilusões de solidão, você percebe que não está sozinho em suas lutas.  


Reescrita Neural: Padrões mentais tóxicos são substituídos por novos scripts, escritos por você, durante estados elevados de consciência.  


Seu Convite para Renascer  

Imagine sair desses dois dias não apenas mais leve, mas com ferramentas concretas para: 

 

- Dissolver ansiedade crônica e fadiga mental.  

- Ativar a resiliência emocional em situações desafiadoras.  

- Redescobrir paixões e motivações que jaziam esquecidas.  


Próxima Edição: Sábado 26/4, das 14h às 18h e Domingo 27/4, das 8h30 às 12h30.  

Vagas limitadas a 4 participantes — garantindo profundidade e atenção individual.  


Faça parte desta revolução silenciosa. 

Respire. Liberte-se. Transforme. 


Informações e Inscrições: 

Antonio Vaszken 

11 99285-4329 Whatsapp 



Nota: Este não é um tratamento médico, mas um complemento terapêutico. Consulte um profissional de saúde para condições específicas.

Dominio Perinatal do Inconsciente

Perinatal

Introdução: O Que é o Perinatal?

O termo "perinatal" combina o prefixo "peri" (ao redor) e "natal" (nascimento), referindo-se ao período que vai desde a vida intrauterina até o momento do parto. 

Esse domínio do inconsciente funciona como uma ponte entre o inconsciente individual e o transpessoal, revelando emoções, arquétipos e experiências que transcendem a história pessoal, conectando-nos à humanidade e à natureza como um todo.  

Aqui, não se trata apenas de uma regressão ao estado fetal, mas de uma revivência profunda que pode desbloquear traumas, liberar energia estagnada e transformar nossa percepção de mundo. 

Estados ampliados de consciência, como os vividos em experiências holotrópicas, permitem acessar essas memórias, promovendo cura e integração.  

Primeira Matriz Perinatal Básica (MPB-I) - O Universo Amniótico

O feto encontra-se em perfeita simbiose com a mãe. A vida no útero materno é imperturbada, as condições do feto são próximas do ideal. 

Os elementos do estado intra-uterino imperturbado podem ser acompanhados por experiências que compartilham a falta de limites e de obstruções. 

Pode sentir-se no meio do oceano, se identificar com algumas espécies aquáticas, ou com o cosmos, espaço, a galáxia, ou ainda numa nave em órbita. Imagens da natureza no seu melhor aspecto, bonita, segura e incondicionalmente alimentadora (Mãe Natureza). Visões do paraíso.

Caso a gravidez tenha sido de alguma maneira perturbada por doenças maternas, fumo, bebidas, drogas, desequíbrios químicos dentro do útero, a vivência não será tão positiva e alimentadora. Perigos submarinos, poluição de rios, mares ou oceanos, natureza contaminada e inóspita. Identificação com pessoas ou animais envenenados, em câmaras de gás em campos de concentração. Forças metafísicas malignas, influências astrais maléficas. Terror e paranóia.

O principal elemento dessa matriz é a falta de limites, uma vez que não existe diferenciação entre o feto e a mãe. 

Assim, qualquer coisa boa ou ruim será vivenciada como algo amplo, indiferenciado. A paranóia também diz respeito à falta de limites e indiferenciação entre sujeito e objeto.

Quadro I - (do livro "Além do Cérebro", de S. Grof)

Síndromes psicopatológicas: Psicoses esquizofrênicas (sintomatologia paranóide, sentimentos de união mística, encontros com forças maléficas metafísicas); hipocondrialgia (baseada em sensações físicas estranhas e bizarras); alucinações histéricas e devaneios confusos com a realidade.

Atividades correspondentes nas zonas erógenas freudianas:Satisfação libidinal em todas as zonas erógenas; sensações libidinais durante o banho ou balanço; aproximação parcial a esta condição após satisfação oral, anal, uretral ou genital após o parto.

Memórias associadas da vida pós natal:  Situações na vida nas quais todas as necessidades importantes são satisfeitas como: momentos felizes da infância (bons cuidados maternos, brincar com outras crianças, períodos harmoniosos na família,etc.); realização no amor, romances, férias ou viagens para lugares de beleza natural; contato com criações artísticas de alto-nível, natação no oceano ou em lagos límpidos etc.

Fenomenologia da Primeira Matriz: Vida intra-uterina tranquila: lembranças realísticas de experiências do "útero agradável";tipo de êxtase "oceânico", natureza sob seu melhor aspecto (Mãe Natureza);experiências de unidade cósmica;visões de Céu e Paraíso.

Distúrbios da vida intra-uterina: lembranças realísticas do "útero desagradável" (crises fetais, doenças, revolta materna, situação do gêmeo, tentativas de aborto); ameaça universal; idealização paranóide, desagradáveis sensações físicas ("porre", arrepios e espasmos, gostos desagradáveis, desgosto, sensação de evenenamento); encontro com entidades demoníacas e outras formas metafísicas e maléficas.


Segunda Matriz Perinatal Básica (MPB II) - Antagonismo com a mãe



Contrações em um sistema uterino fechado. O inferno sem saída. Neste estágio do parto, a cérvice (o canal vaginal) ainda não está aberta, e o bebê não pode sair, enquanto enormes pressões atuam sobre ele. 

O conforto do estágio anterior não existe mais, a temperatura costuma estar mais fria, a pressão sobre o corpo do bebê pode estar atrapalhando a circulação e o fornecimento de sangue e de calor para ele. 

É uma das piores situações que se pode reviver. Paradoxalmente, a única saída é aceitar completamente e render-se à situação sem saída.
Os sentimentos relacionados são: ausência de saída, ausência de sentido da vida, estar em uma situação sem solução possível, tais como prisioneiros em campos de concentração, internos em hospícios, enterrados vivos, isolamento, solidão existencial, medo, vitimização completa, medo de enlouquecer ou de nunca mais voltar. 

O mito de Sísifo, condenado a levar uma pedra que cairá indefinidamente depois que ele conseguir colocá-la no topo da montanha. 

Identificar-se com Cristo preso à cruz perguntando por que Deus o abandonou. Danação eterna.
Quando se está sobre influência dessa matriz perinatal, a pessoa está seletivamente cega aos aspectos positivos da vida, e tudo lhe parece sem sentido, a vida parece um teatro encenado por atores que não agem com sinceridade. 

A inevitabilidade da morte se revela presente em todos os momentos, tornando a vida sem sentido. Se vivenciado em toda a sua profundidade, pode ser extremamente libertador e promover uma importante abertura espiritual.

Terceira Matriz Perinatal Básica (MPB III)
Luta de morte-renascimento

Inferno com saída. Nesse estágio do parto ainda existem pressões sobre o bebê, porém o canal de parto encontra-se com alguma abertura. Costumamos dizer "Uma luz no fim do túnel." 

O papel de vítima não é o único presente, mas também o de agressor, assim como o de um terceiro observador que se identifica com os dois outros papéis. Os três papéis são vividos ao mesmo tempo. 

O bebê não é uma mera vítima, presa em um ambiente sem saída como antes, mas agora também se esforça para sobreviver e sair do canal de parto. 

Envolve pressões mecânicas esmagadorasm dores e muitas vezes um alto grau de anoxia e asfixia. Intensa ansiedade é um elemento concomitante natural de tal situação.

Pode haver interrupção da circulação sanguínea em função das contrações uterinas e da compressão das artérias uterinas. 

Pode haver enrolamento do cordão embilical em torno do pescoço ou o cordão pode estar esmagado. A placenta pode se soltar e bloquear a passagem (placenta prévia). Em alguns casos o feto pode inalar vários tipos de materiais biológicos. 

Pode haver a necessidade de intervenção mecânica, como o uso de fórceps ou mesmo cesariana. 

Sentimentos de separação tipo "eu e os outros". Elementos sadomasoquistas (inflingir e receber sofrimento) , escatológicos (tanto fezes e excrementos quanto imagens do fim-do-mundo), comportamento sexual anormal, depressão agitada, desvios sexuais (sadomasoquismo, beber urina e comer fezes). Fogo purificador e consumidor dos aspectos negativos da psique.

Aspecto titânico - face à enormidade de forças mecânicas envolvidas no estágio final do nascimento. É comum experimentarmos correntes de energia, de intensidade avassaladora, precorrendo todo o corpo. Podemos nos identificar com forças da natureza: vulcões, tempestades elétricas, terremotos, ondas gigantes e furacões. Ou também vivenciarmos elementos da tecnologia que envolvam muita energia, tais como tanques, foguetes, bombas atômicas e reatores termonucleares. Batalhas de proporções gigantescas e arquetípicas, entre o Bem e o Mal, Luz e Trevas, anjos e demônios, deuses e os Titâs.

Aspecto agressivo e sadomasoquista - Reflexos da fúria biológica do organismo cuja sobrevivência é ameaçada pela asfixia e pelas contrações uterinas podem ser: crueldades avassaladoras, assassinatos e suicídios violentos (morrer debaixo das rodas de veículos ou com armas de fogo), mutilações e auto-mutilações, massacres variados, tortura, execução, sacrifício, rituais, auto-sacrifício, combates sangrentos homem-a-homem, e prática sadomasoquista. Excitação sexual e extase sexual, em função de um mecanismo fisiológico que converte sofrimento biológico em prazer e excitação. Experiências sexuais no contexto dessa Matriz caracterizam-se por uma enorme intensidade do impulso sexual, qualidade mecânica não seletiva, natureza exploradora, pornográfica e desviada. Cenas de bordéis, submundo sexual, práticas sexuais extravagantes, sequências sadomasoquistas, incesto, abuso sexual ou estupro. Algumas poucas vezes podem aparecer crimes sexuais, como desmembramento, canibalismo e necrofilia. Esse nível da psique é uma base natural para disfunções, variações, desvios e perversões sexuais, em função da combinação de excitação sexual exacerbada conectada e elementos problemáticos, de ameaça à vida, perigo extremo, ansiedade, agressividade, impulsos auto-destrutivos, dor fisica e materiais biológicos.

Aspecto demoníaco - Quando aparece esse aspecto, costuma ser encarado com relutância tanto pelos terapeutas quanto por quem o experimenta. Temas comuns são Sabá das Feiticeiras, orgias satânicas, rituais de Missa Negra, e a tentação por forças malévolas. O encontro com o lado obscuro da nossa personalidade, a Sombra, pode ser encarada como demoníaco ou malévolo. Quando se consegue integrar adequadamente esse aspecto sombrio, o resultado costuma ser muito bom, mas pode ser difícil de se alcançar, dependendo da formação e das crenças de quem encara tais aspectos.

Aspecto escatológico - Tem sua base biológica porque durante o parto o bebê pode entrar em contato com sangue, secreções vaginais, urina e até fezes. Porém a experiência costuma exceder em muito o que o feto realmente experienciou durante o nascimento. Cenas de arrastar-se no lixo, em esgotos, chafurdar em pilhas de escremento, beber sangue ou urina, imagens repulsivas de putrefação. Escatologia também se refere ao fim de alguma coisa. Próximo do término, a experiência fica menos violenta e perturbadora. Imagens de conquistas de novos territórios, caças de animais selvagens, esportes perigosos e aventuras em parques de diversão, ondas de adrenalina, corridas de carro, saltos de pára-quedas ou com elástico, performances perigosas de circo ou mergulhos acrobáticos.

Encontro com o fogo - Logo antes do renascimento espiritual podemos encontrar o elemento fogo, tanto em suua forma comum diária, como em forma arquetípica do fogo do purgatório. Sensações que estamos com o corpo pegando fogo, visões de cidades e florestas em chamas, identificação com vítimas de imolação. O fogo parece queimar tudo o que há de impuro e corrompido em nós, e preparar-nos para o renascimento espiritual. Símbolo clássico é a Fênix, pássaro lendário que morre no fogo e renasce das cinzas.


Desordens emocionais e psicossomáticas relacionadas:

Agorafobia - medo de lugares abertos ou da transição de um para o outro. No nível perinatal está relacionada ao final da Matriz III, quando a liberação repentina, após muitas horas de confinamento extremo, é acompanhada do medo de perder todas as fronteiras, de explodir e de deixar de existir.

Bacilofobia e misofobia - medo patológico de materiais biológicos, odores corporais e sujeira. Medo não apenas de ser contaminado, mas de contaminar os outros também, e isso está estritamente relacionado com a agressividade orientada tanto para dentro quanto para fora, o que é exatamente a situação característica dos últimos estágios do nascimento. Os determinantes biográficos costumam envolver memórias da época do treinamento dos esfíncteres, mas suas raízes vão mais fundo e alcançam os aspectos escatológicos da Matriz III, na conexão que existe entre morte, agressividade, excitação sexual e material biológico.
Medo de viajar de trem ou metrô, medo de avião ou de viajar de carro - A falta de controle parece ser um elemento de grande importância nas fobias que envolvem movimento. A excessiva necessidade de estarem no controle da situação é típica dos indivíduos que estão sob forte influência da Matriz III e sistemas COEX relacionados, enquanto a capacidade de se render ao fluxo dos eventos demonstra forte conexão com as Matrizes I e IV.

A sensação de estar preso e a experiência de forças e energias enormes em movimento, sem ter qualquer controle sobre o processo, são elementos em comum dessas fobias, e tais elementos tem fortes conexões com o nascimento. Passar em túneis e passagens subterrêneas também apresentam similaridades com o processo de nascimento experimentado durante a Matriz III. Para que tais situações desencadeiem a fobia, as memórias perinatais têm de estar facilmente disponíveis à consciência.
Acrofobia ou medo de alturas, quereunofobia ou medo patológico de tempestades, pirofobia ou medo do fogo.

Histeria de conversão - transformação simbólica de conflitos inconscientes e de impulsos instintivos em sintomas físicos.

Neurose Obsessivo-Compulsiva

Depressão Agitada

Quarta Matriz Perinatal Básica 
(MPB IV)
Experiência de morte-renascimento
Essa última matriz está relacionada com os momentos que se sucedem à saída do canal de parto, e aos cuidados imediatamente recebidos pela mãe, por médicos e enfermeiras. Como em todas as matrizes, como existem fortes sentimentos envolvidos, sempre podemos experienciar arquétipos e experiências coletivas concomitantes ao nascimento biológico.

Se o parto real foi sem problemas, sem muita anestesia e os cuidados foram os ideais, então as memórias e experiências arquetípicas associadas são as melhores possíveis: bem-aventurança, sentir-se vitorioso e merecedor da vida, sentir-se amado e querido, sentir-se amado incondicionalmente, sentir-se livre após um grande esforço, sensação de ter deixado tudo o que passou para trás e novo em folha.

Muitas vezes o parto é feito com uma dose alta de anestesia, ou então, o parto é controlado a tal ponto de postergar ao máximo a saída do bebê até que o médico possa realizar o trabalho, ou ainda o parto é programado e a cesárea é o tipo de parto que se realiza. Muitas variáveis podem interferir. Pode ser necessário o uso de fórceps, o cordão pode estar enrolado no pescoço, a criança pode ter nascido quase-morta, sem conseguir respirar, ou na melhor das hipóteses, muito dopada pela anestesia e desorientada.

Caso tenham existido essas inteferências, a experiência de reviver o próprio nascimento e o contato com os aspectos arquetípicos também são diferentes.

Sabe-se que o parto com cesárea programada costuma facilitar que as crianças tenham um acesso mais imediato à espiritualidade, podendo esta ser tanto manifestada com religião ou espiritualidade sem dogmas. A explicação para isso se deve ao fato de o bebê não entrar em contato com as Matrizes II e III, ou pular apenas a Matriz III e encontrar os aspectos da Matriz IV.

No caso da cesárea de emergência, quando o bebê necessita de ajuda para nascer por alguma complicação física durante o parto, isso pode implicar num parto menos ativo da parte dele, e como consequência, não passar pela Matriz III, que refere-se ao momento de confronto, luta pela sobrevivência e uso da força física.
A tendência de nascidos com parto de emergência, pode ser uma atitude mais passiva frente a dificuldades, e a esperança de uma ajuda superior ou divina, como resultado de um registro biológico de ajuda externa por parte da equipe médica que realizou o parto. 

Sonhos de Parto e Nascimento

 


Quem já não teve sonhos assim? 

Sonhar que está passando por um buraco ou fresta, de alguma maneira claustrofóbica, sendo a única saída disponível.

Sonhar que se está em um labirinto, ou num ambiente de arquitetura labiríntica, podendo ser sem-saída ou com uma saída quase impossível.

Sonhar que se está girando e caindo numa espécie de espiral, sem controle e com muita angústia.

Pois essas situações e sensações são muito parecidas com aquelas vividas num parto normal ou nascimento biológico, e é bem fácil acessar esse tipo de memória sensorial durante um sonho, que é quando a nossa consciência se abre para muitos aspectos inacessíveis no dia-a-dia.

Stanislav Grof, um psiquiatra tcheco, com 81 anos de idade, morando atualmente nos EUA, estudou por mais de 50 anos experiências psicodélicas e estados modificados de consciência sem drogas, em mais de 200.000 indivíduos desde os anos 1960.

Suas pesquisas clínicas demonstraram que reviver o próprio parto em estados modificados de consciência, inclusive em sonhos, tem um grande potencial de cura e transformação da personalidade.

Segundo a medicina tradicional, o nascimento é um evento inacessível à memória cognitiva, devido à falta de uma estrutura completa de neurônios de memória. 

Porém, diversas teorias psicológicas tais como a psicanálise Winnicotiana, a psicologia infantil de Melanie Klein, assim como estudos das fases do desenvolvimento do comportamento humano, atribuem uma significativa influência de problemas da gestação e do parto, nos comportamentos e nos modos de relação do bebê com o mundo, desde a esquizofrenia até distúrbios agressivos. 

Otto Rank foi o primeiro psiquiatra a citar a influência do "trauma do nascimento" na personalidade. Discípulo de Sigmund Freud, encontrou grandes resistências ao defender suas hipóteses sobre o trauma vivido pelo bebê ao perder a segurança da mãe, no momento do nascimento. 

Stanislav Grof, com suas pesquisas clínicas, nos revela que o trauma do nascimento é marcante em todos nós, não apenas quando saímos de dentro do corpo materno, mas desde a gestação até as fases biológicas do trabalho de parto. 

Ele denominou essas quatro fases do nascimento de Matrizes Perinatais. Matrizes, por serem padrões de experiências físicas e simbólicas, que remetem tanto ao nascimento biológico quanto a um renascimento psicológico do adulto, onde ele renova suas referências existenciais de ser-no-mundo com si mesmo e com os outros. Perinatal, por estar ao redor ou próximo (peri) do nascimento (natal). 

O parto é a nossa chegada inicial e marcante ao mundo. E podemos reviver as sensações de estar nascendo ou morrendo (ansiedade, pânico, tontura) quando estamos prestes a uma mudança existencial significativa (crise da adolescência, casamento, novo emprego, perda de situações conhecidas, etc). O parto é ao mesmo tempo uma experiência de morte e renascimento.

Ao reviver o próprio parto, somos adultos regredindo a uma experiência remota, onde a consciência adulta é capaz de atribuir um significado adulto e maduro a uma situação de vulnerabilidade e insegurança, vivida por um bebê.

Ainda que o nascimento biológico exerça uma influência, devemos ser cautelosos para não reduzir todos os problemas de saúde físicos e psicológicos a problemas de gestação ou dificuldades do parto.

Curador Interno - Inner Healer




A teoria de Stan Grof é baseada totalmente nas suas pesquisas clínicas de laboratório. 

Estas, realizadas desde os anos 1960, inicialmente com a substãncia recém-sintetizada em laboratório LSD, pela Sandoz na Suíça, e posteriormente, com técnicas de alteração da consciência sem drogas, como a Respiração Holotrópica (tm) e o Renascimento.





Inicialmente nomeada de "Integração Holonômica" e por fim "Respiração Holotrópica", essa técnica utiliza o conceito de "curador interno" (inner healer, em inglês).

Trata-se da capacidade intrínseca de cura da consciência, presente tanto nos estados ampliados, quanto nos estados comuns do dia-a-dia.

Tem a função de trazer à consciência os conteúdos (sensações,imagens, situações, emoções, memórias, insights) para serem reconectados à totalidade da mesma. 


O "Curador Interno" funciona como um "radar", que seleciona conteúdos
de maior relevância para ficarem totalmente conscientes



O "curador interno" está acessível a todas as pessoas, em graus diferentes de manifestação. Recomenda-se atenção e percepção das informações que esse aspecto está sempre disposto a nos mostrar.

Essencialmente, significa que todas as situações da nossa vida são oportunidades de cura de nossos sofrimentos, desde que elas sejam compreendidas como tal, ao invés de castigos ou coincidências que cruzam a nossa existência.

No dia-a-dia, situações que nos provocam reações conhecidas, na verdade, podem nos revelar muito a respeito de nós mesmos, se observarmos nossas reações de um modo "objetivo", sem julgamentos pré-definidos de valor. 

Nossa educação tradicional nos direciona a olhar para os objetos e o mundo externo, e encarar nossas reações como consequências diretas do mundo externo. Além disso, não somos ensinados a observar a nós mesmos de modo semelhante ao que fazemos com os objetos externos, mas isso também é possivel com práticas de meditação, contemplação, relaxamento e hipnose, para citar algumas. 

A meditação permite aprimorar o olhar para dentro de nós mesmos,
e trazer a consciência para o momento presente.


Nas sessões de Respiração Holotrópica (tm) e Renascimento, a percepção do fluxo de consciência fica mais fácil de ser observada, em função da sua ampliação, e da consequente ação de mecanismos de cura, como o "curador interno", que torna-se o centro das atenções, pois o foco da mente está voltado para o mundo interior.

O conceito de "curador interno / inner healer" devolve às pessoas seu poder de auto-realização e autoconhecimento, se promovido num ambiente de respeito e apoio incondicionais ao que cada pessoa revela de si mesma no mundo.

A função do terapeuta é a de facilitador do movimento de cura que já está ocorrendo, até que este processo se complete, e a pessoa seja capaz de existir no mundo sem o acompanhamento do terapeuta.

Desordens Psicossomaticas - Fobias, Depressão - segundo Stanislav Grof

ARQUITETURA DAS DESORDENS PSICOSSOMÁTICAS,
   DE ACORDO COM STANISLAV GROF


A partir das inúmeras pesquisas de estados holotrópicos de consciência (resultantes de: meditação profunda, hipnose, terapia experiencial, substâncias psicodélicas, acidentes, perdas de entes queridos, crises existenciais, e altos níveis de estresse,) percebeu-se uma influência de arquétipos e memórias condensadas (COEX) dos tipos biográfico, perinatal e transpessoal na formação e manutenção das referidas desordens.

Veja explicação dos termos acima em: Glossário de Transpessoal Grofiana

*** Em ordem alfabética ***

Agorafobia medo de lugares abertos, ou da mudança de um lugar aberto para outro totalmente aberto – Raízes perinatais (ligadas ao reviver do nascimento biológico): associado ao estágio final da MPB III (estágio de aprisionamento no canal de parto), onde ocorre uma liberação repentina, que se alterna com grande uma tensão. Essa liberação pode trazer a sensação de perda de controle da situação e de si mesmo. 



Alcoolismo (e outras dependências/vícios) - Esses comportamentos parecem intimamente ligados a depressões e suicídios. No que diz respeito ao uso de drogas intoxicantes, caracteriza-se por um desejo imenso por experiências de bem-aventurada unidade indiferenciada. Períodos imperturbados da vida intrauterina, antes do processo de nascimento representam essa tão desejada indiferenciação. O suicídio não violento, juntamente com o uso de drogas intoxicantes, reflete uma necessidade inconsciente de desfazer o processo de nascimento e voltar ao ventre materno. A busca por tais estados consiste num grande engano por parte daquele que está nesta busca. Pacientes viciados que puderam vivenciar estados "puros" de unidade cósmica em sessões psicodélicas supervisionadas por Stanislav Grof, constataram uma semelhança superficial, porém com diferenças fundamentais entre estados transcendentais e intoxicação por drogas. O álcool e os narcóticos entorpecem e obscurecem os sentidos, interferem com funções intelectuais e produzem anestesia emocional. Ao passo que os estados transcendentais são reconhecidos por grande intensificação de percepção sensória, serenidade, clareza de pensamento, abundância de insights filosóficos e espirituais, e incomum riqueza de emoções. Para um indivíduo sofredor que procura auxílio desesperadamente, e é incapaz de uma discriminação correta, parece haver semelhança suficiente para que ele incorra em sistemático abuso. (Grof, Stanislav in Além do Cérebro - p.193-194 - Ed McGraw-Hill). 

Existe um outro tipo de correlação entre o uso de drogas e o parto, quando este se encontra nos estágios finais, de luta, dentro do canal, também conhecida como Matriz 3 (MPB III). Nesses casos, as mães dos pacientes receberam uma grande quantidade de anestesia geral. Desse modo, a memória que os pacientes têm do nascimento não é a de uma libertação explosiva, mas de um lento despertar de intoxicação por drogas. Eles tendem, então, a escapar do controle doloroso da Matriz 3 (na vida adulta, pode se apresentar por situações de enfrentamento, oposição, desafio pessoal, perda de controle, confiança no outro) e da grande tensão geral, em direção à anestesia induzida quimicamente, seguindo o caminho que lhes foi mostrado pelo obstetra que atendeu seu nascimento. (Grof, Stanislav in Além do Cérebro - p.194 - Ed.McGraw-Hill)



Ansiedade generalizada (TAG) - Entre os sintomas de transtorno de ansiedade generalizada estão: preocupação exagerada crônica, tensão, e irritabilidade, que parecem não ter causa, e que são mais intensos do que a situação justificaria. Sinais físicos: dificuldade para dormir, agitação, dor de cabeça, tremores, espasmos, tensão muscular e sudorese. Se alguém passa pelo menos seis meses preocupado excessivamente por problemas cotidianos, isso pode indicar transtorno de ansiedade generalizada e a pessoa deveria consultar um médico para diagnóstico. Fonte: http://www.copacabanarunners.net/ansiedade-tipos.html

Raizes perinatais: Relaciona-se com sistemas COEX (sistema de memórias condensadas) da Matriz I (estágio inicial, antes do inicio do trabalho de parto), em situações onde o útero está de alguma forma perturbado, por drogas, ou onde a mãe está sob grande tensão emocional. Raízes biográficas: Situações pós-natais de omissão, falta de contato físico nutridor em ocasiões de tensão.




Asma psicogênica - Relacionada às sensações de agonia e sufocação vividas durante o nascimento biológico, e relacionada ao processo de morte-renascimento. Junto com a gagueira e outros cacoetes, a asma psicogênica é uma "conversão pré-genital" (de acordo com a psicanálise freudiana), e tem aspectos obsessivo-compulsivos (necessidade de controle). A terapia experiencial mostra que as conversões pré-genitais são derivadas da Matriz Perinatal 3 (MPB III). Retenção anal relacionada à necessidade de controle, outro aspecto da MPB III, junto com o aspecto obsessivo-compulsivo. Os processos fisiológicos da asma relacionam-se com a dinâmica biológica do nascimento. Experiências biográficas como doenças, acidentes e incidentes que envolvem a respiração e o bloqueio geral da energia, colaboram para o aumento dos sintomas da asma durante a vida.
Fonte da imagem: www.sanitaincifre.it

Auto-estima de "merda” e Compulsão de lavar as mãos e outras partes do corpo  Ambas associadas às neuroses obsessivo-compulsivas. No caso da auto-estima de merda, existe nojo de si mesmo, auto-degradação, e tentativas de melhoria da aparência externa, além de comportamentos obsessivos-compulsivos, também conhecidos por TOC. Sistemas COEX (memórias e fantasias condensadas) associadas com a MPB III (estágio do nascimento onde o feto está preso no canal de parto), onde pode existir contato ou ingestão de material biológico, como as fezes e urina.
Seriado "Monk", retrata um detetive obsessivo-compulsivo,
obcecado por organização e limpeza.

Bacilofobia ou misofobia = medo patológico em materiais biológicos, odores corporais e sujeira. Medo que se contaminem, e de contaminar os outros. Associados a memórias biográficas da época do treinamento de controle dos esfíncteres. Mais profundamente, associação com os aspectos escatológicos (fezes, urina e sangue) do processo perinatal (nascimento biológico). Conexão entre MPB III, morte, agressividade, excitação sexual e material biológico. Medo associado com a agressividade que se expressa tanto para dentro quanto para fora, relacionados aos estágios finais do nascimento.

Johnny Knoxville - criador e astro da série "Jackass",
em uma de suas proezas escatológicas.
Bipolaridade - ver "Episódios maníacos (euforia)" abaixo.

Cancerofobia = semelhança entre o câncer e gravidez. Em muitos aspectos, as células cancerígenas se assemelham às células embrionárias, nos primeiros estágios da gravidez.

Claustrofobia – medos de lugares fechados ou apertados – Raízes perinatais: Influência de um sistema COEX ligado ao início da MPB II, (primeiro estágio do nascimento biológico, após rompimento da bolsa, mas sem possibilidade imediata de saída) , situação sem-saída e de morte iminente.

Cena do filme "Enterrado Vivo", com Ryan Reynolds

Explorador de cavernas no sul da Califórnia (EUA), em esporte nos quais se passa por espaços
bastante apertados, onde só se avança rastejando, muitas vezes no escuro total, e sem saber onde vai dar.
Fonte: http://forum.portaldovt.com.br/forum/index.php?showtopic=112209
Depressão - Os sintomas depressivos de sentir-se restringido, sem saída, enxergar somente os aspectos negativos da existência, bloqueios corporais na região do peito, dificuldade de respirar, angústia, etc. Têm relação com as experiências condensadas (sistemas COEX) associadas com a MPB II (primeiro estágio do parto biológico - a bolsa rompeu mas o feto ainda não consegue sair, encontra-se entalado).



Dermatite alérgica (alergias de pele) - A pele é a barreira que delimita o ser do ambiente. Alergias podem indicar hipersensibilidade ao contato, tentando evitar o contato com o mundo externo. Falta de experiências de contato físico nutridor com a mãe, abandono. No outro extremo, também a hiper-proteção materna pode provocar alergias, pela falta de experiências de confronto do organismo com elementos do ambiente. Situações de insegurança, perdas, onde o limite individual ainda não é bem definido.



Dores de cabeça de enxaqueca - Aspecto do nascimento que envolve agoniante dor e pressão na cabeça, náusea e desconforto gastrointestinal. Quem sofre de enxaqueca tende a procurar lugares que lembrem o ventre materno (lugares escuros, silenciosos, com cobertores e travesseiros macios), com a intenção de desfazer o processo de nascimento e retornar à condição pré-natal. Porém, o que soluciona a dor de cabeça é a estratégia oposta, haja visto em muitos resultados bem-sucedidos de terapia experiencial: a dor deve ser intensificada ao extremo, à dimensões insuportáveis que se assemelhem à dor real sentida no nascimento. Isso trará libertação da enxaqueca, seguida por um estado extático de natureza transcendental.


Episódios Maníacos (Euforia) - A euforia costuma alternar-se com a depressão nos distúrbios bipolares. Relacionados com a transição incompleta da MPB III para a MPB IV.

Reviver a transição da MPB III para a MPB IV é voltar ao momento final do nascimento e da chegada ao mundo, como uma entidade separada da mãe. Podem aparecer diversas sensações e sentimentos: medo e sensação de perda de controle, sensação de uma catástrofe iminente, sensação de mudança brusca de ambiente, expansão do espaço e perda das referências pessoais antigas. 

A vivência da Matriz IV incompleta é exatamente a mesma vivenciada por alguém em episódio maníaco: há uma sensação de poder e de euforia, que não estão de acordo com uma liberação completa de elementos aprisionadores da psique. Stanislav Grof descreve esse estado como "assobiar no escuro", numa clara alusão ao disfarce dos reais sentimentos que estão ocorrendo. Esses sentimentos têm a ver com a morte psicoespiritual do falso ego (necessidade de controle, auto-afirmação, senso de incompatibilidade com o mundo e com os outros).

A Matriz IV completa caracteriza-se por tranquilidade, sensação de equanimidade com o mundo, respeito por si e pelos outros, reconexão com o mundo como sua própria "Casa", etc. 
O filme "Sem Medo de Viver"(Fearless) conta a história de um homem que sobrevive a um acidente de avião, sente-se "imortal", e começa a por a prova sua vida, pois deixa de temer a morte. A transição completa da Matriz 3 para a Matriz 4 envolve trazer à consciência e integrar, os conteúdos do processo de morte-renascimento que ocorrem nos estágios finais do parto, e que ao mesmo tempo, desvelam as condições existenciais de "encarar" a própria morte.
(O título em português poderia ser um pouco melhor...)

Estresse pós-traumático (síndrome do EPT) - Ocorre em indivíduos que se envolveram em catástrofes de grandes proporções, acidentes com muitas pessoas, situações de guerra, ou situações que representam ameaça à sobrevivência ou integridade corporal, como assaltos, sequestros, violência em geral. Essa condição não implica qualquer dano físico ao organismo, mas somente o trauma psicológico associado com a possibilidade do dano. Mesmo assim, a síndrome do EPT envolve tipicamente, manifestações físicas: dores, cãimbras, violentos tremores e paralisias. A emergência aguda que precipita EPT aproxima-se tanto da situação do nascimento que anula o sistema de defesa e liga-se experiencialmente ao próprio âmago da MPB III. Mesmo depois de passado o perigo imediato, a pessoa continua imersa em energias perinatais, contra as quais ele perdeu toda a proteção psicológica.


Fobia de alturas (Acrofobia) – Típica dos estágios finais do nascimento, onde existe a sensação de cair e o medo da destruição. Memórias de nascimento onde o bebê foi largado, sofreu uma queda, indicando o primeiro contato com a gravidade. Não é uma fobia pura, é associada a uma compulsão de se atirar ou pular de um lugar alto – torre, janela, penhasco ou ponte. 

Fonte: http://www.hseconsultores.com/home/images/stories/alturas9.jpg

Fobia de animais grandes, como lobo ou vaca: medo de ser engolido ou incorporado, relacionado com o início da MPB II. Também pode apresentar relação com Aracnofobia (medo de aranhas), pelo motivo de aranhas representar o feminino que aprisiona e devora.

Cena do filme: "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei", onde Frodo encontra
uma aranha monstruosa que o envenena, captura com a teia e o prende num casulo.

Fobia de cobras (ofidiofobia) – Relação com o aspecto perinatal, animais que representam ameaça de morte iminente, esmagamento e estrangulamento, que fazem parte do nascimento. Jibóias que engolem suas presas aumentam esse medo, por serem mais parecidas com o processo da gravidez. 



Anaconda de 5 metros (18 pés de comprimento), em Los Llanos, Venezuela
Fobia de gravidez e de parto / Fobia da maternidade – No primeiro caso, dificuldade de aceitar a própria feminilidade e o seu papel de reprodução, em função de estar em contato com as memórias de agonia do seu nascimento, porque ser mãe significa provocar dor e sofrimento, e pode provocar um terror paralisante. No segundo caso, uma situação que costuma aparecer pouco depois do nascimento da criança, envolve não apenas uma fobia, mas elementos obsessivos compulsivos. Impulsos violentos contra a criança, medo e pânico de machucá-la. Fobia de ser mãe está associada a MPB II, quando a mãe e a criança estão em antagonismo biológico, inflingindo dor um ao outro, e trocando enormes quantidades de energia destrutiva, na forma de movimentos da musculatura do útero e da tentativa instintiva da criança de se libertar dessas pressões.


Fobia de viajar de avião/enjôo marítimo – Ambas situações também relacionadas com memórias relativas ao nascimento não-integradas, e tendo em comum a necessidade de se manter no controle da situação, mudar a direção ou parar o movimento - Matriz Perinatal III.



Fobia de viajar de trem ou metrô – Sensações comuns de estar preso, sujeito a enormes quantidades de energia, sem possibilidade de controle do processo (MPB III). Também se incluem, experiências de passar em túneis, passagens subterrâneas e encontro com escuridão (MPB II). Implica que as memórias do processo do nascimento estejam facilmente acessíveis, por serem muito intensas.



Impotência sexual e frigidez, de origem psicossomática - Relacionados com enorme quantidade de energia sexual que não se exprime em estado puro, mas sim energia perinatal colorida sexualmente. Ligados à Terceira Matriz Perinatal (MPB III), pois associam-se a impulsos sadomasoquistas, ansiedade vital, profunda culpa, medo de perder o controle, medo de sufocação, distúrbios cardiovasculares, espasmos dolorosos musculares e intestinais, todos esses sintomas psicossomáticos típicos da MPB III. Todos esses sintomas são, na verdade, uma compreensão incompleta da experiência do nascimento, e estado de ameaça vital em nível orgânico. 



Medo patológico da água – Pode ter relação com memórias do nascimento, pré-natais, da gestação, memórias pós-natais. A água representa a segurança do líquido amniótico,do útero, caso a experiência seja positiva. Inalação de líquido amniótico durante o nascimento, ou acidentes de engolir água do banho podem trazer uma carga extremamente negativa para a imagem da água. Elementos transpessoais também podem estar presentes, como identificação com pessoas ou animais se afogando ou asfixiando, e memórias de vidas passadas.



Medo patológico do fogo – Relacionado com transição entre MPB III e MPB IV. Aproximação da morte do ego provoca visões de fogo; a mãe parturiente tem a sensação de que está queimando quando a cabeça da criança passa pela abertura vaginal. Fogo representa elemento purificador do processo psicoespiritual, que destrói aquilo que precisa ser limpo e renovado. 



Medo patológico de tempestades – Transição da MPB III para MPB IV, morte do ego. O raio representa ligação do céu com a terra, a eletricidade é manifestação física da energia divina. O contato com a luz divina que ocorre no momento do processo da morte-renascimento é simbolizada pela tempestade elétrica. 



Neurastenia - Desenvolve-se em indivíduos expostos a condições exigentes e estressantes, durante um longo tempo, como falta de descanso, de sono e recreação; excesso de trabalho sob grande pressão, ritmo de vida agitado. Características: tensão muscular, tremores, sudorese excessiva, palpitações, distúrbios cardíacos, ansiedade difusa, senso de opressão; fortes dores de cabeça, fraqueza geral, e falta de energia combinadas com fácil irritabilidade. Costuma haver, também impotência, frigidez, mudança do ciclo menstrual e ejaculação precoce. Relação com MPB III, em forma bastante pura, com poucas variações por eventos biográficos. Ou seja, os eventos traumáticos pós-natais exercem pouca influência sobre essa condição. A situação vivida concretamente é absolutamente idêntica àquela vivida ao feto no canal de parto, a ponto de mobilizar toda a energia perinatal à consciência, aguardando uma situação apropriada para ser integrada e resolvida.



Nosofobia – medo patológico de ter ou contrair doença. (Não é o mesmo que hipocondria: Convicção ilusória, não-substanciada de estar sofrendo doença grave). Nosofobia está associada com memórias emergentes de sérias dificuldades fisiológicas do passado. Doenças, operações, lesões e trauma do nascimento.




Obesidade - A gordura corporal serve, em muitos casos, de barreira entre o indivíduo e o mundo, quando este último se torna bastante desagradável e inóspito.
Raízes biográficas e pós-natais: experiências do mundo como desagradável, busca de satisfação oral imediata. Raízes perinatais: MPB II, impotência e sensações de sem-saída, ausência de experiências gratificantes, falta de calor e afeto, perda do paraíso, desejo de desaparecer do mundo.



Tanatofobia – medo patológico da morte, com episódios de ansiedade vital, do tipo ataque cardíaco, um derrame ou asfixia que ameaça a vida – Sistemas COEX relacionados a situações de ameaça à vida, principalmente aquelas que interferem a respiração. Operações, doenças e lesões, e extremos desconforto físico e sensação de catástrofe iminente associados ao trauma do nascimento.




Hipertensão arterial - Relacionada com estresse emocional e físico, em função da necessidade de manter e guardar para si emoções e pensamentos. A imagem mais precisa é a de uma "panela de pressão prestes a explodir". Origens biográficas: experiências de infância punitivas ou repressivas das manifestações físicas e afetivas.



Artigos relacionados:
Dominio perinatal do insconsciente.
 
Uma interpretação perinatal de experiências de quase morte.

Cartografia ampliada da psique humana.

Tendencias

De acordo com a personalidade e o momento de vida pelos quais todas as pessoas passam, podemos dizer que há uma tendência a certos tipos de comportamentos e de visão do mundo. 

O nascimento biológico é um evento de grande magnitude e importância em nossas vidas, e está registrado em nosso DNA na forma de "matrizes" ou padrões experienciais. O nascimento significa todas as mudanças, transformações e passagens pelas quais nos deparamos em toda a existência. 

Quando nos vemos frente a uma oportunidade nova, do tipo, aprender um novo comportamento, conhecer uma nova pessoa, mudar de hábito, ou de opinião a respeito de algo, alguém ou de nós mesmos - reagimos e nos comportamos de maneiras totalmente distintas, quando comparamos duas pessoas. 

Se Freud dizia que as experiências do inicío da infância colaboram com a formação da personalidade, Stanislav Grof vai um pouco além disso, afirmando que o próprio nascimento biológico carrega um enorme significado para cada um de nós, tanto positiva quanto negativamente. 

O significado do nascimento é tão grande, a ponto de a ciência moderna ser capaz de ignorá-lo, como coadjuvante na formação de problemas psicológicos e psiquiátricos. 

Ao invés disso, atribui causas hereditárias, genéticas e da fisiologia cerebral para explicar distúrbios como a esquizofrenia, depressão, e a bipolaridade. Sem dúvida, existem causas orgânicas nessas condições psiquiátricas, mas elas não são a única maneira de compreendê-las. 

A "mudança de hábito" ou "situação nova" são belos exemplos, para servir como referência, no que diz respeito às tendências descritas abaixo. 

Quando você busca mudar um hábito muito arraigado, ou se depara com uma situação totalmente nova, em sua vida, como você reage ? 


Ênfase na MATRIZ I


 - Busca de contato com a água (natação, mar, mergulho, formas de vida aquática)
 - Visão otimista e positiva da existência e da natureza
 - Relação positiva com a "Mãe Natureza", ou com a mãe pessoal
 - Dificuldade de estabelecer limites e impor regras
 - Preguiça ou isolamento, sem necessidade de manter contatos com outros ou com o mundo externo
 - Quando existe ameaça, ela é indefinida e vem de todos os lados
 - Ingenuidade e inocência marcantes, relativos a alguns assuntos
 - Fascinação por barrigas de grávidas





Ênfase na MATRIZ II


 - Relação de vitimização e impotência, tristeza profunda ou estados depressivos
 - Perspectiva fatalista e de aprisionamento na existência (por ex: "A vida é assim mesmo, não tem jeito...")
 - Falta de "tesão" pela vida / baixa libido, ausência de libido, ou culpa em relação à sexualidade
 - Sentimentos negativos a respeito de si e dos outros
 - Percepção de que o tempo não passa, ou que ele passa muito devagar
 - Visão trágica ou melodramática da vida (por exemplo: "Só acontece comigo...")





Ênfase na MATRIZ III


 - Sente que precisa lutar ou estar ativo o tempo todo, pois o "Sistema", os outros ou o mundo, estão contra você. Caso contrário, nada se realizará a seu favor;
- Tendências a intrigas, chantagens e manipulação de situações e pessoas / ou sentir que é vítima das mesmas
- Atração por adrenalina, esportes radicais, direção agressiva e perigosa, viver aventuras, extremamente competitivo(a), tédio se ficar parado por 5 minutos;
- Gosta de, ou tem interesse por filmes de sexo, guerra, terror, vampiros, zumbis, filmes de suspense ou de conspirações maquiavélicas;
- Muitas vezes o seu comportamento chega próximo da auto-destruição ou da falta de controle;
- Hábito por piadas escatológicas, gosto por assuntos relativos a escrementos e fluídos corporais, ou percebe que a vida é uma "merda", cujas adversidades se voltam para você.
- Fascinação por fogo, eletricidade, raios, trovões, tufões, explosões, máquinas e mecanismos gigantes, destruições da natureza, catástrofes e especulações a respeito do fim do mundo.




Ênfase na MATRIZ IV


 - Sentimentos de paz interior, depois de situações resolvidas e escolhas feitas;
 - Compaixão por outras pessoas e outros seres vivos, sem prejuízo próprio ou do outro;
 - Sensação de aceitação de si e dos outros, como são;
 - Capacidade de aproveitar o momento presente, por mais simples que seja;
 - Satisfação com relações pessoais e contato com a natureza;
 - Confiança em si e nos outros, se não existirem motivos contrários a isso;
 - Incapacidade de se preocupar.

Senhor dos Anéis - Herói

A Trilogia "O Senhor dos Aneis" apresenta as 4 matrizes da teoria de Stanislav Grof, de uma maneira bela. Elas apresentam semelhanças com a "Jornada do Herói", descrita por Joseph Campbell.

A Primeira Matriz (MPB I), no filme, refere-se aos momentos em que Frodo está em casa e na sua vila, antes da aventura começar. Tudo é belo, harmonioso e seguro. É o estado inicial e promordial, onde praticamente todas as necessidades são preenchidas.

Refere-se ao estado inicial, onde o herói está em casa, descansando. De um modo experiencial, relaciona-se ao período inicial onde o bebê está dentro do útero, em tranquilidade.


Na nossa vida cotidiana, tem ligações com momentos em que tudo está bem, sem motivos aparentes, e não precisa ser diferente. Essa matriz existe não apenas como memória de um tempo que foi vivido, mas também é um modo de sentir e perceber a existência em vários momentos da vida humana.

Fonte:
http://www.art-wallpaper.net/movie/The-Lord-of-the-Rings
A transição da Primeira para a Segunda Matriz é o momento do "chamado para a aventura". O Herói recebe um chamado para iniciar sua jornada, que tem um prêmio ou dom, a ser encontrado no final da jornada. No filme "Senhor..." trata-se do momento em que Frodo decide ir buscar o anel. 

Experiencialmente, é um momento em que os sinais químicos do útero indicam que o trabalho de parto está começando. A tranquilidade inicial dá lugar a um sentimento de novidade e estranhamento, um tipo de "Ops!"




Video Cassetadas e Comportamentos Repetitivos




Você já parou para ver as "video-cassetadas"? Todo mundo conhece, são vídeos feitos em casa, que incluem momentos constrangedores, na maioria das vezes quedas, escorregões, tombos, entre outras coisas. Hoje em dia, isso passa em vários lugares, não só na televisão aberta, mas nos canais por assinatura e também na internet.

É curioso perceber nossas reações, são as mais variadas possíveis, quando as vemos: Algumas pessoas se deliciam, e riem muito; outras vêem como humilhação; uns aguardam pela próxima cena ansiosos, enfim, cada pessoa reage de maneiras específicas e particulares a esses programas.

No caso das cenas que privilegiem a humilhação, quedas, machucados, e até mesmo violência, e sexualidade, é possível estabelecer uma relação entre o interesse e o prazer de assistir a tais cenas, com o dominio perinatal da teoria Transpessoal.

Antes de entrar nesse assunto, gostaria de mencionar outro elemento importante, que nem sempre é considerado: o fato de saber que se está sendo filmado é capaz de alterar o comportamento dos protagonistas da cena? E também; por quê alguém escolhe não apenas filmar, mas também divulgar, enviar para a televisão ou para a internet as cenas de "video-cassetadas"? O que esses dois comportamentos têm em comum - a exibição de um ato para uma platéia, a dinâmica inseparável do "observado-observador", que também faz parte do domínio perinatal do inconsciente.

O que quero dizer é que assistir, produzir e divulgar essa categoria de videos não se origina apenas das motivações sociais e egocêntricas do campo contingencial, e do ambiente imediatamente observável. Nós não somos uma "tabula rasa" que é totalmente preenchida com os valores parentais e ambientais. Ao nascermos, já temos registros próprios da espécie, da cultura humana e da familia, que exercem influência sobre nosso comportamento e o modo como enxergamos e sentimos o mundo.

Existem aspectos mais fortes e presentes, que são de certa forma, alimentados por conteúdos inconscientes (de natureza perinatal, relativas aos aspectos biológicos e simbólicos do nascimento humano).

Justamente porque esses aspectos nunca encontram uma via autêntica de liberação e vasão, apenas situações incompletas na aparência e nos objetivos, esse tipo de comportamento necessita ser repetido exaustivamente,  pois de alguma forma, a concretização desse sentido não pode ser realizada no cotidiano.


Ainda que alguns desses objetivos sejam benéficos, caso sejam a diversão, expressão pessoal, sentir-se observado e admirado, identificação com outros semelhante, entre outros, eles dificilmente chegam perto da intensidade e da realização plena dos aspectos que os motivam, ou seja, a morte e o renascimento psicoespiritual.

Por isso que muitas pessoas sentem um imenso vazio em suas vidas, muito embora elas possuam tudo que lhes traga felicidade - elas estão realizando apenas uma parte das suas motivações: são reconhecidas socialmente, trabalham honestamente, ganham o quanto podem sem passar necessidade, são ótimos amantes, excelentes profissionais e filhos exemplares.

Quem sabe, elas nunca viveram realmente uma morte psicoespiritual, que é morrer sem a morte física, mas o vazio que elas sentem traz justamente essa sensação de morte, que lhes é necessário para dar u sentido que falta à sua existência. Quando sentem esse vazio, seguem o "script" aprendido de preenchê-lo com o mundo externo: compras, adrenalina, vícios, tudo que lhes distraia e alivie a sensação de vazio. Paradoxalmente, tudo isso acaba trazendo a sensação de morte e vazio, pois no final o saldo continua negativo...

Isso vale para as video-cassetadas, e também para vários comportamentos repetitivos e aparentemente sem sentido, mas que nos dão muito prazer e felicidade na hora, mas no final parecem que não valeram e precisamos repetir.

O domínio perinatal do inconsciente consiste de padrões experienciais, ou matrizes. São assim chamadas "matrizes" com toda a razão, pois são as "fôrmas primordiais" de muitos comportamentos, valores, sentimentos e sensações físicas que vivemos no cotidiano. Foram descobertos a partir de pesquisas controladas de experiências de estados ampliados de consciência.

Tais estados costumam ser alcançados através de meditação, relaxamento profundo, uso de substâncias alucinógenas, rituais indígenas e xamânicos, jejuns prolongados, privação de sono, e até em crises espontâneas. Praticamente todas as filosofias orientais e milenares descrevem algum ou muitos desses padrões experienciais, que fazem parte do registro amplo da humanidade, e portanto, são acessíveis a todas as pessoas de todas as épocas e culturas.

Esse registro amplo foi chamado de "Inconsciente" por Sigmund Freud, e posteriormente, outro psiquiatra chamado Carl Jung chamou-o de "Inconsciente coletivo", por perceber que ele contém todos os padrões experienciais de toda a humanidade, não apenas o registro da vida biográfica individual, como Freud descobrira.

Recentemente, ou seja, em meados dos anos 1960, Stanislav Grof ,outro genial psiquiatra, descobriu que todas as pessoas sujeitas de laboratório para pesquisas psicodélicas, tiveram experiências de regressão ao útero materno e de renascimento psicoespiritual. Após centenas de relatos de casos, constatou que, além de sua compreensão psicanalítica freudiana ser limitada para explicar todas essas experiências embrionárias e relativas ao renascimento psicoespiritual, essas experiências provocavam profundas mudanças na visão de mundo daqueles sujeitos.

Tais mudanças incluiam: resignificação de traumas de tenra infância, de abusos sexuais, de comportamentos suicidas e auto-destrutivos, mudanças de estratégias de vida para uma vida mais simples e menos baseada em medos irracionais, entre outras. Em resumo, muitos casos clínicos considerados com poucas chances de melhora, pois já haviam sido atendido durante longos anos apenas com psicoterapia verbal ou psicanalítica, abordagem muito válida até hoje.

Depois dessa breve história realmente invejável para qualquer interessado no comportamento humano, Stanislav Grof deu continuidade às pesquisas e acabou estabelecendo pontes com outras abordagens que também compartilham de uma visão tanto humanista (que colocam o ser humano no centro do interesse da sobrevivência planetária) quanto multi-dimensional e consciencial (filosofias orientais e conhecimentos da chamada Filosofia Perene). O resultado é constatado e válido até hoje, em sessões de respiração e renascimento, e de terapia vivencial que utilizam abordagem corporal, psicodrama e psicossintese.

A Matriz Perinatal 3, como padrão, relativa a esse tópico de repetição, vazio existencial e video-cassetadas possui os seguintes parâmetros: 


- Identificação com três personagens ao mesmo tempo: agressor, vítima e um terceiro observador


- Sensação de estar numa situação de luta, com a possibilidade de término e vitória


- Aspecto titânico: imensa carga de energia física, voltada para a sobrevivência do feto dentro do canal de parto - resulta em agitação, ansiedade e incapacidade de estar no presente, no mundo cotidiano.


- Dinâmica de antagonismo com a mãe / mundo / outros - sensação de uma "incurável" separação com relação ao mundo, necessidade de estar sempre lutando com adversários na cotidiano


- Elementos sexuais distorcidos, sadomasoquismo, submissão, estupro, contato com elementos biológicos, tais como sangue, urina, fezes, placenta - resulta em dificuldade de estabelecer vínculos amorosos, apenas relações baseadas no prazer imediato e sexual.


- Sensação de que "aqui" não está bom, mas com sacrifício se chegará ao paraíso,que está lá na frente, ou no futuro. Próximo do final, transição para a próxima matriz. - resulta em estratégias perdedoras, baseadas em evitar constantemente a morte do ego, em se estar sempre no controle e em sacrificar o presente para alcançar um objetivo que nunca realmente se concretizará.


Obviamente, nem todos os vídeos tratam de humilhação, agressão ou satirização. São acontecimentos trágicos e inusitados que se manifestam, e ficam em evidência. A questão não é meramente o conteúdo dos vídeos, mas sim o que se faz com eles. Como são exibidos, como aparecem de maneira muitas vezes repetitiva, sem a menor utilidade além de manter espectadores ligados no mundo externo. Qual a atitude de quem exibe e de quem assiste? Qual a filosofia de vida revelada na exposição e na espiação coletiva?