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Estrategia De Vida - O Caminho Do Curso D`agua

Trechos do livro "Quando o Impossível Acontece", de Stanislav Grof, pela Editora Heresis, 2007
"O Caminho do Curso D`água" - Pagina 79

 
Uma das características mais impressionantes do trabalho experimental profundo com estados ampliados de consciência é o efeito que tem sobre o nosso modo de vida e sobre a estratégia que usamos para lidar com desafios e projetos.

O modelo oferecido em sociedades tecnológicas, no que se refere a isso, é definir o objetivo que desejamos conquistar e buscá-lo com energia concentrada e determinação inabalável. 

Isto inclui a identificação e remoção de obstáculos que impedem nosso avanço e o combate com potenciais inimigos. A vida de um indivíduo que siga essa receita assemelha-se a uma luta de vale-tudo ou uma competiçao de boxe.

Trabalhei com muitas pessoas que conseguiram entender as forças psicológicas subjacentes a esta estratégia e transcendê-la.

Essas pessoas descobriram que este enfoque à existência reflete o fato de que não superamos a marca deixada pelo trauma do nosso nascimento em nossa psique e estamos separados e alienados do domínio espiritual. 

Nossos esforços para conquistas externas são projeções de um esforço mais profundo e muito mais fundamental para completarmos psicologicamente o processo do nascimento e para fazermos uma conexão espiritual. 

Não há fim para a nossa fome por conquistas externas, porque nunca temos o bastante do que, na verdade, não precisamos ou desejamos. 



A auto-exploração responsável e sistemática pode ajudar-nos a superar o trauma do parto e a fazer uma conexão espiritual profunda. 

Isto nos leva na direção do que os mestres espirituais do tao chamam de wu wei, ou "quietude criativa", que não é ação envolvendo o esforço ambicioso determinado, mas fazer por ser. Isto é chamado, às vezes, de "caminho do curso d`água", porque imita o modo como a água opera na natureza.

Em vez de nos concentrarmos em determinado objetivo pré-fixado, tentamos sentir a direção em que as coisas se movem e como podemos nos ajustar a esse movimento. 

Esta é a estratégia usada nas artes marciais e no surfe, que envolve o foco sobre o processo, em vez de no objetivo e no resultado. 

Quando conseguimos enfocar a vida dessa forma, acabamos por conquistar mais e com menos esforço. 

Além disso, nossas atividades não são egocêntricas, exclusivas e competitivas, como ocorre durante a busca de metas pessoais, mas inclusivas e sinérgicas. 

O resultado não nos traz apenas satisfação, mas serve também a um fim maior da comunidade.

Também observei repetidamente e já senti pessoalmente que, quando operamos nessa moldura taoísta, coincidências benéficas e sincronicidades extraordinárias tendem a ocorrer em apoio ao nosso projeto e nos ajudam em nosso trabalho. Descobrimos "acidentalmente" as informações que precisávamos, as pessoas certas aparecem no momento certo e os fundos necessários nos vêm inesperadamente.

Sonhos de Parto e Nascimento

 


Quem já não teve sonhos assim? 

Sonhar que está passando por um buraco ou fresta, de alguma maneira claustrofóbica, sendo a única saída disponível.

Sonhar que se está em um labirinto, ou num ambiente de arquitetura labiríntica, podendo ser sem-saída ou com uma saída quase impossível.

Sonhar que se está girando e caindo numa espécie de espiral, sem controle e com muita angústia.

Pois essas situações e sensações são muito parecidas com aquelas vividas num parto normal ou nascimento biológico, e é bem fácil acessar esse tipo de memória sensorial durante um sonho, que é quando a nossa consciência se abre para muitos aspectos inacessíveis no dia-a-dia.

Stanislav Grof, um psiquiatra tcheco, com 81 anos de idade, morando atualmente nos EUA, estudou por mais de 50 anos experiências psicodélicas e estados modificados de consciência sem drogas, em mais de 200.000 indivíduos desde os anos 1960.

Suas pesquisas clínicas demonstraram que reviver o próprio parto em estados modificados de consciência, inclusive em sonhos, tem um grande potencial de cura e transformação da personalidade.

Segundo a medicina tradicional, o nascimento é um evento inacessível à memória cognitiva, devido à falta de uma estrutura completa de neurônios de memória. 

Porém, diversas teorias psicológicas tais como a psicanálise Winnicotiana, a psicologia infantil de Melanie Klein, assim como estudos das fases do desenvolvimento do comportamento humano, atribuem uma significativa influência de problemas da gestação e do parto, nos comportamentos e nos modos de relação do bebê com o mundo, desde a esquizofrenia até distúrbios agressivos. 

Otto Rank foi o primeiro psiquiatra a citar a influência do "trauma do nascimento" na personalidade. Discípulo de Sigmund Freud, encontrou grandes resistências ao defender suas hipóteses sobre o trauma vivido pelo bebê ao perder a segurança da mãe, no momento do nascimento. 

Stanislav Grof, com suas pesquisas clínicas, nos revela que o trauma do nascimento é marcante em todos nós, não apenas quando saímos de dentro do corpo materno, mas desde a gestação até as fases biológicas do trabalho de parto. 

Ele denominou essas quatro fases do nascimento de Matrizes Perinatais. Matrizes, por serem padrões de experiências físicas e simbólicas, que remetem tanto ao nascimento biológico quanto a um renascimento psicológico do adulto, onde ele renova suas referências existenciais de ser-no-mundo com si mesmo e com os outros. Perinatal, por estar ao redor ou próximo (peri) do nascimento (natal). 

O parto é a nossa chegada inicial e marcante ao mundo. E podemos reviver as sensações de estar nascendo ou morrendo (ansiedade, pânico, tontura) quando estamos prestes a uma mudança existencial significativa (crise da adolescência, casamento, novo emprego, perda de situações conhecidas, etc). O parto é ao mesmo tempo uma experiência de morte e renascimento.

Ao reviver o próprio parto, somos adultos regredindo a uma experiência remota, onde a consciência adulta é capaz de atribuir um significado adulto e maduro a uma situação de vulnerabilidade e insegurança, vivida por um bebê.

Ainda que o nascimento biológico exerça uma influência, devemos ser cautelosos para não reduzir todos os problemas de saúde físicos e psicológicos a problemas de gestação ou dificuldades do parto.

As Cinco Forças da Autorrealização Humana

Existem forças ou padrões de experiências que somos capazes de acessar, e que nos conectam com as bases da existência.

Quando chegamos ao mundo, passamos por essas forças durante o nascimento biológico e além dele, na vida adulta.

Posteriormente, repetimos esses mesmos padrões em diversas situações. São as forças que nos movimentam física, mental e espiritualmente.

1a Força - Segurança, concentração e preparação da energia.

Gestação dentro do útero materno. Todas as condições são ideais para a geração do corpo do bebê, alimentação, crescimento e proteção.

Na vida pós-natal e adulta, são situações onde tudo se encontra em equilíbrio ou zona de conforto. Lugar ou situação onde não há necessidade de mudança.

Aspectos positivos: generosidade, otimismo, busca de prazer, abertura para o mundo, espontaneidade.

Aspectos desafiadores: Vulnerabilidade, Ingenuidade, Falta de foco e motivação. 

2a Força - Interiorização e medo

Início do trabalho de parto, a bolsa do útero se rompe, fazendo com que todo o líquido amniótico seja eliminado, junto com o calor e a proteção do estágio anterior.

Contrações uterinas expulsam o bebê do útero, em direção ao canal do parto. A abertura ainda é muito pequena para permitir a passagem do corpo do bebê, então, ele fica entalado e preso.

Desenvolvimento da cautela, amadurecimento e sabedoria. Contato com as profundezas e aspecto espiritual da existência. Continuação da jornada do Herói, descida ao submundo e ao Inferno.

Na vida pós-natal e adulta, relação com todas as situações de vitimização, impotência, medo, incerteza, pânico e sensação de sem-saída.

Sentimentos e sensações relacionados:
Depressão, certeza da finitude, falta de esperança, ausência de futuro, prisões, identificar-se com prisioneiros de campos de concentração, pacientes de hospital psiquiátrico.

3a Força - Determinação e luta pela sobrevivência.

O bebê se encontra dentro do canal de parto, existe uma luz no fim do túnel. Enormes pressões mecânicas são exercidas sobre o seu corpo, despertando forças instintivas de reação e luta pela sobrevivência.

Na vida pós-natal e adulta, é a fase de máxima expansão da energia corporal e mental, raiva, agressividade, contato com outras pessoas. Agitação e dificuldade de ficar parado.

4a Força - Responsabilidade, reconhecimento do esforço e integração das dualidades.

Finalmente, após um grande esforço e, também, entrega e perdas, chegamos ao fim de uma jornada. Saímos de dentro do corpo da mãe, e somos um ser separado dela. Encontramos um novo lar. Dessa vez, reconhecendo a nossa força pessoal e limites.

5a Força - Transcendência e identificação com o Todo.

Somos capazes de ir além do ciclo de morte e renascimento, reconhecendo a transitoriedade e constante transformação que somos, o tempo todo. Podemos nos apegar a algum aspecto que nos defina, mas sempre seremos surpreendidos pela Transcendência.

Autor:
Antonio Vaszken Dichtchekenian - Psicólogo e especialista na teoria de Stanislav Grof. Pesquisador e psicoterapeuta de Renascimento.

Trecho - Cura Profunda - Stanislav Grof - Cap2

Trecho do livro "Cura Profunda - A Perspectiva Holotrópica" - Stanislav Grof. 2015, Editora Numina.

Capítulo 2 - Psicologia do futuro: lições da pesquisa moderna da consciência. Páginas 59 - 63  

"Relato de uma sessão psicodélica com alta dose, exemplo típico de MPB 1 (vida intrauterina), abrindo em alguns momentos para o nível transpessoal. "

"Tudo o que eu estava experienciando era uma sensação de mal-estar que parecia uma gripe. Eu não podia crer que uma dose alta de LSD, que em minhas sessões anteriores havia provocado mudanças dramáticas - até o ponto de, em certas ocasiões, ficar com medo de que minha sanidade ou mesmo minha vida estivesse em jogo - pudesse evocar uma resposta tão pequena.

Decidi fechar os olhos e observar cuidadosamente o que estava acontecendo. Neste momento, a experiência pareceu se aprofundar, e me dei conta de que o que parecia, com os olhos abertos, ser uma experiência adulta de doença viral, então se transformou numa situação realista de um feto sofrendo insultos tóxicos estranhos em sua existência intrauterina.

Encolhi drasticamente e minha cabeça era desproporcionalmente maior do que o resto do corpo e as extremidades. Estava suspenso em um meio líquido e alguns químicos nocivos estavam sendo canalizados para dentro de meu corpo pela área umbilical. Utilizando alguns receptores desconhecidos, eu detectava essas influências como nocivas e hostis ao meu organismo. Enquanto isso acontecia, estava ciente de que esses 'ataques' tóxicos tinham algo a ver com a condição e a atividade do organismo materno. Ocasionalmente, podia distinguir influências que pareciam ser devidas à ingestão de álcool, comida inapropriada ou fumo, e outras que percebia como mediadores químicos das emoções de minha mãe - ansiedade, nervosismo, raiva, sentimentos conflitantes em relação à gravidez e até mesmo excitação sexual.

Então a sensação de doença e indigestão desapareceram, e comecei a sentir um estado de êxtase que se intensificava cada vez mais. Meu campo visual tornou-se mais claro e brilhante. Era como se múltiplas camadas grossas e sujas de teias de aranha estivessem sendo magicamente rompidas e dissolvidas, ou como se um projetor de filme ou uma televisão de baixa qualidade tivessem o foco ajustado por um técnico cósmico invisível. A cena se abriu e uma quantidade incrível de luz e energia estava me envolvendo e transmitindo vibrações sutis por todo meu corpo.

Em um nível, eu era um feto tendo a experiência de extrema perfeição e felicidade de um bom útero e podia alternar para a experiência de um recém-nascido fusionado com o seio nutridor e provedor de vida da minha mãe.

Em outro nível, estava testemunhando o espetáculo do macrocosmo com inúmeras galáxias pulsantes e vibrantes e, ao mesmo tempo, podia realmente me tornar esse macrocosmo. Essas visões radiantes e de perder o fôlego eram misturadas com experiências do igualmente miraculoso microcosmo, desde a dança dos átomos e moléculas até as origens da vida e do mundo bioquímico de células individuais. Pela primeira vez, experimentava o universo tal como ele é - um mistério insondável, um jogo divino de energia. Tudo nesse universo parecia estar consciente e vivo.

Por algum tempo, eu oscilava entre o estado de um feto sofrido e doente e a existência intrauterina feliz e serena. Às vezes, as influências nocivas assumiam a forma de demônios insidiosos ou criaturas malévolas do mundo dos contos de fada. Durante os episódios sem distúrbios da existência fetal, tive a sensação de identidade e unidade com o universo. Era o Tao, o Além que Está Dentro, o Tat tvam asi (Você é Isso) dos Upanishads. Perdi o senso de individualidade; meu ego disolveu-se e tornei-me toda a existência.

Certas vezes essa experiência era intangível e sem conteúdo, outras vezes era acompanhada de muitas belas visões - imagens arquetípicas do Paraíso, a cornucópia fundamental, a era dourada ou a natureza virginal. Eu me tornei um golfinho brincando no oceano, um peixe nadando em águas cristalinas, uma borboleta sobrevoando vales nas montanhas e uma gaivota deslizando sobre o mar. Eu era o oceano, os animais, as plantas e as nuvens - às vezes todos esses ao mesmo tempo.

Nada de concreto aconteceu depois à tarde e à noite. Passei a maior parte do tempo me sentindo unida à natureza e ao universo, banhada em luz dourada que lentamente perdia sua intensidade."

#stanislavgrof #intrauterina #transpessoal #psicodelia #feto #perinatal

Qual Terapia Funciona Para Você?


O que você acha mais fácil? Relaxar o corpo, e descansar depois de um dia carregado com uma boa noite de sono, uma massagem... Ou relaxar a alma, descansar dos mesmos pensamentos de todos os dias, e ter alguma mudança perceptível sobre você mesmo e a sua própria vida? A alma, neste contexto, não tem nenhum significado metafísico. Trata-se de uma dimensão sensível, que compreende o mundo e dá sentido à sua existência. Quando fazemos alguma atividade física que nos permite relaxar durante uma hora, ou até mais, é possível alterar a nossa relação com os pensamentos e emoções, pois existe uma relação direta entre o corpo e a alma. Aquilo que sentimos e pensamos pode afetar nosso corpo e a saúde orgânica. Da mesma forma, atividades físicas como uma caminhada, yoga, ou uma relação sexual podem modificar os estados emocionais em que nos encontramos.


Mas, e quanto ao aspecto emocional e psicológico? Não sei se você já teve a oportunidade de fazer psicoterapia ou alguma outra terapia voltada para os aspectos da personalidade. Talvez você tenha conhecido um psicólogo (ou terapeuta) que pôde ajudar você a compreender os significados e as causas dos seus problemas, pelo menos dos principais que lhe afligiam. Não é preciso tanto: uma pessoa mais experiente dentro do seu círculo de relações (um tio, avó, alguém que você escolheu), que lhe explicavam coisas da vida, e permitiam que você visse tudo com novos olhos!


Tudo depende das experiências que você teve até agora: o autoconhecimento pode ter tido momentos agradáveis, outros razoavelmente difíceis. Se suas mudanças vieram junto com doses de sofrimento e conflitos, isso pode marcar em sua mente um caminho doloroso quando você pensa em transformação pessoal e autoconhecimento. Pare por um momento, e faça uma recapitulação da sua história. Quais acontecimentos lhe marcaram e transformaram a sua vida? Você se sente um protagonista ou um espectador? O que sente pelas pessoas à sua volta, e o que elas sentem por você? Essas perguntas lhe agradam ou incomodam?

Mudar o seu comportamento por conta própria é uma das tarefas mais desafiantes que uma pessoa se propõe a realizar. Quantas vezes já tentou mudar um pensamento ou sentimento incômodo em relação a situações conhecidas? Ou então, desejou se sentir diferente com relação a uma pessoa próxima?


A psicoterapia verbal é um tipo de terapia muito conhecida e valorizada pela ciência. É uma opção, entre muitas outras, mas não serve para todas as pessoas, em todos os momentos de vida. Uma terapia deve atender às necessidades dos pacientes, e não o contrário. É necessário respeitar o jeito que cada pessoa vive o mundo e a si mesma. Porque são as experiências que transformam as pessoas, não apenas uma palavra ou a interpretação de um terapeuta. Essa é uma dentre muitas das razões, pelas quais as pessoas buscam novidades. Elas querem ter experiências que lhes permitam transformar os sentimentos, as crenças e os conceitos a respeito do mundo e delas mesmas.


Partindo deste princípio, as psicoterapias vivenciais são uma modalidade de terapia que, através de recursos diferenciados, além da conversa ou análise, facilita o acesso à nós mesmos. Costumam ter resultados efetivos, que ocorrem em relativamente pouco tempo. Nessas terapias, a conversa se limita ao básico, sem análises ou explicações sobre a experiência. Porque a psicoterapia experiencial tem como foco as experiências, e não as explicações destas. No devido tempo, a compreensão da experiência e os seus efeitos aparecem para a pessoa, sem a necessidade de uma intervenção externa do terapeuta. Você passa por um entrevista inicial, onde são obtidas informações da sua história de vida e saúde física. Antes de iniciar as sessões, são explicados quais são os procedimentos, como por exemplo, deitar, fechar os olhos, respirar desse modo, etc. Se a pessoa quiser, a conversa ajudar a compreender o que foi vivido. Mas não é o único caminho.

Então, existem vários tipos de terapia voltadas para o autoconhecimento, que utilizam ferramentas variadas, além da conversa: respiração consciente, ressignificação de memórias, exercícios e movimentos corporais, terapia através da expressão artística, entre outras. Cabe a você descobrir qual delas funciona melhor para a sua pessoa. Afinal, terapia é sinônimo de sentir-se melhor com você mesmo.

Planeje O Seu Futuro

Você já fez os seus planos para o ano que vem? Não precisa ser exclusivamente o ano novo cristão, pode ser o ano novo do seu aniversário, ou ainda um momento novo que você escolhe realizar por sua conta própria.

Quando eu penso em planos para o futuro, costumo pensar:
- Quero mais disso, menos daquilo...
- Quero ser melhor nessa atividade...
- Quero ganhar mais dinheiro do que agora...ou fazer mais atividades do que agora...

Ou seja, o plano consiste em aspectos comparativos: serei MAIS do que sou, terei MAIS, serei MELHOR nisso do que sou agora, e assim por diante.

O problema é que ISSO NÃO FUNCIONA!
Sabe por quê? Dessa forma, estamos nos comparando NEGATIVAMENTE em relação ao futuro. Como o futuro não existe, é apenas um PLANO, ou PROJETO VIRTUAL, aquilo que é REAL e PRESENTE fica prejudicado.

Então, como fazer? Pense e planeje metas CONCRETAS:

- Quero fazer X por mês no ano que vem...
- Quero conseguir realizar TAL atividade ou projeto específico...
- Vou correr X kilometros por dia no ano que vem..

Assim, pelo menos temos projetos DELIMITADOS e que não fazem parte de um JULGAMENTO ou AVALIAÇÃO do momento PRESENTE.

Como já dizia o B.F. Skinner, o reforço negativo (punição) não funciona. Mesmo assim, somos MESTRES nisso, em relação a nós mesmos... (Essa segunda frase não sei se é dele mesmo)

Vou fazer, e depois lhes conto os resultados.

Otto Rank

Citações de Otto Rank

http://www.ottorank.com/home/quotes-by-rank

 

- Diario - Dezembro 1904

"A correta didática da análise é aquela que não difere em nada do tratamento curador. Como, realmente, poderá o futuro analista aprender a técnica se ele não a experimenta exatamente como deve aplicá-la depois?"
Cena da série "Em Terapia" (In Treatment) pela HBO - todos os direitos reservados
- Extraído de uma carta a Jessie Taft, citada em "Denial of Death (A Negação da Morte)", de Ernest Becker
Projeção e Identificação

"Quanto mais rica - ela é, mais variada e completa - a vida emocional de um indivíduo, menos ele tende à projeção, e mais inclinado ele será à identificação. Sua válvula de escape e satisfação vem da identificação de si mesmo com as emoções do outro. Por outro lado, quanto mais estreita e restrita é a vida de um indivíduo, mais intensas serão as suas poucas emoções, menos inclinado a, e menos capaz de, identificar-se - a falta do que ele tem de compensar através da projeção. Projeção, assim prova-se ser um mecanismo de compensação que ajusta uma ausência/falta interna. Identificação, por outro lado, é uma expressão de abundância, do desejo por união, por alianças, por compartilhamento."

Chelsea, time de futebol de Londres da Inglaterra

Na Sociedade Psicanalítica de Viena

(...) Em 1924 Rank publicou "O Trauma do Nascimento", explorando como a arte, mito, religião, filosofia e terapia foram iluminadas pela "ansiedade de separação" na "fase antes do desenvolvimento do Complexo de Édipo" (p.216 - do original). Mas não existia tal fase nas teorias de Freud. O Complexo de Édipo, explicado por Freud exautivamente, era o núcleo da neurose e a fonte original de toda arte, mito, religião, filosofia, terapia - de toda cultura humana e civilização. Foi a primeira vez que alguém do círculo interno se atrevera a sugerir que o Complexo de Édipo pudesse não ser o supremo fator causal na psicanálise. Também foi a primeira vez que alguém no círculo interno se atrevera a sugerir que haveria um complexo "pré-Edipiano" - um termo que não existira até aquele ponto. Rank foi o primeiro a usar o termo "pré-Edipiano" em um fórum público psicanalítico em 1925 (Rank, 1996, p.43 - do original). Na nova edição do Dicionário Oxford Inglês, Rank será creditado como criador desse termo, que se pensava ter sido introduzido por Freud em 1932.
Édipo e a esfinge


Influência

Rollo May, um pioneiro da psicoterapia existencial nos Estados Unidos, foi profundamente influenciado pelas leituras e escritas pós-freudianas de Rank, e sempre considerou Rank o mais importante precursor da terapia existencial. Logo após sua morte, Rollo May escreveu o pósfácio a coleção editada por Robert Kramer dos escritos americanos de Rank. "Sempre achei Otto Rank o grande gênio irreconhecido no círculo de Freud," disse May (Rank, 1996, p.xi - do original).

Rollo May: 1903-1995

Em 1936 Carl Rogers, o psicólogo mais influente nos EUA depois de William James, convidou Otto Rank a fazer uma série de leituras em Nova Yorque sobre os modelos pós-freudianos de terapia experiencial e relacional rankianos. Rogers se transformou com essas leituras e sempre creditou Rank por haver moldado profundamente a terapia "centrada no cliente" e toda a profissão de counselling. "Eu me contaminei com as idéias de Rank," disse Rogers (Rank, 1996, p.263 - do original)
Carl Rogers: 1902-1987
O escritor Paul Goodman, que foi co-fundador com Fritz Perls do método da Gestalt de psicoterapia, um dos mais populares no mundo atualmente, e um que usa o modelo aqui-e-agora de Rank no seu trabalho, descreveu as idéias pós-freudianas de Rank sobre arte e criatividade como "acima dos elogios (beyond praise)" em Gestalt Terapia. (Perls, Goodman and Hefferline, 1951, p.395 do original).
Paul Goodman: 1911-1972
Fritz Perls: 1893- 1970

Em 1974, o sociólogo Ernest Becker ganhou o prêmio Pulitzer por "The Denial of Death"(A Negação da Morte) (1973), que se baseou nos escritos pós-freudianos de Rank, especialmente "Will Therapy"(Terapia da Vontade) (1929-31), "Psychology of the Soul"(Psicologia da Alma) (1930) e "Art and Artist"(Arte e Artista) (1932).

Ernest Becker: 1924-1974

O padre e teólogo americano Mathew Fox, fundador da Creation Spirituality e Wisdom University, considera Rank como um dos mais importantes psicólogos do século 20. Veja, especialmente, o livro dele, Creativity:Where the Divine and the Human Meet (Jeremy P.Tarcher,2002), paperback: ISBN 1-58542-329-7.
Stanislav Grof: 1931

Stanislav Grof, um dos fundadores da psicologia transpessoal, baseou muito do seu trabalho em psicologia pré-natal e perinatal no "Trauma do Nascimento" de Rank.Hoje, Rank pode ser visto como um grande pioneiro nos campos da psicologia humanista, psicoterapia existencial, terapia Gestalt e psicologia transpessoal.


Stanislav Grof - Sobre o trauma do nascimento de Otto Rank
(Fonte: Grof, Stanislav - Além do Cérebro: nascimento, morte e transcendência em psicoterapia, SP: McGraw Hill, 1987 - páginas 127 a 129 - O mundo da psicoterapia)

"Com relação ao trauma do nascimento, Freud foi o primeiro, na psicologia, a chamar a atenção para a possibilidade de que pudesse ser o protótipo e fonte de todas as ansiedades futuras."
"Enquanto Freud enfatizava as extremas dificuldades psicológicas do processo como fonte de ansiedade, Rank relacionava a ansiedade com a separação do útero materno como se fosse a separação de uma situação paradisíaca, de gratificação incondicional e livre de esforços."
"O conflito central do homem consiste no desejo de retornar ao útero e no medo deste desejo. Como resultado, qualquer mudança de uma situação agradável para uma desagradável produzirá sentimentos de ansiedade."
"A teoria de Rank acentua o elemento de separação da mãe e a perda do ventre materno como os aspectos traumáticos essenciais do nascimento. Para ele, o trauma é ser a situação pós-natal bem menos favorável que a pré-natal. Fora do ventre, a criança encara irregularidade de alimentação, ausência da mãe, oscilações de temperatura e altos ruídos. Ela deve respirar, engolir alimento e expelir matéria supérflua."
"O nascimento não é traumático apenas porque a criança se transfere de uma situação paradisíaca no ventre para condições adversas no mundo exterior; a própria passagem através do canal cervical impõe sofrimento e enorme tensão emocional e física."
"A maioria das condições psicopatológicas tem raízes na dinâmica da MPB II e MPB III, que refletem experiências sofridas durante o tempo intermediário entre o tranquilo estado intra-uterino e a existência pós-natal no mundo exterior. No processo de reviver e integrar o trauma do nascimento, o indivíduo pode estar lutando por um retorno ao ventre ou, inversamente, pela conclusão do nascimento e saída fora do canal cervical, dependendo do estágio perinatal. A tendência para exteriorizar e descarregar as sensações reprimidas e as energias geradas durante a luta pelo nascimento representa uma profunda força motivadora para um amplo espectro de comportamentos humanos. Isso é especialmente verdadeiro quando se trata de agressão e sadomasoquismo, duas condições para as quais a interpretação de Rank era particularmente inconvincente. Além disso, como aconteceu com Freud, Adler e Reich - , escapa a Rank uma genuína compreensão dos campos transpessoais."

Sobre a Psicoterapia

Sobre a Psicoterapia – Antonio Vaszken

Muita gente quando ouve falar em psicoterapia pode imaginar erroneamente uma situação onde alguém está prestes a ficar desequilibrado mentalmente, ou alguém precisa ser controlado na agressividade, na desobediência, rebeldia, ou ainda tornar alguém capaz de seguir um tipo de padrão. Ninguém está na vida para ser controlado, dirigido, impedido de ser livre, ou posto num lugar onde não lhe pertence.

Na verdade, vivemos nossas vidas durante muito tempo sem ter a noção daquilo que estamos sentindo, de quais coisas gostamos, do por quê precisamos de algumas relações, ou por quê não nos sentimos do jeito que achamos que deveríamos.

Isso acontece por estarmos olhando para nós mesmos a partir de um referencial comparativo, e meramente externo, onde esperamos encontrar respostas sobre essas perguntas em outras pessoas – nos amigos, pais, família, colegas – ou na cultura, quer seja observando comportamentos de outros grupos, ouvindo falar como deveriam ser as coisas, etc.

Essa maneira de ver é baseada no senso comum, onde as pessoas devem se comportar de uma maneira correta ou normal. Em geral, vemos que não somos nós quem temos problema, são os outros que não atendem às nossas expectativas.

A psicologia tem várias linhas de pensamento e métodos de trabalho como a Psicanálise, Cognitivo Comportamental, Existencialista, Transpessoal. De uma maneira geral, são baseadas em visões de ser-humano e de saúde. Essas visões, que podem ser parecidas ou distintas entre si, formam a base que o psicólogo se utiliza para tratar os pacientes. Tais fundamentos, e mais o treinamento que se tem para lidar com o discurso e as questões da vida dos pacientes, já servem como auxílio para que possa ocorrer um processo de auto-conhecimento.

Apesar disso, muitos pacientes (ou clientes, como alguns costumam chamar) ainda questionam os psicólogos quando estes são ou parecem ser muito novos, e portanto, segundo o senso comum, inexperientes na vida e supostamente incapazes de cumprirem com a função de ajuda.

Trata-se de compreender que tal situação de profissional jovem não necessariamente implica em incapacidade, pois a competência profissional não depende exclusivamente da experiência de vida pessoal, mas sim do treinamento e formação que se obtém durante a faculdade e cursos de aperfeiçoamento.

O senso comum não se aplica dentro do contexto terapêutico, ainda que ele esteja presente em questões pessoais do paciente. Porém, o psicólogo é treinado a não seguir esse senso comum, que diz aquilo que a estatística ou as médias populacionais dizem a respeito do que é normal ou do que não é normal.

Ele tem como base outros fundamentos que dizem respeito àquilo que mais se aproxima da realidade psíquica dos pacientes, ou seja, do ponto de vista dos pacientes a respeito da sua própria existência. De uma maneira resumida, o que faz com que nos comportemos de uma ou de outra maneira é como vemos e compreendemos a nós mesmos e o mundo que nos rodeia. O psicólogo tem uma função terapêutica de compreender como é a visão de mundo e de si mesmo do seu paciente, sem julgamentos, sem dizer se ele está certo ou errado.

Por exemplo, se uma paciente tem dificuldade de relacionamento com os pais, onde eles vivem criticando suas escolhas e atitudes, e ela vive se queixando da cobrança deles, etc, o senso comum diria o que? Que uma das pessoas está errada, que ou os pais devem mudar, ou a pessoa deve mudar, pois alguém ou alguma coisa está errada. Então, é preciso mudar o comportamento, ou dar alguns conselhos para fazer com que o paciente mude de atitude, mude de valores. Ou então ajuda-lo a conviver com os pais de uma maneira mais realista.

Saindo do senso comum, o psicólogo não julga e não critica, e só isso já é uma grande coisa, pois o paciente não se sente cobrado, e pode perceber se ele mesmo não está se julgando e criticando, mais até do que os outros possam estar fazendo. Um dos objetivos mais importantes, senão o mais importante da psicoterapia, é fazer cada pessoa se sentir e saber que é responsável por sua própria existência. Nesse caso específico citado, o paciente precisa escolher o que ele quer fazer da sua vida, se ele vai continuar dependendo dos pais, da opinião deles, descobrir do que ele gosta e o que quer para que sua existência seja mais plena e completa. Por que, por exemplo, ele escolheu usar drogas? Será que as drogas são a única coisa boa na vida, ou existem outras maneiras de se sentir bem consigo mesmo? Será que suas relações não estão fazendo com que ele se afaste das pessoas, por motivos pessoais? É assim que costuma trabalhar um terapeuta em um caso como este. Fazer a própria pessoa perceber todos os aspectos da sua vida, de que maneira a pessoa se coloca nas diversas situações da vida.

A função de tentar controlar a vida dos outros não é saudável para nenhuma das partes. Talvez durante a fase onde a criança precisa de modelos a seguir, precisa que lhe digam o que é certo e errado, o que fazer em certas situações, isso possa ser um tipo de controle. Depois, o que acontece é que cada pessoa passa a ser controlada por seus próprios pensamentos, crenças, condicionamentos, e nem sempre percebe-se responsável por sua própria maneira de viver a vida.

O paradigma, ou modelo que se tem no senso comum é o de controle: controle de si mesmo, controle da vida, controle dos outros, em alguns casos. Os pais querem controlar os filhos, fazer com que eles sejam mais educados e inteligentes, que estudem mais, e prestem atenção na escola. Alguém que nunca fez terapia antes quando criança, e chega num consultório de psicologia em idade adulta, cheio de dúvidas e questionamentos, pode sentir em algum momento que será controlado pelo terapeuta, ou sem perceber pode tentar controla-lo. Ou então quem chega com um problema específico, quer uma resposta e solução rápidas, quer saber como controlar o próprio comportamento, os sentimentos, as ações.

Essa visão de controle que existe no senso comum e na vida cotidiana não se aplica dentro dos consultórios, mesmo nos casos onde seja exigido um rigoroso acompanhamento do paciente, em casos de álcool e drogas, ou em compulsões e estados emocionais patológicos graves. O que existe é um acompanhamento rigoroso, que leva em conta cada movimento, comportamento, pensamento, para que assim o paciente possa perceber clara e mais facilmente tudo o que acontece com ele, e tenha mais oportunidade de escolher mudar.

Finalizando, gostaria de deixar clara a distinção entre a maneira pela qual se vive no dia a dia, que é uma maneira onde o controle, o julgamento, o medo e o engano podem estar presentes. E a maneira de estar presente no consultório de um psicólogo ou terapeuta, que não julga, não controla o comportamento do paciente, não usa o medo ou o engano como motivação para o paciente. Busca a autenticidade, ser verdadeiro consigo e com este, tentando esclarecer tudo o que se passa dentro de cada pessoa que está na sua frente.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E ESPIRITUALIDADE

Ser-Humano e Robôs

Hoje em dia não usamos muito o termo "robô". Tal palavra era usada nos anos 60 ou 70, e acredito que até um pouco depois. Hoje em dia ouvimos "ciborgue", que significa "cybernetic organism" ou organismo cibernético, no caso de filmes como "Exterminador do Futuro". Atualmente já se trabalha com o conceito de Inteligência Artificial, que é uma realidade concreta, cada vez mais avançada. O quociente de inteligência de tais máquinas vai aumentando a cada ano. Enquanto os cérebros eletrônicos não forem construídos e montados de maneira semelhante ao nosso cérebro humano, principalmente levando em conta a estrutura neuronal, parece que não temos muito com o que se preocupar. O sistema binário de zeros e uns ainda é distante do sistema neuronal e de redes com o qual nosso cérebro parece funcionar.

Conforme a visão a respeito do futuro e da própria realidade social e tecnológica vai mudando, menos otimista é a perspectiva. Fazemos os robôs e cérebros eletrônicos à nossa imagem, ou seja, procuramos replicar a nossa maneira de pensar, perceber e compreender o mundo aplicada às criaturas robóticas e às criações de inteligência artificial. O computador é uma tecnologia atualmente interativa, e mesmo que não tenha inteligência do mesmo grau da humana, é uma tentativa de criar um espaço interativo e inteligível sem a necessidade da presença de outro ser humano.

Sendo a inteligência artificial (IA) uma criação humana, projetamos nela as nossas inseguranças, pensamentos e maneiras de perceber o mundo. No caso específico da relação IA x Homem, o que percebemos? A IA é vista pela ficção científica e pela ciência de cunho mais crítico uma grande ameaça à própria humanidade. Já estamos esperando que chegue o dia em que as máquinas e robôs substituam os humanos nas decisões corporativas. Já se observa uma subtituição de trabalho humano braçal por trabalho robótico em fábricas e em processos de produção em série, por exemplo. O ser humano não é mais páreo para o computador no xadrez, o campeão mundial de xadrez perdeu várias partidas para um supercomputador. Será que teremos também uma revolução dos robôs contra os humanos, como visto no filme “Exterminador do Futuro” ou “Eu, Robô”?

Se continuarmos a nos relacionar com a natureza, nosso criador, seja ele o que for, de uma maneira destruidora, é altamente provável que também estaremos criando seres que sejam capazes de nos destruir, como máquinas altamente inteligentes e perigosas.

Alguma alternativa menos ameaçadora à vista? Sugiro uma mudança na consciência humana. Se cada vez mais pessoas puderem enxergar que somos criaturas criadas por uma força criativa, e pararem de tentar controlar e lutar contra tal força, de uma maneira imatura e mesquinha, é possível que, além de melhorar a condição do nosso planeta, também enxerguemos a IA de uma maneira bem menos ameaçadora, dando a ela uma finalidade cooperativa e não meramente competitiva. Para isso é preciso enxergar o mundo, os outros e a natureza de uma forma diferente da que é vista agora pela ciência contemporânea.

Da mesma forma que a espiritualidade assume que existe uma forma de consciência superior presente em todas as formas de vida, e que o ser humano é uma criatura de tal forma superior, e nem por isso precisa controlar totalmente todas as características e qualidades manifestas e potenciais, mas sim respeitar o vasto campo de habitantes mundanos; então podemos construir, programar inteligências artificiais com leis semelhantes.

As 3 leis da robótica, de Isaac Asimov já deu uma grande contribuição nesse campo.

Abaixo, as 3 Leis da Robótica, da Wikipedia:
" As Três Leis da Robótica são leis que foram elaboradas pelo escritor Isaac Asimov em seu livro de ficção I, Robot ("Eu, Robô") que dirigem o comportamento dos robôs. São elas:
  • 1ª lei: um robô não pode fazer mal a um ser humano e nem, por inacção, permitir que algum mal lhe aconteça.
  • 2ª lei: um robô deve obedecer às ordens dos seres humanos, excepto quando estas contrariarem a primeira lei.
  • 3ª lei: um robô deve proteger a sua integridade física, desde que com isto não contrarie as duas primeiras leis.
Mais tarde foi introduzida uma "lei zero": um robô não pode fazer mal à humanidade e nem, por inacção, permitir que ela sofra algum mal. Desse modo, o bem da humanidade é primordial ao dos indivíduos.
A chamada lei zero, porém, tem o sério problema de transferir ao robô o poder (possibilidade) de avaliar, diante das situações concretas, se o interesse da humanidade se sobrepõe ao interesse individual. Tal possibilidade abre uma perigosa brecha para a ditadura das máquinas, que elegeriam por si qual é o bem maior, sendo-lhe permitido, inclusive, fazer o mal a um ser humano (indivíduo), caso entendam que isso é melhor para a humanidade. Por essa razão, a chamada lei zero da robótica é questionada e sua existência não é um consenso."

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Transpessoal, Transcendente, Sagrado, Espiritual, Intencionalidade...

Glossário:
awareness = estado de consciência, percepção
consciência = substantivo

Trecho traduzido por Antonio Vaszken, do livro:
"Phenomenological Inquiry in Psychology - Existential and Transpersonal Dimensions"
Edited by Ron Valle. 1998, Plenum Press, New York.

Capítulo: Awareness Transpessoal
Sub-item: Awareness Transpessoal / Transcendente

(...) Existem experiências ou certos tipos de "awareness", entretanto, que não parecem ser capturadas pelas reflexões fenomenológicas nas descrições das nossas conceitualmente reconhecidas e/ou pré-reflexivas experiências das coisas. Frequentemente apontadas como transpessoal, transcendente, sagrado, ou experiências espiritual, estes tipos de "awareness" não são exatamente "experiências", na maneira que normalmente dizemos, e nem são o mesmo que nossas sensações pré-reflexivas. A noção fenomenológica-existencial de intencionalidade é util para entendermos essa distinção.

Perceba que as palavras "transpessoal", "transcendente", "sagrado" e "espiritual" apresentam sutis diferenças. Por exemplo, "transpessoal" costuma se referir a toda experiência que é trans-egóica, incluindo tanto as realidades arquetípicas do inconsciente coltetivo de Jung quanto awareness trancendentes radicais. Enquanto que as noções de inconsciente coletivo se referem a estados mentais mais profundos ou além de nossa consciência de ego, "transcendente" se refere a uma completa soberania ou awareness de alma sem a menor tendência de se auto-definir em termos de qualquer coisa fora de si-mesmo, incluindo conteúdos da mente, sejam conscientes ou insconscientes, pessoais ou coletivos (awareness não só trans-egóica, mas trans-mental). Esta distinção entre awareness transpessoal e transcendente pode, de fato levar à emergência de uma "Quinta força" ou mais puramente, Psicologia Espiritual.

Voltando à psicologia fenomenológica-existencial, intencionalidade se refere à própria natureza ou essência da consciência, como ela se apresenta. Se diz que a consciência é intencional, querendo dizer que a consciência sempre contém um objeto, ou seja um objeto físico, outra pessoa, ou uma idéia ou sentimento. Consciência é sempre uma consciência de "algo" que não seja a consciência em si. Essa descrição / definição particular de intencionalidade implica diretamente a profunda, implícita interelação entre percebedor e o que é percebido, que caracteriza a consciência nessa abordagem. É essa inseparabilidade que nos permite, através da reflexão disciplinada (rigorosa), iluminar o significado que estava antes implícito e sem-linguagem para nós na situação vivida.

Awareness transpessoal / transcendente, por outro lado, parece de alguma maneira "a priori" desse domínio reflexivo / pré-reflexivo, se apresentando mais como um espaço ou chão de onde emergem nossas experiências comuns e senso-perceptivas. Esse espaço ou contexto se apresenta nessa awareness, entretanto, e é desse modo conhecida para quem a experiencia. Implícita nessa awareness, além disso, está a direta e inegável realização que este fundamental espaço não é do campo fenomenal do percebedor e do percebido. Ao invés disso, é numinoso, espaço unitivo de / para onde a consciência intencional e a experiência fenomenal, ambas se manifestam.

Pessoalmente, vim a reconhecer as seguintes 6 qualidades ou características da awareness transpessoal / transcendente (frequentemente através da meditação). (de "A Beggining Phenomenology of Transpersonal Experience"; Valle, 1989, pp 258-259)

1) Existe uma quietude e paz que sinto existirem como tais e, ao mesmo tempo, como "fundo" de todos os pensamentos, emoções ou sensações (corporais e outras) que podem surgir / emergir ou cristalizarem-se em ou vindo dessa quietude. Experiencio isto como um "é" (isness) ou "sou" (amness), o invés de um estado de "coisa" (whatness) ou "Eu sou isto ou aquilo". Esta paz é, pela sua própria natureza, nem ativa nem corporal. E é assim, anterior aos níveis pré-reflexivos e reflexivos da consciência.

2) Existe, penetrando em tudo, uma aura ou sentimento de amor por e contentamento com tudo o que existe, um sentimento que está simultaneamente na minha mente e no meu coração. Embora seja raramente forcada como um desejo específico por qualquer pessoa ou coisa, ele é em grande parte experienciada como uma energia interna intensa o "pressão" inspirada que anseia, e até "brada", por uma expressão criativa e apaixonada. Sinto uma inclusão de todos e de tudo do jeito que eles são, o que literalmente se funde numa paz profunda quando me vejo capaz de simplesmente "deixar tudo ser". Paz de espírito é, nesse caso, paz de coração.

3) Existindo como ou com a paz e amor, há uma diminuta e ausente sensação de Eu. O senso comum de "Eu estou pensando ou sentindo isso ou aquilo" se torna uma presença plena de "Eu sou", ou apenas, quando é numa forma mais intensa, um "Sou" (puro Ser no sentido Heideggeriano). O senso de "observador" e "aquilo que é observado" se dissolveu, pois já não há "aquele" para perceber como normalmente experienciamos essa identidade e relação.

4) Meu senso normal de espaço parece transformado. Não existe mais a sensação de "estar ali", de se estender e ocupar um espaço, mas, parecido ao item anterior, apenas Ser. Também, há uma perda da consciência do meu corpo enquanto uma coisa ou recipiente espacial. Esta perda alcança desde a experiência de distância das entradas sensoriais, até um esquecimento da existência do próprio corpo. É aqui que a minha sensação limitada de espaço corporal toca a sensação de infinito.

5) O tempo também é um pouco diferente do meu senso cotidiano de tempo linear. Tanto quanto o corpo é esquecido, não há pensamentos lutando no passado, nem indo para o futuro, horas de tempo linear são vividas como um momento, como o eterno Agora.

6) Explosões ou flashes de insights são partes frequentes dessa consciência, insights que não têm percebedor ou antecedentes conhecidos, mas que emergem como "total-emergente". Esses insights ou "visões" intuitivas contém algumas qualidades das experiências comuns (embora "mais leves", têm um senso de peso ou "conteúdo sutil"), mas inicialmente tem uma qualidade "outro que não eu" sobre elas.

Conforme fui reconhecendo tais qualidades ou dimensões no decorrer dos anos, passei a recontextualizar o conceito de intencionalidade da fenomenologia-existencial, ao incluir um campo de awareness que parecem ser inclusivos da naturueza intencional da mente, mas ao mesmo tempo, não o são. Pareceu-me necessário colocar uma "trans-intencionalidade" que aponta para essa consciência sem um objeto (Merrel-Wolff,1973). Percebi logo, como minha colega Steen Halling (comunicadora social) corretamente me apontou, que a consciência sem objeto é também consciência sem sujeito, e que consciência trans-intencional representa uma maneira de ser onde a separação de um observador e aquilo que é observado se dissolve, uma realidade de não (ou de algum modo, além) tempo, espaço e causalidade como normalmente a conhecemos.

Essa, para mim, é a ponte entre as abordagens humanistica/existencial e transcendente/transpessoal na psicologia, pois é aqui que se é chamado a reconhecer a distinção radical entre o campo reflexivo/pre-reflexivo e a pura consciência, entre processo racional/emotivo e awareness transcendente/espiritual, entre conhecimento intencional do finito e ser o infinito. Assim, a mente, e não a consciência por si, que se caracteriza pela intencionalidade, e é a nosso reconhecimento da natureza trans-intencional do Ser que nos chama a investigar essas experiências que claramente refletem ou apresentam essas dimensões transpessoais/transcendentes no explícito contexto dos métodos de pesquisa fenomenológicos.

Awareness não é compreensão, mas estar consciente de algo. Terapia Gestalt : o método e objetivo de sua terapia é a awareness.

AWARENESS

Na psicologia biológica, awareness descreve uma percepção de humanos ou de animais, assim como uma reação cognitiva a uma condição ou a um evento. Awareness não implica em compreensão, mas apenas na habilidade de se estar consciente de algo, sentir ou perceber. É um conceito relativo. Um animal pode ser parcialmente consciente, pode ser subconsciente, ou ser extrememente consciente de um evento. 

Awareness pode ser focada em um estado interno, como sensação visceral, ou em eventos externos através da percepção sensorial. Awareness fornece o material basal a partir do qual os animais extraem "qualia", ou idéias subjetivas sobre suas próprias experiências. Pesquisadores têm discutido quais os componentes mínimos para que se considerem os animais conscientes dos estímulos ambientais, sendo que todos os animais tem alguma capacidade de comportamento reativo preciso, o que indica a faculdade de awareness. Idéias populares sobre a consciência sugerem que o fenômeno descreve a condição de se estar cônscio da própria consciência. 

Esforços em se descrever a consciência em termos neurológicos efocaram-se na descrição de redes neurais no cérebro, que desenvolvem awareness de qualia produzidos por outras redes. Sistemas neurais que controlam a atenção servem para atenuar a awareness em animais complexos cujos sistemas nervosos central e periférico fornecem mais informações do que as áreas cognitivas do cérebro podem assimilar. 

Através de um sistema atenuado de awareness, uma mente pode ter consciência de muito mais daquilo que é contemplado numa consciência extendida focada. Quando um paciente vai fazer uma cirurgia é recomendável deixá-lo temporariamente inconsciente. Anestesistas se especializaram nisso, e a maior responsabilidade é evitar a consciência durante a operação. Isso se consegue através do uso de drogas anestésicas via venosa e pulmonar. Awareness também é um conceito usado em CSCW. Ainda não existem consensos na comunidade científica, nessa área.


Terapia Gestalt
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A terapia gestalt é uma psicoterapia baseada no ideal experimental do "aqui-agora" e nas relações com os outros e com o mundo, e foi co-fundada por Fritz Perls, Laura Perls e Paul Goodman nos anos 40-50. Está relacionada com, mas não é a mesma coisa que, a psicologia gestalt e a psicoterapia teórica gestalt de Hans-Juergen Walter, baseada na psicologia gestalt. Inicialmente baseada nas ideias da psicologia gestalt e na psicoterapia tradicional, a terapia gestalt foi desenvolvida como modelo psicoterapéutico, com uma teoria bem desenvolvida que combina abordagens fenomenológicas, existencialistas, dialógicas e de campo ao processo de transformação e crescimento dos seres humanos. O método e objetivo de sua terapia é a awareness. Awareness refere-se a capacidade de aperceber-se do que se passa dentro de si e fora de si no momento presente, em nível corporal, mental e emocional.


AWARENESS
Awareness From Wikipedia, the free encyclopedia

In biological psychology, awareness describes a human or animal's perception and cognitive reaction to a condition or event. Awareness does not necessarily imply understanding, just an ability to be conscious of, feel or perceive. Awareness is a relative concept. An animal may be partially aware, may be subconsciously aware, or may be acutely aware of an event. Awareness may be focused on an internal state, such as a visceral feeling, or on external events by way of sensory perception. Awareness provides the raw material from which animals develop qualia, or subjective ideas about their experience. Researchers have debated what minimal components are necessary for animals to be aware of environmental stimuli, though all animals have some capacity for acute reactive behavior that implies a faculty for awareness. Popular ideas about consciousness suggest the phenomenon describes a condition of being aware of one's awareness. Efforts to describe consciousness in neurological terms have focused on describing networks in the brain that develop awareness of the qualia developed by other networks. Neural systems that regulate attention serve to attenuate awareness among complex animals whose central and peripheral nervous system provides more information than cognitive areas of the brain can assimilate. Within an attenuated system of awareness, a mind might be aware of much more than is being contemplated in a focused extended consciousness. When a patient goes for a surgical operation, it is desirable to temporarily make the patient unaware. Anaesthesiologists specialise in this and a major responsibility is to prevent awareness during the operation. This is achieved by giving anesthetic drugs through the veins and through the lungs. Awareness is also a concept used in CSCW. Its definition has not yet reached a consensus in the scientific community.