O termo "holotrópico"
foi criado por Stanislav Grof para diferenciar os estados alterados de
consciência comumente conhecidos pela medicina e psiquiatria acadêmicas, dos
estados ampliados de consciência. Esses últimos, objetos de suas pesquisas,
podem ser denominados holotrópicos, quando apresentam uma alteração qualitativa
de consciência, no sentido de disponibilizar conhecimentos intuitivos e de
arquétipos do inconsciente coletivo, que proporcionem auto-conhecimento genuíno
e transformador.
No modo holotrópico, ao contrário dos estados simplesmente alterados, não ocorre desorientação espaço-temporal. A pessoa sabe exatamente quem ela é, onde está, e além disso tem acesso a conteúdos simbólicos e não-verbais, dos tipos biográficos, perinatais e transpessoais, com riqueza de detalhes, físicos e emocionais. É capaz de reviver as experiências do seu passado ou mesmo se transportar para uma outra dimensão, sem perder o contato com a realidade concensual.
Os estados
alterados (tais como embriaguez alcoólica, intoxicação neurológica e/ou química
por drogas e doenças degenerativas), nem sempre são estados ampliados de
consciência (tais como estados meditativos profundos com o uso ou não de drogas
psicoativas, experiências de pico, exp. de quase morte, transes hipnóticos,
transes xamânicos, emergências espirituais espontâneas ou provocadas, etc.).
Em função de
as experiências e os estados holotrópicos não serem encarados como
"normais" pela medicina ortodoxa, muitas vezes são confundidos com
psicoses ou surtos. Se faz necessária uma experiência pessoal daquele
profissional de saúde que tenha a intenção de compreender e trabalhar com os
estados alterados de consciência, para que possa reconhecer e diferenciar
imediatamente um surto psicótico de uma experiência holotrópica ou espiritual
genuína. Muitas vezes quando mal diagnosticados, tais tipos de experiências
holotrópicas ou espirituais, talvez possam se tornar psicoses, caso não se
permita a manifestação e vivência plenas dos conteúdos inconscientes.
As
experiências holotrópicas em geral, ocorrem em estados alterados de
consciência, seguindo uma ordem ou prioridade. Conforme vamos nos aprofundando
e avançando no processo de auto-conhecimento, mais nos aproximamos das
experiências transpessoais.
Holotrópico vem do grego "holos" e "trepein", que quer dizer em direção à totalidade, orientado à totalidade. É um tipo de alteração de consciência onde se alcança uma ampliação das capacidades de percepção, pensamento, intuição, memória. Através dessa ampliação é possível acessar um modo onde uma sabedoria ou "radar interno" guia um processo de cura pessoal.
Holotrópico vem do grego "holos" e "trepein", que quer dizer em direção à totalidade, orientado à totalidade. É um tipo de alteração de consciência onde se alcança uma ampliação das capacidades de percepção, pensamento, intuição, memória. Através dessa ampliação é possível acessar um modo onde uma sabedoria ou "radar interno" guia um processo de cura pessoal.
De uma maneira resumida e
sintética, temos cinco tipos de experiências, a partir de observações de
sessões de Respiração Holotrópica (MR):
0. Experiências estéticas e de padrões geométricos, com os olhos abertos ou fechados, visualização de cores. Tais padrões visuais e estéticos não contém nenhum significado ou sentido, servem apenas para sinalizar a entrada da consciência em um estado ampliado.
0. Experiências estéticas e de padrões geométricos, com os olhos abertos ou fechados, visualização de cores. Tais padrões visuais e estéticos não contém nenhum significado ou sentido, servem apenas para sinalizar a entrada da consciência em um estado ampliado.
1.
Experiências físicas, vivências de traumas físicos (operações, cirurgias,
acidentes), tensões físicas, couraças musculares. O corpo é o meio mais
facilmente acessado, em primeiro lugar, através dessa e de outras práticas com
a respiração. Através do contato com os traumas, tensões e couraças musculares,
ocorre uma auto-consciência corporal, e a partir daí, consciência de si mesmo,
das emoções e pensamentos, que se podem (ou não) se manifestar em conjunto com
as experiências físicas.
2. Experiências da vida após o nascimento, traumas psicológicos, experiências de infância até os dias atuais, fantasias inconscientes. Não são apenas lembranças, mas revivências, onde todos os dados sensoriais podem ser revividos: sensações físicas (cores, cheiros, gostos, sons), além dos sentimentos e emoções. A revivências dessas experiências permite uma compreensão da totalidade, até então incompleta para o sujeito.
3. Experiências perinatais, relacionadas com a gestação até o nascimento biológico. São alguns dos tipos de experiências mais ricas, intensas e fascinantes que se pode experienciar. Podem ser extremamente agradáveis ou intensamente desagradáveis, ou intermediárias; mexem profundamente com a nossa compreensão a respeito de quem somos, de onde viemos, para onde vamos, e onde estamos, pois lidam com as questões fundamentais da existência (vida, morte, finitude, dor, culpa, sexualidade, agressividade, amor).
Experiências perinatais (peri = ao redor, próximo) e (natal = relativo ao nascimento): revivência do nascimento biológico, sensações, sentimentos, impressões, alterações na percepção do ambiente, do próprio corpo e da realidade. Não limitam-se a uma mera regressão ao estado fetal. Em geral, a identificação com o feto é acompanhada de fortes emoções, muito mais intensas do que aquelas vividas na vida cotidiana, ainda que sejam bem conhecidas. Tais emoções atraem imagens de outras situações, verídicas e/ou fantasiosas, e arquetípicas, onde existe a identificação simultânea com outros grupos, em situações semelhantes às dificuldades enfrentadas pelo feto dentro do canal de parto. Revivendo tais detalhes, sob a nova perspectiva adulta, podemos compreender não só o nosso nascimento e vinda ao mundo, mas também as sensações e sentimentos mais instintivos que não são muito bem compreendidos pela mente racional, por possivelmente serem resquícios daquilo que experienciamos durante o nascimento, e que durante muito tempo ficaram sem o nosso conhecimento. Medo irracional e sem sentido, raiva, ansiedade, são alguns dos sentimentos que podemos reviver. Quando bebês, não temos linguagem para interpretar o que sentimos pela primeira vez durante o nosso parto, mas revivendo esses momentos primitivos, sob a perspectiva adulta, podemos compreender melhor o que sentimos.
4. Experiências transpessoais, de identificação com outras pessoas, outras espécies (animais, vegetais, minerais, processos da natureza), transcendência dos limites temporais e espaciais. Fazem parte do inconsciente coletivo. Não se restringem a imagens individuais ou pessoais, mas a símbolos coletivos, arquétipos, além de acesso a conhecimentos intuitivos a respeito de processos naturais, biológicos, modos de percepção de outras gerações, civilizações, espécies. O acesso a essas experiências não faz com que a pessoa fique permanentemente identificada com o aspecto coletivo, muito menos que ela deixe de ser ela mesma, por assim dizer. A percepção de uma expansão da própria identidade, de um campo mais individual para um campo mais vasto e coletivo, é em geral, muito positivo e libertador.
2. Experiências da vida após o nascimento, traumas psicológicos, experiências de infância até os dias atuais, fantasias inconscientes. Não são apenas lembranças, mas revivências, onde todos os dados sensoriais podem ser revividos: sensações físicas (cores, cheiros, gostos, sons), além dos sentimentos e emoções. A revivências dessas experiências permite uma compreensão da totalidade, até então incompleta para o sujeito.
3. Experiências perinatais, relacionadas com a gestação até o nascimento biológico. São alguns dos tipos de experiências mais ricas, intensas e fascinantes que se pode experienciar. Podem ser extremamente agradáveis ou intensamente desagradáveis, ou intermediárias; mexem profundamente com a nossa compreensão a respeito de quem somos, de onde viemos, para onde vamos, e onde estamos, pois lidam com as questões fundamentais da existência (vida, morte, finitude, dor, culpa, sexualidade, agressividade, amor).
Experiências perinatais (peri = ao redor, próximo) e (natal = relativo ao nascimento): revivência do nascimento biológico, sensações, sentimentos, impressões, alterações na percepção do ambiente, do próprio corpo e da realidade. Não limitam-se a uma mera regressão ao estado fetal. Em geral, a identificação com o feto é acompanhada de fortes emoções, muito mais intensas do que aquelas vividas na vida cotidiana, ainda que sejam bem conhecidas. Tais emoções atraem imagens de outras situações, verídicas e/ou fantasiosas, e arquetípicas, onde existe a identificação simultânea com outros grupos, em situações semelhantes às dificuldades enfrentadas pelo feto dentro do canal de parto. Revivendo tais detalhes, sob a nova perspectiva adulta, podemos compreender não só o nosso nascimento e vinda ao mundo, mas também as sensações e sentimentos mais instintivos que não são muito bem compreendidos pela mente racional, por possivelmente serem resquícios daquilo que experienciamos durante o nascimento, e que durante muito tempo ficaram sem o nosso conhecimento. Medo irracional e sem sentido, raiva, ansiedade, são alguns dos sentimentos que podemos reviver. Quando bebês, não temos linguagem para interpretar o que sentimos pela primeira vez durante o nosso parto, mas revivendo esses momentos primitivos, sob a perspectiva adulta, podemos compreender melhor o que sentimos.
4. Experiências transpessoais, de identificação com outras pessoas, outras espécies (animais, vegetais, minerais, processos da natureza), transcendência dos limites temporais e espaciais. Fazem parte do inconsciente coletivo. Não se restringem a imagens individuais ou pessoais, mas a símbolos coletivos, arquétipos, além de acesso a conhecimentos intuitivos a respeito de processos naturais, biológicos, modos de percepção de outras gerações, civilizações, espécies. O acesso a essas experiências não faz com que a pessoa fique permanentemente identificada com o aspecto coletivo, muito menos que ela deixe de ser ela mesma, por assim dizer. A percepção de uma expansão da própria identidade, de um campo mais individual para um campo mais vasto e coletivo, é em geral, muito positivo e libertador.
Pode-se concluir que segundo essa
categorização, os traumas psicológicos são menos importantes do que traumas
físicos. As experiências de infância, adolescência e da vida adulta são revividas,
tanto experiências boas quanto as ruins. Temos uma tendência a focar em
experiências ruins e negativas, mas as experiências boas também podem ser
revividas, e assim, serem revisitadas sob uma nova perspectiva.