Google+ Psicologia Transpessoal e Fenomenologia Existencial: 7 de dez. de 2006

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O que é Transpessoal?


Transpessoal é a quarta força da Psicologia. A primeira é o Behaviorismo, ou Comportamentalismo, a segunda é a Psicanálise e a terceira é o Humanismo, ou Existencialismo.

Leva em conta a dimensão espiritual, não no sentido religioso ou místico, e sim entendida como um aspecto intrínseco do ser-humano, uma necessidade humana básica de sentir-se parte do mundo, no aspecto mais ampliado possível. Está relacionada com o sentido da vida, da existência e da realidade.

O movimento transpessoal não se restringe à Psicologia. Busca aprofundar os conhecimentos científicos atuais, relacionados à física, neurologia, sociologia, etc. Na física podemos citar exemplos da física quântica. Na neurologia, novos modelos do cérebro e da consciência.

Fundamentalmente, procura aproximar conhecimentos, à primeira vista diferentes, mas que dizem respeito a níveis distintos e complementares de entendimento da realidade. Se olhados separadamente, não podem explicar a complexidade total da realidade, pois referem-se a um ponto restrito. Uma vez que a compreensão e o entendimento da realidade se dá a partir dos paradigmas, ou seja, mapas descritivos da realidade, é praticamente impossível haver uma única representação absolutamente fiel e precisa do real, sob o ponto de vista científico. Temos teorias e dogmas que abrangem o campo físico, biológico, o químico, o social, ético, psicológico e também o espiritual ou sagrado. O desejo de integrar todos os conhecimentos em uma única teoria ou abordagem remonta a história da humanidade e do conhecimento humano. Porém, isso mostra-se impossível, se cada teoria tentar excluir as outras teorias que não compartilham da mesma base científica. Nem todas as teorias possuem os mesmos métodos para "captura" de informações, validação das experiências, e para a criação de regras universais a partir da validação das experiências. 

Voltando à Psicologia Transpessoal, seu precursor foi Abraham Maslow, que estabeleceu teoricamente a hierarquia das necessidades, e incluiu a necessidade de auto-realização e as experiências de "pico" como motivações, além das necessidades básicas, de sobrevivência, de segurança e as psicológicas.

Carl Gustav Jung é considerado o outro pioneiro da Transpessoal, pois foi o primeiro que usou o conceito de Inconsciente Coletivo e de Arquétipos. Ambos servem de referência para alguns mapas da consciência, entre eles de Stanislav Grof.

Ken Wilber tem uma teoria ampla a respeito do espectro da consciência, categorizada em níveis hierárquicos, e lineares. Sua teoria pretende ir além da Transpessoal, e da Psicologia, intitulando-se Integral. Utiliza-se de conceitos de "fulcrum", que são etapas de diferenciação e individuação da consciência.

Stanislav Grof explorou os estados de consciência, e cunhou o nome "Matrizes Perinatais" para padrões experienciais, também considerados arquétipos, pois incluem um vasto campo de sensações, emoções e condições existenciais. As COEX podem ser entendidas como complexos, agrupamentos de fantasias combinadas com experiencias, que estao condensadas e unidas por uma mesma emoção ou sensação. As experiencias transpessoais fazem parte do Inconsciente Coletivo.

Mais uma característica da Transpessoal é um modo de ver o ser humano como multideterminado. Isso pode ser entendido tendo em conta que existem vários dominios da consciência (biografico, perinatal e transpessoal), sendo cada um deles interligados e não separados em hierarquias lineares.

Olhando além da teoria de Stanislav Grof, a Transpessoal compreende cada abordagem da Psicologia válida, onde cada uma delas pode ser encaixada num corpo teórico com várias dimensões, pois cada linha teórica explica um modo de funcionar, de um estado de consciência específico. Uma mesma pessoa pode ser vista e compreendida através de cada modelo psicológico, dependendo da fase da vida e do desenvolvimento existencial em que ela se encontra. Dessa forma, não se pode conceber abordagens mais verdadeiras ou menos verdadeiras, do que outras. A eficácia e a validade de todas as linhas da psicologia não deve ser colocada num modo comparativo, pois existem conceitos próprios a cada uma delas, que excluem quaisquer tentativas de equivalência.