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Oficina de Respiração Consciente

BREATHWORK - RESPIRAÇÃO CONSCIENTE 

Fundamentada na moderna Psicologia Transpessoal, e inspirada nas técnicas de Rebirthing e na Respiração Holotrópica (TM) de Stanislav Grof. 

Prática Integrativa e Complementar (PIC), que promove o bem estar físico e mental, relaxamento e equilíbrio dos cinco sentidos.

Como funciona?

Os exercícios de Respiração Consciente, conectam a pessoa a informações que não estão acessíveis à percepção cotidiana. 

Esses conteúdos são uma combinação de experiências físicas, sensoriais e cognitivas, e revelam uma síntese da relação pessoal com o mundo ao redor. 

Cada pessoa vive uma experiência personalizada e única, e um consequente aprendizado de lidar com a sua própria respiração - desde um respirar inicialmente automático, que se torna cada vez mais uma experiência consciente. 

Facilmente as pessoas lidam com imagens e sensações da vida pessoal, cenas do nascimento biológico, aspectos do inconsciente coletivo e em muitos casos, viagens a outras dimensões da existência.

Efeitos esperados:
- Qualidade de vida;
- Autoconhecimento;
- Aumento da disposição e da energia pessoal
- Compreensão das próprias emoções e reações, e o modo de lidar com elas;
- Desapego de comportamentos negativos - medo, ansiedade, dependência, raiva;
- Diminuição gradual da necessidade do uso de medicamentos psiquiátricos;
- Aprender a cuidar de si mesmo.

Duração:
Cada sessão varia para cada pessoa, em média até 2 (duas) horas. 

Processo pessoal e individual, o tempo não é predeterminado.

Terapeuta:
Antonio Vaszken Dichtchekenian - Especialista em Psicologia Transpessoal pelo Centro Psicoterápico e Transpessoal de Goiânia-GO, chancela da UCG-GO. Psicólogo graduado pela PUC-SP.
Massoterapeuta.

Investimento: A combinar

Datas e horários: A combinar

Local: Rua Aimberê 1731 - Perdizes - SP.

Contato:
transpessoal@live.com

Dominio Perinatal do Inconsciente

Perinatal

O prefixo "peri" significa próximo ou ao redor, enquanto que "natal" quer dizer nascimento. Assim, perinatal diz respeito ao período que vai desde que o bebê se encontra no útero até a sua saída completa pelo canal de nascimento para o mundo. 

O domínio perinatal do inconsciente é um intermediário entre o inconsciente individual e o inconsciente transpessoal. Podemos acessar  emoções, arquétipos, e vivências que ultrapassam o limite do individual, e abrangem toda a humanidade, e até mesmo toda a natureza. Caracteriza-se por uma revivência e regressão a um estado intra-uterino, e ao mesmo tempo, não se restringe a uma simples regressão ao estado fetal.
Através do perinatal é possível acessar toda uma gama de sensações, emoções intensas, reações instintivas que não nos são compreendidas, mas nos são muito familiares. Toda essa quantidade de energia que nos permeia, e se mantém em nosso organismo, fica armazenada, influenciando nossa visão de mundo, de nós mesmos e da realidade como um todo. 

Os estados ampliados de consciência, mais especificamente, os holotrópicos, tem um enorme potencial heurístico, de cura e de transformação. 

Assim, quando estamos sentindo e nos conectando com nossa história pessoal, com a história coletiva e transpessoal de uma e de várias emoções, existe um movimento em direção à totalidade (Holo-do grego,Holos=totalidade, e Tropico, do grego trepein=ir em direção, orientar-se à), e um movimento de cura e transformação.

O nascimento pode ser dividido, a nível didático, em 4 etapas ou "matrizes", cada uma com características próprias, imagens, fenomenologia, sensações físicas relacionadas, e se relacionam a zonas erógenas freudianas e várias formas de psicopatologia.

Primeira Matriz Perinatal Básica (MPB-I) - O Universo Amniótico

O feto encontra-se em perfeita simbiose com a mãe. A vida no útero materno é imperturbada, as condições do feto são próximas do ideal. Os elementos do estado intra-uterino imperturbado podem ser acompanhados por experiências que compartilham a falta de limites e de obstruções. Pode sentir-se no meio do oceano, se identificar com algumas espécies aquáticas, ou com o cosmos, espaço, a galáxia, ou ainda numa nave em órbita. Imagens da natureza no seu melhor aspecto, bonita, segura e incondicionalmente alimentadora (Mãe Natureza). Visões do paraíso.

Caso a gravidez tenha sido de alguma maneira perturbada por doenças maternas, fumo, bebidas, drogas, desequíbrios químicos dentro do útero, a vivência não será tão positiva e alimentadora. Perigos submarinos, poluição de rios, mares ou oceanos, natureza contaminada e inóspita. Identificação com pessoas ou animais envenenados, em câmaras de gás em campos de concentração. Forças metafísicas malignas, influências astrais maléficas. Terror e paranóia.

O principal elemento dessa matriz é a falta de limites, uma vez que não existe diferenciação entre o feto e a mãe. Assim, qualquer coisa boa ou ruim será vivenciada como algo amplo, indiferenciado. A paranóia também diz respeito à falta de limites e indiferenciação entre sujeito e objeto.
Quadro I - (do livro "Além do Cérebro", de S. Grof)

Síndromes psicopatológicas: Psicoses esquizofrênicas (sintomatologia paranóide, sentimentos de união mística, encontros com forças maléficas metafísicas); hipocondrialgia (baseada em sensações físicas estranhas e bizarras); alucinações histéricas e devaneios confusos com a realidade.

Atividades correspondentes nas zonas erógenas freudianas:Satisfação libidinal em todas as zonas erógenas; sensações libidinais durante o banho ou balanço; aproximação parcial a esta condição após satisfação oral, anal, uretral ou genital após o parto.

Memórias associadas da vida pós natal:Situações na vida nas quais todas as necessidades importantes são satisfeitas como: momentos felizes da infância (bons cuidados maternos, brincar com outras crianças, períodos harmoniosos na família,etc.); realização no amor, romances, férias ou viagens para lugares de beleza natural; contato com criações artísticas de alto-nível, natação no oceano ou em lagos límpidos etc.

Fenomenologia da Primeira Matriz:Vida intra-uterina tranquila: lembranças realísticas de experiências do "útero agradável";tipo de êxtase "oceânico", natureza sob seu melhor aspecto (Mãe Natureza);experiências de unidade cósmica;visões de Céu e Paraíso.

Distúrbios da vida intra-uterina: lembranças realísticas do "útero desagradável" (crises fetais, doenças, revolta materna, situação do gêmeo, tentativas de aborto); ameaça universal; idealização paranóide, desagradáveis sensações físicas ("porre", arrepios e espasmos, gostos desagradáveis, desgosto, sensação de evenenamento); encontro com entidades demoníacas e outras formas metafísicas e maléficas.


Segunda Matriz Perinatal Básica (MPB II) - Antagonismo com a mãe



Contrações em um sistema uterino fechado. O inferno sem saída. Neste estágio do parto, a cérvice (o canal vaginal) ainda não está aberta, e o bebê não pode sair, enquanto enormes pressões atuam sobre ele. O conforto do estágio anterior não existe mais, a temperatura costuma estar mais fria, a pressão sobre o corpo do bebê pode estar atrapalhando a circulação e o fornecimento de sangue e de calor para ele. É uma das piores situações que se pode reviver. Paradoxalmente, a única saída é aceitar completamente e render-se à situação sem saída.
Os sentimentos relacionados são: ausência de saída, ausência de sentido da vida, estar em uma situação sem solução possível, tais como prisioneiros em campos de concentração, internos em hospícios, enterrados vivos, isolamento, solidão existencial, medo, vitimização completa, medo de enlouquecer ou de nunca mais voltar. O mito de Sísifo, condenado a levar uma pedra que cairá indefinidamente depois que ele conseguir colocá-la no topo da montanha. Identificar-se com Cristo preso à cruz perguntando por que Deus o abandonou. Danação eterna.
Quando se está sobre influência dessa matriz perinatal, a pessoa está seletivamente cega aos aspectos positivos da vida, e tudo lhe parece sem sentido, a vida parece um teatro encenado por atores que não agem com sinceridade. A inevitabilidade da morte se revela presente em todos os momentos, tornando a vida sem sentido. Se vivenciado em toda a sua profundidade, pode ser extremamente libertador e promover uma importante abertura espiritual.

Terceira Matriz Perinatal Básica (MPB III)
Luta de morte-renascimento

Inferno com saída. Nesse estágio do parto ainda existem pressões sobre o bebê, porém o canal de parto encontra-se com alguma abertura. Costumamos dizer "Uma luz no fim do túnel." O papel de vítima não é o único presente, mas também o de agressor, assim como o de um terceiro observador que se identifica com os dois outros papéis. Os três papéis são vividos ao mesmo tempo. O bebê não é uma mera vítima, presa em um ambiente sem saída como antes, mas agora também se esforça para sobreviver e sair do canal de parto. Envolve pressões mecânicas esmagadorasm dores e muitas vezes um alto grau de anoxia e asfixia. Intensa ansiedade é um elemento concomitante natural de tal situação.

Pode haver interrupção da circulação sanguínea em função das contrações uterinas e da compressão das artérias uterinas. Pode haver enrolamento do cordão embilical em torno do pescoço ou o cordão pode estar esmagado. A placenta pode se soltar e bloquear a passagem (placenta prévia). Em alguns casos o feto pode inalar vários tipos de materiais biológicos. Pode haver a necessidade de intervenção mecânica, como o uso de fórceps ou mesmo cesariana. Sentimentos de separação tipo "eu e os outros". Elementos sadomasoquistas (inflingir e receber sofrimento) , escatológicos (tanto fezes e excrementos quanto imagens do fim-do-mundo), comportamento sexual anormal, depressão agitada, desvios sexuais (sadomasoquismo, beber urina e comer fezes). Fogo purificador e consumidor dos aspectos negativos da psique.

Aspecto titânico - face à enormidade de forças mecânicas envolvidas no estágio final do nascimento. É comum experimentarmos correntes de energia, de intensidade avassaladora, precorrendo todo o corpo. Podemos nos identificar com forças da natureza: vulcões, tempestades elétricas, terremotos, ondas gigantes e furacões. Ou também vivenciarmos elementos da tecnologia que envolvam muita energia, tais como tanques, foguetes, bombas atômicas e reatores termonucleares. Batalhas de proporções gigantescas e arquetípicas, entre o Bem e o Mal, Luz e Trevas, anjos e demônios, deuses e os Titâs.

Aspecto agressivo e sadomasoquista - Reflexos da fúria biológica do organismo cuja sobrevivência é ameaçada pela asfixia e pelas contrações uterinas podem ser: crueldades avassaladoras, assassinatos e suicídios violentos (morrer debaixo das rodas de veículos ou com armas de fogo), mutilações e auto-mutilações, massacres variados, tortura, execução, sacrifício, rituais, auto-sacrifício, combates sangrentos homem-a-homem, e prática sadomasoquista. Excitação sexual e extase sexual, em função de um mecanismo fisiológico que converte sofrimento biológico em prazer e excitação. Experiências sexuais no contexto dessa Matriz caracterizam-se por uma enorme intensidade do impulso sexual, qualidade mecânica não seletiva, natureza exploradora, pornográfica e desviada. Cenas de bordéis, submundo sexual, práticas sexuais extravagantes, sequências sadomasoquistas, incesto, abuso sexual ou estupro. Algumas poucas vezes podem aparecer crimes sexuais, como desmembramento, canibalismo e necrofilia. Esse nível da psique é uma base natural para disfunções, variações, desvios e perversões sexuais, em função da combinação de excitação sexual exacerbada conectada e elementos problemáticos, de ameaça à vida, perigo extremo, ansiedade, agressividade, impulsos auto-destrutivos, dor fisica e materiais biológicos.

Aspecto demoníaco - Quando aparece esse aspecto, costuma ser encarado com relutância tanto pelos terapeutas quanto por quem o experimenta. Temas comuns são Sabá das Feiticeiras, orgias satânicas, rituais de Missa Negra, e a tentação por forças malévolas. O encontro com o lado obscuro da nossa personalidade, a Sombra, pode ser encarada como demoníaco ou malévolo. Quando se consegue integrar adequadamente esse aspecto sombrio, o resultado costuma ser muito bom, mas pode ser difícil de se alcançar, dependendo da formação e das crenças de quem encara tais aspectos.

Aspecto escatológico - Tem sua base biológica porque durante o parto o bebê pode entrar em contato com sangue, secreções vaginais, urina e até fezes. Porém a experiência costuma exceder em muito o que o feto realmente experienciou durante o nascimento. Cenas de arrastar-se no lixo, em esgotos, chafurdar em pilhas de escremento, beber sangue ou urina, imagens repulsivas de putrefação. Escatologia também se refere ao fim de alguma coisa. Próximo do término, a experiência fica menos violenta e perturbadora. Imagens de conquistas de novos territórios, caças de animais selvagens, esportes perigosos e aventuras em parques de diversão, ondas de adrenalina, corridas de carro, saltos de pára-quedas ou com elástico, performances perigosas de circo ou mergulhos acrobáticos.

Encontro com o fogo - Logo antes do renascimento espiritual podemos encontrar o elemento fogo, tanto em suua forma comum diária, como em forma arquetípica do fogo do purgatório. Sensações que estamos com o corpo pegando fogo, visões de cidades e florestas em chamas, identificação com vítimas de imolação. O fogo parece queimar tudo o que há de impuro e corrompido em nós, e preparar-nos para o renascimento espiritual. Símbolo clássico é a Fênix, pássaro lendário que morre no fogo e renasce das cinzas.


Desordens emocionais e psicossomáticas relacionadas:

Agorafobia - medo de lugares abertos ou da transição de um para o outro. No nível perinatal está relacionada ao final da Matriz III, quando a liberação repentina, após muitas horas de confinamento extremo, é acompanhada do medo de perder todas as fronteiras, de explodir e de deixar de existir.

Bacilofobia e misofobia - medo patológico de materiais biológicos, odores corporais e sujeira. Medo não apenas de ser contaminado, mas de contaminar os outros também, e isso está estritamente relacionado com a agressividade orientada tanto para dentro quanto para fora, o que é exatamente a situação característica dos últimos estágios do nascimento. Os determinantes biográficos costumam envolver memórias da época do treinamento dos esfíncteres, mas suas raízes vão mais fundo e alcançam os aspectos escatológicos da Matriz III, na conexão que existe entre morte, agressividade, excitação sexual e material biológico.
Medo de viajar de trem ou metrô, medo de avião ou de viajar de carro - A falta de controle parece ser um elemento de grande importância nas fobias que envolvem movimento. A excessiva necessidade de estarem no controle da situação é típica dos indivíduos que estão sob forte influência da Matriz III e sistemas COEX relacionados, enquanto a capacidade de se render ao fluxo dos eventos demonstra forte conexão com as Matrizes I e IV.

A sensação de estar preso e a experiência de forças e energias enormes em movimento, sem ter qualquer controle sobre o processo, são elementos em comum dessas fobias, e tais elementos tem fortes conexões com o nascimento. Passar em túneis e passagens subterrêneas também apresentam similaridades com o processo de nascimento experimentado durante a Matriz III. Para que tais situações desencadeiem a fobia, as memórias perinatais têm de estar facilmente disponíveis à consciência.
Acrofobia ou medo de alturas, quereunofobia ou medo patológico de tempestades, pirofobia ou medo do fogo.

Histeria de conversão - transformação simbólica de conflitos inconscientes e de impulsos instintivos em sintomas físicos.

Neurose Obsessivo-Compulsiva

Depressão Agitada

Quarta Matriz Perinatal Básica 
(MPB IV)
Experiência de morte-renascimento
Essa última matriz está relacionada com os momentos que se sucedem à saída do canal de parto, e aos cuidados imediatamente recebidos pela mãe, por médicos e enfermeiras. Como em todas as matrizes, como existem fortes sentimentos envolvidos, sempre podemos experienciar arquétipos e experiências coletivas concomitantes ao nascimento biológico.

Se o parto real foi sem problemas, sem muita anestesia e os cuidados foram os ideais, então as memórias e experiências arquetípicas associadas são as melhores possíveis: bem-aventurança, sentir-se vitorioso e merecedor da vida, sentir-se amado e querido, sentir-se amado incondicionalmente, sentir-se livre após um grande esforço, sensação de ter deixado tudo o que passou para trás e novo em folha.

Muitas vezes o parto é feito com uma dose alta de anestesia, ou então, o parto é controlado a tal ponto de postergar ao máximo a saída do bebê até que o médico possa realizar o trabalho, ou ainda o parto é programado e a cesárea é o tipo de parto que se realiza. Muitas variáveis podem interferir. Pode ser necessário o uso de fórceps, o cordão pode estar enrolado no pescoço, a criança pode ter nascido quase-morta, sem conseguir respirar, ou na melhor das hipóteses, muito dopada pela anestesia e desorientada.

Caso tenham existido essas inteferências, a experiência de reviver o próprio nascimento e o contato com os aspectos arquetípicos também são diferentes.

Sabe-se que o parto com cesárea programada costuma facilitar que as crianças tenham um acesso mais imediato à espiritualidade, podendo esta ser tanto manifestada com religião ou espiritualidade sem dogmas. A explicação para isso se deve ao fato de o bebê não entrar em contato com as Matrizes II e III, ou pular apenas a Matriz III e encontrar os aspectos da Matriz IV.

No caso da cesárea de emergência, quando o bebê necessita de ajuda para nascer por alguma complicação física durante o parto, isso pode implicar num parto menos ativo da parte dele, e como consequência, não passar pela Matriz III, que refere-se ao momento de confronto, luta pela sobrevivência e uso da força física.
A tendência de nascidos com parto de emergência, pode ser uma atitude mais passiva frente a dificuldades, e a esperança de uma ajuda superior ou divina, como resultado de um registro biológico de ajuda externa por parte da equipe médica que realizou o parto. 

Sonhos de Parto e Nascimento

 


Quem já não teve sonhos assim? 

Sonhar que está passando por um buraco ou fresta, de alguma maneira claustrofóbica, sendo a única saída disponível.

Sonhar que se está em um labirinto, ou num ambiente de arquitetura labiríntica, podendo ser sem-saída ou com uma saída quase impossível.

Sonhar que se está girando e caindo numa espécie de espiral, sem controle e com muita angústia.

Pois essas situações e sensações são muito parecidas com aquelas vividas num parto normal ou nascimento biológico, e é bem fácil acessar esse tipo de memória sensorial durante um sonho, que é quando a nossa consciência se abre para muitos aspectos inacessíveis no dia-a-dia.

Stanislav Grof, um psiquiatra tcheco, com 81 anos de idade, morando atualmente nos EUA, estudou por mais de 50 anos experiências psicodélicas e estados modificados de consciência sem drogas, em mais de 200.000 indivíduos desde os anos 1960.

Suas pesquisas clínicas demonstraram que reviver o próprio parto em estados modificados de consciência, inclusive em sonhos, tem um grande potencial de cura e transformação da personalidade.

Segundo a medicina tradicional, o nascimento é um evento inacessível à memória cognitiva, devido à falta de uma estrutura completa de neurônios de memória. 

Porém, diversas teorias psicológicas tais como a psicanálise Winnicotiana, a psicologia infantil de Melanie Klein, assim como estudos das fases do desenvolvimento do comportamento humano, atribuem uma significativa influência de problemas da gestação e do parto, nos comportamentos e nos modos de relação do bebê com o mundo, desde a esquizofrenia até distúrbios agressivos. 

Otto Rank foi o primeiro psiquiatra a citar a influência do "trauma do nascimento" na personalidade. Discípulo de Sigmund Freud, encontrou grandes resistências ao defender suas hipóteses sobre o trauma vivido pelo bebê ao perder a segurança da mãe, no momento do nascimento. 

Stanislav Grof, com suas pesquisas clínicas, nos revela que o trauma do nascimento é marcante em todos nós, não apenas quando saímos de dentro do corpo materno, mas desde a gestação até as fases biológicas do trabalho de parto. 

Ele denominou essas quatro fases do nascimento de Matrizes Perinatais. Matrizes, por serem padrões de experiências físicas e simbólicas, que remetem tanto ao nascimento biológico quanto a um renascimento psicológico do adulto, onde ele renova suas referências existenciais de ser-no-mundo com si mesmo e com os outros. Perinatal, por estar ao redor ou próximo (peri) do nascimento (natal). 

O parto é a nossa chegada inicial e marcante ao mundo. E podemos reviver as sensações de estar nascendo ou morrendo (ansiedade, pânico, tontura) quando estamos prestes a uma mudança existencial significativa (crise da adolescência, casamento, novo emprego, perda de situações conhecidas, etc). O parto é ao mesmo tempo uma experiência de morte e renascimento.

Ao reviver o próprio parto, somos adultos regredindo a uma experiência remota, onde a consciência adulta é capaz de atribuir um significado adulto e maduro a uma situação de vulnerabilidade e insegurança, vivida por um bebê.

Ainda que o nascimento biológico exerça uma influência, devemos ser cautelosos para não reduzir todos os problemas de saúde físicos e psicológicos a problemas de gestação ou dificuldades do parto.

Uma Interpretação Perinatal de Experiências de Quase-Morte Assustadoraspor Christopher M. Bache

(...) Os paralelos experienciais sugerem que todas as três formas de experiências de quase-morte assustadoras têm raízes no nível perinatal da consciência. Gostaria de fazer, agora, uma apresentação mais completa dessa proposta. Começarei com uma revisão dos pontos mais importantes da experiência perinatal, segundo a descrição de Grof (1975, 1985, 1988).

Conteúdo Temático Restrito e Universal
Em contraposição à variedade de temas e questões que caracterizam o nível psicodinâmico da consciência, o conteúdo do nível perinatal é bem restrito. 

Ele se foca nas experiências problemáticas universais e endêmicas da condição humana. Tais temas são: nascimento, dor física, doenças, envelhecimento e morte. 

É um reservatório que agrega e armazena os reminescentes não-digeridos de tais experiências desafiadoras da nossa existência física e psicológica.

Altamente Condensado
No nível perinatal o inconsciente se organiza em sistemas altamente condensados (sistemas COEX), que armazenam nossas experiências em agregados de temática semelhante, as chamadas Matrizes Perinatais Básicas (MPBs) I até IV. 

Quando esse nível é ativado, não são apenas as experiências individuais e medos que são acessados, mas padrões altamente sedimentados e comprimidos de memórias e medos, o resíduo destilado de padrões comportamentais de uma vida inteira. 

Pela energia de um sistema COEX ser a energia cumulativa de todos os seus componentes, tais encontros são extremamente poderosos e arrebatadores.

O Repositório da Ilusão de Existência Separada
Sendo a intersecção entre as dimensões pessoal e transpessoal da consciência, o nível perinatal contém tanto aspectos pessoais quanto transpessoais. 

Não é apenas o nível fetal da consciência, mas um modo operacional de consciência onde o pessoal e o transpessoal se misturam, juntando seus padrões organizacionais e estruturas. 

Dada essa natureza híbrida, nossa descrição do perinatal varia se olharmos do ponto de vista pessoal ou do ponto de vista transpessoal da equação.

Da perspectiva pessoal, o perinatal parece ser o porão do inconsciente pessoal, onde se armazenam os fragmentos não-digeridos das experiências que mais seriamente ameaçaram a nossa integridade física e psicológica. 

É o repositório dos maiores desafios da nossa existência. Pequena maravilha, então, que experiências fetais pareçam tão grandiosas aqui, como derivações de um período do nosso desenvolvimento onde estivemos mais vulneráveis e afetados pelo nosso ambiente.

Da perspectiva transpessoal, entretanto, o domínio perinatal se parece diferente, e aqui descobrimos interessantes pontos em comum com “Um Curso em Milagres”(1975). 

Do lado transpessoal, o domínio perinatal se parece com o núcleo residual da insanidade vivida pela existência atomizada. 

É o depósito das nossas tentativas individuais e coletivas de viver a mentira da separação, fingir que existimos como seres autônomos, isolados da tapeçaria da exsitência. 

Ele representa a maior ignorância filosófica e doença psicoespiritual. 

O nível perinatal consolida a identidade de um indivíduo e de uma espécie inteiras, que ainda não usaram suas próprias awareness para penetrar nas raízes da existência, onde se descobriria sua conexão com toda a vida.

Da perspectiva pessoal, as experiências perinatais criam a forma de ser atacado e atacar de volta, de matar e ser morto, até – eventualmente estarmos completa e totalmente destruídos. 

Conforme vamos fazendo a transição para a perspectiva transpessoal, entretanto, essas mesmas experiências se descobrem como amorosas tentativas de nos salvar nos nossos esforços inúteis de nos separarmos do imenso fluxo da própria vida. 

Ataques impiedosos de uma perspectiva é libertação piedosa sob outra perspectiva. Não estamos sendo mortos de jeito nenhum, mas sendo nascidos para uma realidade que é maior, mais fundamental e mais “real” que a realidade física. 

A discussão de Ring sobre “Jacob´s Ladder (Rubin, Lyne, e Marshall 1991) vai direto nessa direção. Aliás, este filme pode ser visto como um roteiro da dimensão perinatal. (...)

Psicoterapia da Respiração

Respiração Consciente ou Psicologia da Respiração, implica em respirar de um modo específico e intencional, utilizando o controle do processo e mirando o Autoconhecimento. 

A Respiração feita de modo intencional é uma ferramenta segura, prática e acessível para todas as pessoas. 

O respirante acessa os conteúdos internos; pensamentos , sentimentos, sensações e memórias, que estão prontas para tornarem-se conscientes, e que são uma linguagem silenciosa, revelando o funcionamento da consciência desde o inicio da existência e antes da linguagem verbal. 

Todos os conteúdos que chegam a consciência são relevantes e essenciais para o equilíbrio do indivíduo.  

São informações sobre sua identidade e história: quem sou, de onde venho, para onde vou, para quê estou aqui, e onde estou. 

Essas informações são mais completas daquelas que são aprendidas na educação convencional, e incluem aspectos ampliados, que se ligam ao coletivo humano e planetário, atravessando e indo além, das classificações históricas, raciais, territoriais e étnicas vigentes. 

O método da Respiração Consciente é seguro e acessível, é uma terapia complementar ao tratamento convencional, que são as psicoterapias e o tratamento médico ou psiquiátrico. 

Ao ser realizada de modo combinado com essas terapias, observam se efeitos potencializados na melhora de sintomas de ansiedade, tristeza, melancolia e depressão, chegando a reduzir significativamente a dosagem de medicamentos antidepressivos, ansiolíticos e dos estabilizadores de humor. 

O Autoconhecimento e os métodos que conduzem a essa experiência são hábitos e um processo de constante atualização das referências pessoais. 

O objetivo desta técnica é proporcionar a autonomia e auto cuidado, no qual a pessoa sabe acessar e trabalhar com seus próprios conteúdos e questões emocionais. 

O processo de amadurecimento psicológico e existencial conduz a uma percepção adulta de si mesmo e do mundo ao redor, sendo coerente que as pessoas conheçam e tenham hábitos de equilíbrio e higiene mental, tais como a meditação, respiração, e exercícios lúdicos que trabalham a mente e o corpo de modo integral.