Google+ Psicologia Transpessoal e Fenomenologia Existencial: 01/01/2007 - 02/01/2007

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Cartografia Ampliada da Psique Humana: Repensando a maneira de compreender o ser humano

Stanislav Grof conduziu pessoalmente mais de 4.000 sessões psicodélicas, e teve acesso a mais de 2.000 sessões conduzidas por colegas seus. Também supervisionou mais de 30.000 sessões holotrópicas, junto com sua esposa Christina Grof, e além disso trabalhou também com pessoas que sofriam de crises psico-espirituais espontâneas.

Diante desta vasta experiência em estados ampliados de consciência, categorizou 3 tipos de experiências disponíveis: as Biográficas-Rememorativas, Perinatais e Transpessoais.
Nivel biográfico-rememorativo: Inclui o inconsciente individual e acontecimentos importantes na sua história individual. É o domínio mais facilmente acessível da psique.

Nivel Perinatal: O prefixo "peri" significa próximo ou ao redor, enquanto que "natal" quer dizer nascimento. Diz respeito ao período que vai desde que o bebê se encontra no útero até a sua saída completa pelo canal de nascimento para o mundo.É um intermediário entre o inconsciente individual e o inconsciente transpessoal ou coletivo. Significa que podemos entrar em contato com emoções, arquétipos, e vivências que ultrapassam o limite do individual, e abrangem toda a humanidade, e até mesmo toda a natureza.

Observa-se que esse tipo de experiência caracteriza-se por uma revivência e regressão a um estado intra-uterino, porém, não se restringe a uma simples regressão ao estado fetal. As matrizes perinatais se relacionam com as memórias do parto biológico, assim como com arquétipos do inconsciente coletivo. Nem sempre uma experiência perinatal é uma regressão ou revivência do próprio parto biológico, mas costuma ser uma experiência arquetípica, ou seja, um padrão ou modelo que contém uma série de emoções, sensações e imagens que são coletivas, e por isso, não fazem parte da história individual.

Através do perinatal é possível acessar toda uma gama de sensações, emoções intensas, reações instintivas que não nos são compreendidas, mas podem ser familiares. Toda essa quantidade de energia que nos permeia, e se mantém em nosso organismo, fica armazenada, influenciando nossa visão de mundo, de nós mesmos e da realidade como um todo.

Os estados ampliados de consciência, mais especificamente, os holotrópicos, tem um enorme potencial heurístico, de cura e de transformação. Assim, quando estamos sentindo e nos conectando com nossa história pessoal, com a história coletiva e transpessoal de uma e de várias emoções, existe um movimento em direção à totalidade (Holo-do grego,Holos=totalidade, e Tropico, do grego trepein=ir em direção, orientar-se à), e um movimento de cura e transformação.
O perinatal pode ser dividido, didáticamente, em 4 etapas ou "Matrizes".
Matriz Perinatal Básica I (MPB I)
Matriz Perinatal Básica II (MPB II)
Matriz Perinatal Básica III (MPB III)
Matriz Perinatal Básica IV (MPB IV)

Nivel Transpessoal: As experiências transpessoais se caracterizam por uma ampliação dos limites usuais e comuns a que estamos acostumados a perceber a nós mesmos na vida cotidiana. Quando entramos em contato com os estados holotrópicos e com experiências transpessoais, percebemos que estamos identificados com uma pequenina parcela daquilo que realmente somos.

O nosso corpo, ego, e consciência individuais são uma pequena parte da nossa identidade maior, transcendente e divina, com os quais estamos tão adaptados e restringidos. Nos sentimos separados de tudo e de todos, as barreiras e limites são bem delimitados, o tempo é linear, o espaço é tridimensional, e a nossa mente se restringe às nossas memórias, fantasias e dados da realidade consensual, tais como dentro é diferente de fora, acima não é o mesmo que abaixo, e etc.

Quando entramos no dominio transpessoal, somos capazes de nos identificarmos com toda a espécie humana, todo um povo, uma determinada cultura, sem que tenhamos conhecimento intelectual prévio. Podemos vir a conhecer em detalhes as características, os modos de vida, de gerações inteiras. Animais, plantas, processos biológicos, minerais, moléculas, átomos, sistemas planetários, o Vazio originário, Deus, a Criação. Pode haver ou não, a perda temporária da identidade pessoal, podemos nos sentir fundidos mas ainda conscientes da nossa própria, podemos sentir que existe uma única consciência que habita todos.

Além da Psicanálise - Stanislav Grof

Além da Psicanálise - Stanislav Grof
O Futuro da Psiquiatria:
Desafios conceituais para a Psiquiatria, Psicologia e Psicoterapia

O trabalho clínico com formas variadas de poderosas psicoterapias experienciais e com substâncias psicodélicas trouxe incontestáveis evidências que a imagem freudiana da psique é extremamente superficial. Pessoas experienciando profunda regressão experiencial com o uso destas novas técnicas rapidamente se movem para além das memórias da infância e alcançam o nível da sua psique que contém os arquivos de memórias traumáticas do nascimento biológico.

Nesse ponto, se encontram com emoções e sensações físicas de extrema intensidade, frequentemente ultrapassando qualquer outra coisa considerada como possibilidade humana. As experiências originadas nesse nível da psique representam uma estranha mistura de um encontro destrutivo com a morte e a luta para nascer.

-- Stanislav Grof, M.D., H. R. Giger and the Soul of the Twentieth Century

Resumo

Pesquisas modernas de estados holotrópicos (um grande sub-grupo de estados incomuns de consciência), como psicoterapia experiencial, trabalho clínico e laboratorial com substâncias psicodélicas, antropologia de campo, tanatologia e terapia com indivíduos passando por crises psico-espirituais ("emergências espirituais"), gerou uma gama de extraordinárias observações que minaram algumas hipóteses muito fundamentais da moderna psiquiatria, psicologia e psicoterapia. Algumas dessas descobertas desafiam seriamente os princípios filosóficos da ciência ocidental, no que diz respeito à relação entre matéria, vida e consciência. Este artigo resume as mais importantes e grandes revisões que teremos de revisar a respeito do nosso entendimento de consciência e de psique humana, na saúde e na doença, para acomodar tais desafios conceituais:

1. Ao contrário da ciência acadêmica, o "programa" da psique humana não se limita à biografia pós-natal e ao inconsciente individual freudiano. A psique humana individual inclui duas importantes dimensões adicionais - o domínio perinatal, estreitamente relacionado ao trauma do nascimento, e o domínio transpessoal, a fonte das experiências que transcendem o ego-corporal - e essencialmente se iguala à toda a existência.

2. As desordens emocionais e psicossomáticas de origem psicogênica não podem ser explicadas adequadamente a partir de eventos pós-natais traumáticos; elas têm importantes raízes perinatais e transpessoais. Por essas razões, uma psicoterapia efetiva precisa incluir estes domínios trans-biográficos, e não pode se limitar ao trabalho do material da vida pós-natal.

3. Além de lidar com o material biográfico, que é de costume nas variadas escolas psicoterápicas do Ocidente, os estados holotrópicos oferecem poderosos mecanismos de cura que estão disponíveis nos níveis perinatal e transpessoal da psique humana, tais como o reviver do nascimento biológico e a experiência de morte e renascimento psico-espiritual, experiências de vidas passadas, sequências arquetípicas, episódios de unidade cósmica, e outros.

4. Estados holotrópicos, espontâneos ou induzidos mobilizam forças curativas intrínsecas ao organismo. Se adequadamente suportadas e apoiadas, podem resultar em cura emocional e psicossomática, tranformação positiva da personalidade e evolução da consciência. Elas oferecem possibilidades terapêuticas radicalmente diferentes e superiores dos esforços convencionais, de racionalmente entender as dinâmicas das desordens, e tratá-las através de intervenções da psicoterapia verbal, que refletem a crenças de variadas escolas de psicoterapia.

5. Espiritualidade na forma genuína é uma legítima e importante dimensão da existência, e é incorreto dispensá-la como um produto da ignorância, superstição, pensamento mágico primitivo ou patologia. Experiências místicas não devem ser vistas como indicação de doenças mentais, mas como manifestações normais e muito desejáveis da psique humana, com extraordinários potenciais de cura e transformação.

6. Muitas das experiências em estados incomuns de consciência desafiam seriamente não apenas as teorias atuais da psiquiatria, mas também suposições filosóficas básicas da ciência ocidental materialista, no que diz respeito à natureza da realidade e a relação entre matéria e consciência. Sob a luz das novas descobertas, a consciência não é um produto de processos neurofisiolóicos do cérebro, mas um aspecto fundamental da existência, mediado pelo cérebro, mas não produzido por ele.

Potenciais curativos e heurísticos das experiências holotrópicas

A fonte das observações exploradas nesse artigo foi um estudo sistemático de longa-duração do que a psiquiatria acadêmica chama estados “alterados” ou “estados incomuns de consciência.” O foco principal dessa pesquisa foram as experiências que representam uma fonte útil de dados sobre a psique humana e as que tem um potencial transformador e evolucionário. Para esse objetivo, o termo “estado incomum de consciência” é genérico demais; pode incluir um grande espectro de condições que não nos interessam ou são irrelevantes nesse ponto.

A consciência pode ser profundamente alterada por uma variedade de processos patológicos – traumas cerebrais, intoxicações por venenos, infecções, ou processos degenerativos e circulatórios no cérebro. Tais condições pode resultar em profundas alterações mentais que seriam incluídas em uma categoria de “estados incomuns de consciência”. Entretanto, eles causam “delíros triviais” ou “psicoses orgânicas”, estados associados a desorientação geral, suas funções intelectuais ficam significativamente danificadas e tipicamente sofrem de amnésia após suas experiências. Essas condilções são muito importantes clinicamente, mas são irrelevantes para nossa discussão.

Esse artigo sintetiza observações enfocando um grande e importante sub-grupo de estados incomuns de consciência, para o qual a psiquiatria contemporânea não tem um termo específico. Cheguei à conclusão que, pelas suas características próprias, merecem serem diferenciadas do resto e colocadas numa categoria especial. Por essa razão, criei o nome holotrópico. Essa combinação literalmente significa “orientado para a totalidade / inteireza” ou “indo em direção à totalidade / inteireza” (do grego holos = totalidade / inteireza e trepein = indo em direção a algo). O sentido completo desse termo e a justificativa para tal uso ficarão claros em breve nesse artigo. O nome sugere que em nosso estado comum de consciência estamos fragmentados e identificados com uma pequena fração do que realmente somos.

Nos estados holotrópicos, a consciência se altera qualitativamente de uma maneira profunda e fundamental, mas não da mesma maneira que as psicoses orgânicas ou delírios triviais. Nosso campo de consciência pode ser invadido por conteúdos de outras dimensões da existência, que podem ser muito intensas e até mesmo avassaladores. Ao mesmo tempo não perdemos contato com a realidade diária. Estados holotrópicos se caracterizam por uma mudança específica na consciência associada à mudanças dramáticas em todas as áreas sensoriais, emoções intensas e incomuns, profundas alterações nos processos de pensamento. São também acompanhadas de uma variedade de manifestações psicossomáticas intensas, e formas incomuns de comportamento.

O conteúdo dos estados holotrópicos costuma ser espiritual ou místico. Podemos experienciar sequências de morte e renascimento e um variado espectro de fenômenos transpessoais, como sentimentos de união e identificação com outras pessoas, natureza, universo, e Deus. Podemos desvendar o que parecem ser memórias de outras encarnações, encontros poderosos com figuras arquetípicas, nos comunicarmos com seres desencarnados e visitar numerosas paisagens mitológicas. Nossa consciência pode se separar do nosso corpo e ainda assim reter sua capacidade de perceber o ambiente imediato e locações remotas.
A psiquiatria ocidental está ciente da existência dos estados holotrópicos mas, por causa do seu estreito quadro referencial limitado à biografia pós-natal e ao inconsciente individual freudiano, eles não têm explicações coerentes para eles. Eles vêm tais estados como patológicos produtos do cérebro, sintomas de doença mental severa, psicose. Essa conclusão não se sustenta em descobertas clínicas e é no mínimo, altamente problemática. Ao se referir a tais condições como “psicoses endógenas” pode parecer impressionante para alguém leigo, mas demonstra ignorância profissional no que diz respeito à etiologia de tais condições.

É difícil imaginar como um processo patológico afetando o cérebro poderia produzir um rico e intrincado processo de experiências holotrópicas, envolvendo fenômenos de sequência de morte e renascimento espiritual, encontros com seres arquetípicos, visitas a campos mitológicos, sequencias de vidas passadas de outras culturas, ou visões de discos voadores e sequestros (abduções) por alienígenas. Além disso, um estudo cuidadoso da natureza dessas experiêncis e as informações que elas trazem contradizem diretamente tal intepretação patológica. Uma das funções desse texto é explorar o estado ontológico das experiências holotrópicas e demonstrar que são fenômenos sui generis – manifestações normais da psique humana com um enorme potencial de heurístico e de cura.

Culturas antigas e aborígenes passaram muito tempo e usaram muita energia desenvolvendo técnicas poderosas de alteração da mente que induzem estados holotrópicos. Essas “tecnologias do sagrado” agregam de várias maneiras canto, respiração, tambores, dança rítmica, isolamento social e sensorial, dor física extrema, e outros elementos (Eliade 1964, Campbell 1984). Muitas culturas usaram plantas contendo alcalóides psicodélicos (Stafford 1977, Schultes e Hofman 1979).
ltes and Hofmann 1979).
Famosos exemplos dessas plantas são variedades de maconha, cogumelos “mágicos”, o cacto mexicano peyote, pós caribenhos e sul-ammericanos, planta africana eboga, e Banisteriopsis caapi da selva amazônica, fonte do yagé ou ayahuasca. Secreções da pele de alguns animais e a carne do peixe do pacífico Kyphosus fuscus.

Facilitadores adicionais de experiências holotrópicas são variadas formas de prática espiritual envolvendo exercícios de meditação, concentração, respiração e movimentos usados em diferentes sistemas de yoga, Vipassana ou Zen Budista, Vajrayana Tibetana, Taoismo, misticismo cristão, sufismo, ou cabala. Outras técnicas usadas em mistérios antigos de morte e renascimento, como iniciações do templo egípcio de Isis e Osiris e o Grego Bacchanalia, ritos de Attis e Adonis, e os mistérios Elêusios. As especificidades dos ritos secretos continuam desconhecidos, mas é possível que preparações psicodélicas tenham tido uma participação importante nesses ritos (Wasson, Hofmann, e Ruck 1978).

Meios modernos de indução de estados holotrópicos de consciência são os princípios ativos de plantas psicodélicas (mescalina, psilocibina, derivados da triptamina, harmalina, ibogaína, cannabinóis, e outros), substâncias sintéticas (LSD, anfetaminas e quetamina) (Shulgin e Shulgin 1991), e formas poderosas de psicoterapia, como hipnose, técnicas neo-reichianas, terapia primal e renascimento. Minha esposa Christina e eu desenvolvemos a respiração holotrópica, um método poderoso de facilitar estados holotrópicos de maneiras muito simples – respiração consciente, música evocatica e trabalho corporal focalizado (Grof 1988).

Existem meios eficientes de alteração de consciência em laboratório. Uma destas é isolamento sensorial, que envolve a redução de estímulos sensoriais básicos. Nessa forma de privação sensorial, ocorre a submersão do corpo em um tanque escuro onde o corpo flutua em água com temperatura corporal (Lilly 1977). Outra técnica conhecida de laboratório de alteração de consciência é o biofeedback, onde o indivíduo é guiado por sinais eletrônicos a estados incomuns de consciência, levando em conta certas frequencias de ondas cerebrais (Green e Green 1978). Podemos citar também as técnicas de sono e privação de sonhos e sonhos lúcidos (LaBerge 1985).

Vale apontar que estados holotrópicos de duração variada podem ocorrer também espontaneamente, sem uma causa aparente, e normalmente contra a vontade da pessoa envolvida. Como a psiquiatria moderna não diferencia os estados místicos e espirituais das doenças mentais, muitas pessoas nesses estados são muitas vezes consideradas psicóticas, são hospitalizadas e recebem tratamento com remédios supressores farmacológicos. Minha esposa e eu vemos esses estados como crises psicoespirituais ou “emegências espirituais”. Acreditamos que quando são adequadamente apoiadas e tratadas, podem resultar em cura emocional e psicossomática, transformação positiva da personalidade e evolução da consciência. (Grof e Grof 1989, 1990).

Culturas antigas e pré-industriais consideravam os estados holotrópicos como de alta importância, praticavam eles regularmente em contextos socialmente regrados, e dispendiam muito tempo e energia desenvolvendo técnicas seguras e eficazes de induzir tais estados. Foram os veículos principais das suas vidas rituais e espirituais, como uma comunicação direta com os domínios arquetípicos de deidades e demônios, forças da natureza, reino animal, e o cosmos. Outros usos envolviam diagnósticos e curas de doenças, desenvolvimento da intuição e percepção extra-sensorial, obtenção de inspiração artística, e com objetivos práticos, como encontrar objetos e pessoas perdidas. De acordo com o antropólogo Victor Turner, o compartilhar em grupo ajuda também na união da tribo e tende a criar um senso de profunda conexão (communitas).

A psiquiatria e psicologia ocidentais não enxergam os estados holotrópicos (exceto os sonhos que não são recorrentes ou assustadores) como potenciais fontes de valiosas informações sobre a psique humana e sobre cura, mas basicamente como fenômenos patológicos. Clínicos tradicionais usam indiscriminadamente nomes patológicos e medicação supressiva sempre que tais estados ocorrem espontaneamente. Michael Harner, antropólogo de boa base acadêmica, que passou por uma iniciação e prática xamânica durante o seu trabalho de campo na selva amazônica, sugere que a psiquiatria ocidental se divide em pelo menos dois significativos modos (Harner 1980).

É etnocêntrica, o que significa que se considera como a única correta e superior forma de ver a psique humana e a realidade, em comparação a todos os outros grupos. Dessa perspectiva, experiências e comportamentos de onde não existe explicação psicanalítica ou comportamentalista, são vistas como doença mental. De acordo com Harner, a psiquiatria ocidental também é “cognocêntrica” (uma palavra mais precisa seria “pragmacêntrica”), indicando que leva em consideração apenas experiências e observações dos estados comuns de consciência. O desinteresse da psiquiatria pelo estados holotrópicos resultou em uma visão de mundo insensível e com tendência a patologizar todas as atividades que não sejam compreendidas no estreito contexto do paradigma materialista monista. A vida ritual e espiritual das culturas antigas e pré-industriais e a história espiritual da humanidade inteira estão incluídas nessas atividades patologizadas.

Se estudarmos sistematicamente as experiências e resultados associados com os estados holotópicos, passamos a ter, inevitavelmente uma revisão radical de nossas idéias mais básicas sobre a consciência e a psique humana, assim como uma nova visão da psiquiatria, psicologia e psicoterapia. As mudanças que teremos de fazer em nossa maneira de pensar se abrem em grandes categorias:

1. Nova compreensão e cartografia da psique humana.
2. A natureza e arquitetura das desordens emocionais e psicossomáticas.
3. Mecanismos terapêuticos e o processo de cura.
4. Estratégias de psicoterapia e auto-exploração.
5. A natureza da realidade.

Bibliografia_1

Grof, S. :Psicologia do Futuro, lições das pesquisas modernas da consciência - Niterói, RJ : Heresis, 2000
Grof, S. :A aventura da autodescoberta. São Paulo : Summus,1997
Grof, S. :A mente holotrópica:novos conhecimentos sobre psicologia e pesquisa da consciência. Rio de Janeiro : Rocco, 1994
Grof, S. :Além do Cérebro: nascimento, morte e transcendência em psicoterapia. São Paulo: McGraw-Hill, 1987

Quem é / Who´s Stanislav Grof ?


Stanislav Grof

Stanislav Grof (nascido em 1931, Praga, antiga Tchecoslováquia) é um dos fundadores da teoria da Psicologia Transpessoal e um pioneiro pesquisador do uso de estados alterados de consciência com propósitos de cura, crescimento pessoal e insight.

 
Grof é particularmente conhecido por seus estudos iniciais com LSD e os seus efeitos na psique – o campo da psicoterapia psicodélica. Construiu um quadro teórico para a psicologia pré- e perinatal e psicologia transpessoal, onde as viagens com LSD e outras poderosas experiências emocionais foram mapeadas de acordo com experiências fetais e neonatais. Com o tempo, essa teoria desenvolveu-se para uma detalhada cartografia da psique profunda. Seguindo as proibições legais do uso do LSD nos anos 60, Grof descobriu que muitos desses estados de consciência podem ser explorados sem drogas, apenas usando certas técnicas de respiração em um ambiente seguro. Ele ainda realiza esse trabalho atualmente com o nome de Respiração Holotrópica.

 
Grof fez M.D. na Charles University em Praga, em 1957 e então concluiu seu Ph.D. em Medicina na Academia Tcheca de Ciências, em 1965, com treinamento em psicanálise freudiana, na época. Em 1967 foi convidado para o cargo de professor assistente na Universidade de Medicina Johns Hopkins, em Baltimore, EUA, e tornou-se Chefe de Pesquisas Psiquiátricas em Maryland, onde trabalhou com Walter Pahnke e Bill Richards, entre outros. Em 1973, Dr. Grof foi convidado para o Instituto Esalen em Big Sur, California, onde morou até 1987 como residente, desenvolvendo suas idéias.

 
Como fundador-presidente da Associação Internacional de Transpessoal (ITA) (fundada em 1977), tornou-se um distinto membro adjunto do Departamento de Filosofia, Cosmologia e Consciência, no Instituto de Estudos Integrais da Califórnia, posição que ocupa até hoje. O irmão de Grof, Paul Grof tem uma cadeira na Organização Mundial de Saúde, no comitê que avaliou o ecstasy. Stanislav ajudou Rick Doblin passar algumas informações sobre a droga para o seu irmão. Paul não aceitou a decisão do comitê em regular Ecstasy como uma droga tipo Schedule I dentro da Convenção de Substâncias Psicodélicas.



Bibliografia
-Realms Of The Human Unconscious: Observations From LSD Research (1975)
-The Human Encounter With Death (1977) with Joan Halifax
-LSD Psychotherapy (1980)
-Beyond Death: The Gates Of Consciousness (1981) with Christina Grof
-Ancient Wisdom And Modern Science (1984) Edited by Stanislav Grof
-Beyond the Brain: Birth, Death And Transcendence In Psychotherapy (1985)
-Human Survival And Consciousness Evolution (1988) Edited with Marjorie L. Valier
-The Adventure Of Self-Discovery: Dimensions of Consciousness And New Perspectives In Psychotherapy (1988)
-Spiritual Emergency: When Personal Transformation Becomes A Crisis (1989) Edited with Christina Grof
-The Stormy Search For The Self: A Guide To Personal Growth Through Transformative Crisis (1990) with Christina Grof
-The Holotropic Mind: The Three levels Of Human Consciousness And How They Shape Our Lives (1992) with Hal Zina Bennet
-Books Of The Dead: Manuels For Living And Dying (1993)
-The Thirst For Wholeness: Attachment, Addiction And The Spiritual Path (1994) by Christina Grof
-The Transpersonal Vision (1998) book and audio
-The Cosmic Game: Explorations Of The Frontiers Of Human Consciousness (1998)
-The Consciousness Revolution: A Transatlantic Dialogue (1999) with Peter Russell and Ervin Laszlo. Foreword by Ken Wilber
-Psychology Of The Future: Lessons From Modern Consciousness Research (2000)
Caterpillar Dreams (2004) with Melody Sullivan
-When The Impossible Happens: Adventures In Non-Ordinary Reality (2006)
-The Ultimate Journey: Consciousness And The Mystery Of Death (2006)