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Estrategia De Vida - O Caminho Do Curso D`agua

Trechos do livro "Quando o Impossível Acontece", de Stanislav Grof, pela Editora Heresis, 2007
"O Caminho do Curso D`água" - Pagina 79

 
Uma das características mais impressionantes do trabalho experimental profundo com estados ampliados de consciência é o efeito que tem sobre o nosso modo de vida e sobre a estratégia que usamos para lidar com desafios e projetos.

O modelo oferecido em sociedades tecnológicas, no que se refere a isso, é definir o objetivo que desejamos conquistar e buscá-lo com energia concentrada e determinação inabalável. 

Isto inclui a identificação e remoção de obstáculos que impedem nosso avanço e o combate com potenciais inimigos. A vida de um indivíduo que siga essa receita assemelha-se a uma luta de vale-tudo ou uma competiçao de boxe.

Trabalhei com muitas pessoas que conseguiram entender as forças psicológicas subjacentes a esta estratégia e transcendê-la.

Essas pessoas descobriram que este enfoque à existência reflete o fato de que não superamos a marca deixada pelo trauma do nosso nascimento em nossa psique e estamos separados e alienados do domínio espiritual. 

Nossos esforços para conquistas externas são projeções de um esforço mais profundo e muito mais fundamental para completarmos psicologicamente o processo do nascimento e para fazermos uma conexão espiritual. 

Não há fim para a nossa fome por conquistas externas, porque nunca temos o bastante do que, na verdade, não precisamos ou desejamos. 



A auto-exploração responsável e sistemática pode ajudar-nos a superar o trauma do parto e a fazer uma conexão espiritual profunda. 

Isto nos leva na direção do que os mestres espirituais do tao chamam de wu wei, ou "quietude criativa", que não é ação envolvendo o esforço ambicioso determinado, mas fazer por ser. Isto é chamado, às vezes, de "caminho do curso d`água", porque imita o modo como a água opera na natureza.

Em vez de nos concentrarmos em determinado objetivo pré-fixado, tentamos sentir a direção em que as coisas se movem e como podemos nos ajustar a esse movimento. 

Esta é a estratégia usada nas artes marciais e no surfe, que envolve o foco sobre o processo, em vez de no objetivo e no resultado. 

Quando conseguimos enfocar a vida dessa forma, acabamos por conquistar mais e com menos esforço. 

Além disso, nossas atividades não são egocêntricas, exclusivas e competitivas, como ocorre durante a busca de metas pessoais, mas inclusivas e sinérgicas. 

O resultado não nos traz apenas satisfação, mas serve também a um fim maior da comunidade.

Também observei repetidamente e já senti pessoalmente que, quando operamos nessa moldura taoísta, coincidências benéficas e sincronicidades extraordinárias tendem a ocorrer em apoio ao nosso projeto e nos ajudam em nosso trabalho. Descobrimos "acidentalmente" as informações que precisávamos, as pessoas certas aparecem no momento certo e os fundos necessários nos vêm inesperadamente.

Respiração Consciente: Uma Jornada para Libertar Corpo e Mente

A vida moderna nos desafia diariamente: estresse, ansiedade e a desconexão consigo mesmo tornaram-se companheiros silenciosos. E se existisse uma chave para desbloquear emoções reprimidas, ressignificar traumas e realinhar seu propósito? A Terapia pela Respiração Consciente surge não como uma técnica, mas como uma revolução interior, moldada por três décadas de transformações reais em milhares de vidas.  


A Respiração que Transcende o Óbvio  

Mais do que um ato involuntário, a respiração é um portal para o autoconhecimento. Enquanto a sociedade busca soluções rápidas em pílulas ou apps, nós mergulhamos na raiz: o poder do ar que entra e sai de seus pulmões.  


Na agitação, respiramos rápido e superficial, como em crises de pânico.  

Na apatia, a respiração torna-se lenta e contida, como na depressão.  


Aqui, propomos o oposto: usar a hiperventilação guiada para romper padrões. Ao acelerar conscientemente a respiração, você desativa o piloto automático emocional. É como pressionar um botão de reset no sistema nervoso, permitindo que o corpo libere toxinas emocionais acumuladas há anos.  


Esta terapia não se limita ao físico — ela desperta camadas profundas da sua existência.


1 O Encontro com Sua Essência  

   Quem você é além dos rótulos sociais? A respiração plena revela impulsos genuínos, motivações adormecidas e a voz interior que sussurra: Este é o seu caminho.  


2 A Dança com o Mundo  

   Relacionamentos, cultura, crenças… Tudo isso molda sua percepção, mas também pode aprisionar. Aqui, você reescreve narrativas limitantes, aprendendo a interagir com o externo sem perder sua autenticidade.  


3 A Sintonia com o Invisível 

   Espiritualidade não é dogma; é a consciência de que você faz parte de algo maior. É entender que cada respiro é um diálogo com o universo, um passo na jornada de sua alma.  


O Processo: Do Caos à Clareza  

Realizada em grupos íntimos (até 8 pessoas), a terapia é um mergulho de dois dias, dividido em três atos transformadores:  


1 A Torrente (Hiperventilação)  

Em um ambiente seguro, você entra em estado de fluxo através de respiração rápida e profunda. É um convite para soltar o controle, permitindo que emoções estagnadas subam à superfície e se dissolvam.  


2 O Oásis (Integração)

Após a tempestade, vem a calmaria. Um momento para compartilhar refeições e histórias, onde o grupo se torna espelho — cada relato reflete fragmentos da sua própria jornada.  


3 A Revelação (Compartilhamento Sagrado)  

Aqui, o cognitivo e o emocional se unem. Ao verbalizar experiências, você decifra símbolos internos, identifica padrões e, o mais importante, escolhe quais histórias merecem continuar. O grupo valida, apoia e amplifica sua voz, criando um laço de pertencimento raro em um mundo individualista.  


Por Que Isso Funciona?  

Liberação Fisiológica: A hiperventilação estimula a produção de endorfinas, reduzindo cortisol e reequilibrando o sistema nervoso.  


Cura Coletiva: Compartilhar vulnerabilidades em grupo quebra ilusões de solidão, você percebe que não está sozinho em suas lutas.  


Reescrita Neural: Padrões mentais tóxicos são substituídos por novos scripts, escritos por você, durante estados elevados de consciência.  


Seu Convite para Renascer  

Imagine sair desses dois dias não apenas mais leve, mas com ferramentas concretas para: 

 

- Dissolver ansiedade crônica e fadiga mental.  

- Ativar a resiliência emocional em situações desafiadoras.  

- Redescobrir paixões e motivações que jaziam esquecidas.  


Próxima Edição: Sábado 26/4, das 14h às 18h e Domingo 27/4, das 8h30 às 12h30.  

Vagas limitadas a 4 participantes — garantindo profundidade e atenção individual.  


Faça parte desta revolução silenciosa. 

Respire. Liberte-se. Transforme. 


Informações e Inscrições: 

Antonio Vaszken 

11 99285-4329 Whatsapp 



Nota: Este não é um tratamento médico, mas um complemento terapêutico. Consulte um profissional de saúde para condições específicas.

Alcoolismo e Drogadicao

"O Pagamento Final" (Carlito´s Way), com Al  Pacino e Sean Penn. Al Pacino é um traficante recém-saído da prisão, em busca de redenção e de abandonar o mundo do crime.

 

Ele continua envolvido nas mesmas relações que o levaram para dentro da prisão. Será que ele consegue?

 

 

"Existem amplas evidências de que por trás do desejo por drogas ou álcool há um desejo, não reconhecido, de transcendência e totalidade. Muitas pessoas em recuperação falam de suas incansáveis buscas por algum elemento ou dimensão que está faltando em suas vidas e descrevem suas procuras frustradas por substâncias, alimentos, relacionamentos, posses ou poder, o que reflete um esforço incansável para saciar esse desejo (Grof, 1993).

A convivência humana não é fácil. As diferenças individuais nem sempre são bem compreendidas, o discurso verbal e a expressão pessoal são coisas altamente valorizadas, mas nem todos se expressam do mesmo modo, ou são recompensados igualmente. Além disso, os problemas cotidianos exercem tanta pressão sobre uma pessoa, que as drogas ou comportamentos repetitivos podem representar uma fuga, ou mais precisamente, um modo próprio de enfrentamento da realidade, tendo em vista os dilemas de difícil ou nenhuma solução, a que cada pessoa está sujeita. 

Se considerarmos que existe um único modo de ser e de se relacionar com o mundo, e que tal modo é o modo "correto" e os outros são apenas desvios em relação a este único modo "normal", somos constantemente apresentados a desafios praticamente intransponíveis .

A experiência de alguém que está sob efeito do álcool ou de uma droga pesada, pode ser muito parecida com aquilo ao que um místico tem acesso: sensação de dissolução das fronteiras individuais, o fim de emoções perturbadoras e a superação dos problemas cotidianos. As semelhanças param por aí, pois faltam outras características que apenas os estados místicos de consciência possuem, tais como serenidade, numinosidade e riqueza de insights filosóficos (Grof, 2000).


Talvez seja por isso que existe uma grande dificuldade em abandonar qualquer vício ou dependência, pois o que move todos esses comportamentos é uma verdadeira ânsia e desejo, de transcendência e de união, com a totalidade. Ainda que seja possível bloquear um comportamento ligado a um vício ilícito, a sua fonte sempre estará presente, de algum modo. 

O sentido e a direção dos comportamentos de dependência são os elementos ou dimensões que estão ausentes na existência daqueles indivíduos - que está na base da sensação de sentir-se conectado à vida e às pessoas. 


Não é difícil encontrar um ex-dependente que se converteu para alguma religião, ou filiou-se a algum grupo especial e deixou de ser um adicto, muito embora o novo comportamento tenha substituído a substância, pois a intensidade e o vínculo aos novos valores, ajudam a manter a pessoa afastada das drogas. Uma investigação mais cuidadosa pode mostrar que a entrada do indivíduo no referido grupo promove os tipos de experiências místicas e de totalidade tanto almejadas por ele. 

Uma alternativa pouco válida para interromper ou impedir o uso de drogas são as crenças e valores negativos ao redor dessas substâncias, como se tal atitude realmente afastasse os possíveis e atuais usuários das mesmas. Frases como "drogas matam" ou "álcool corrói vidas" podem inibir algumas pessoas, por pouco tempo. Mas existem fatores sociais muito mais poderosos e atraentes que facilitam a aproximação dos indivíduos em relação ao álcool, tais como os grupos sociais e familiares. 

Uma possível solução é a educação que tenha em vista os valores necessários a uma existência plena, e que propicie experiências de conexão e valorização da existência, e das relações dos indivíduos com o mundo. 

Também considero fundamental compreender que a consciência humana é capaz de acessar e de se conectar com vários níveis ou estados da realidade. É isso o que ocorre quando alguém ingere ou utiliza algum tipo de substância ou droga que altera o funcionamento da mente. 

Patologizar os outros estados de consciência, e considerar que existe apenas um único modo legítimo de percepção da realidade, o nível cotidiano de vigília, é extremamente limitado e agressivo. Existem outros modos de consciência, diferentes do estado de vigília, que são saudáveis, trazem qualidade de vida à existência, e permitem transformar estratégias de vida, para uma vida mais plena de significado.

Tendo em vista o avanço tecnológico atual, é possível comprovar a existência de diversos estados de consciência, a partir de exames em tempo real do cérebro, em pessoas meditando, lendo livros, imaginando uma situação concreta, ou outra coisa semelhante. 

Pode ocorrer que uma experiência de embriaguez, ou de uso de drogas traga uma ameaça à vida tão grande, que a pessoa "desperte" para o fato de que ela ia morrer naquele momento, e suspenda o uso por um certo período de tempo. Mas se não acontecer um esforço pessoal e consciente de mudança de hábitos e de relacionamentos, afastando-se de vínculos que promovem o vício ou a dependência, e aproximando-se de situações que levam à totalidade e à plenitude - o comportamento da dependência tende a continuar. 

Segundo Carl G. Jung, o termo spiritus em latim cobre dois significados: álcool e espírito. Ele sintetizou seus conceitos sobre vícios na frase "spiritum contra spiritum", explicando que apenas uma experiência espiritual* pode salvar pessoas da devastação do álcool. 

*O termo "espiritual" refere-se à sensação e compreensão de estarmos conectados à existência e ao mundo, como um todo. Essa sensação e compreensão ocorre antes de qualquer pensamento ou racionalização. A espiritualidade não se baseia na participação em nenhum tipo de religião ou seita, muito menos na crença em mundos e seres superiores ou de outras dimensões. A espiritualidade é independente da formação familiar e acadêmica do indivíduo, ainda que tais fatores possam exercer influências sobre a sua visão de mundo. Ela depende das crenças, valores, das experiências vividas e do modo de relação que a pessoa estabelece a todo momento, com a existência, com si mesma e com o outro.

Quer saber mais? Veja também:

Desordens Emocionais e Psicossomáticas - item "Alcoolismo" neste blog


Referências:

Grof, Stanislav, 1931 - Psicologia do Futuro, lições das pesquisas modernas da consciência - Niterói, RJ:Heresis 2000

Grof Transpersonal Training (GTT)- Módulo "Vicios e Apegos", ministrado por Tav Sparks em 2009, em Cotia/SP - Brasil. 

Video Cassetadas e Comportamentos Repetitivos




Você já parou para ver as "video-cassetadas"? Todo mundo conhece, são vídeos feitos em casa, que incluem momentos constrangedores, na maioria das vezes quedas, escorregões, tombos, entre outras coisas. Hoje em dia, isso passa em vários lugares, não só na televisão aberta, mas nos canais por assinatura e também na internet.

É curioso perceber nossas reações, são as mais variadas possíveis, quando as vemos: Algumas pessoas se deliciam, e riem muito; outras vêem como humilhação; uns aguardam pela próxima cena ansiosos, enfim, cada pessoa reage de maneiras específicas e particulares a esses programas.

No caso das cenas que privilegiem a humilhação, quedas, machucados, e até mesmo violência, e sexualidade, é possível estabelecer uma relação entre o interesse e o prazer de assistir a tais cenas, com o dominio perinatal da teoria Transpessoal.

Antes de entrar nesse assunto, gostaria de mencionar outro elemento importante, que nem sempre é considerado: o fato de saber que se está sendo filmado é capaz de alterar o comportamento dos protagonistas da cena? E também; por quê alguém escolhe não apenas filmar, mas também divulgar, enviar para a televisão ou para a internet as cenas de "video-cassetadas"? O que esses dois comportamentos têm em comum - a exibição de um ato para uma platéia, a dinâmica inseparável do "observado-observador", que também faz parte do domínio perinatal do inconsciente.

O que quero dizer é que assistir, produzir e divulgar essa categoria de videos não se origina apenas das motivações sociais e egocêntricas do campo contingencial, e do ambiente imediatamente observável. Nós não somos uma "tabula rasa" que é totalmente preenchida com os valores parentais e ambientais. Ao nascermos, já temos registros próprios da espécie, da cultura humana e da familia, que exercem influência sobre nosso comportamento e o modo como enxergamos e sentimos o mundo.

Existem aspectos mais fortes e presentes, que são de certa forma, alimentados por conteúdos inconscientes (de natureza perinatal, relativas aos aspectos biológicos e simbólicos do nascimento humano).

Justamente porque esses aspectos nunca encontram uma via autêntica de liberação e vasão, apenas situações incompletas na aparência e nos objetivos, esse tipo de comportamento necessita ser repetido exaustivamente,  pois de alguma forma, a concretização desse sentido não pode ser realizada no cotidiano.


Ainda que alguns desses objetivos sejam benéficos, caso sejam a diversão, expressão pessoal, sentir-se observado e admirado, identificação com outros semelhante, entre outros, eles dificilmente chegam perto da intensidade e da realização plena dos aspectos que os motivam, ou seja, a morte e o renascimento psicoespiritual.

Por isso que muitas pessoas sentem um imenso vazio em suas vidas, muito embora elas possuam tudo que lhes traga felicidade - elas estão realizando apenas uma parte das suas motivações: são reconhecidas socialmente, trabalham honestamente, ganham o quanto podem sem passar necessidade, são ótimos amantes, excelentes profissionais e filhos exemplares.

Quem sabe, elas nunca viveram realmente uma morte psicoespiritual, que é morrer sem a morte física, mas o vazio que elas sentem traz justamente essa sensação de morte, que lhes é necessário para dar u sentido que falta à sua existência. Quando sentem esse vazio, seguem o "script" aprendido de preenchê-lo com o mundo externo: compras, adrenalina, vícios, tudo que lhes distraia e alivie a sensação de vazio. Paradoxalmente, tudo isso acaba trazendo a sensação de morte e vazio, pois no final o saldo continua negativo...

Isso vale para as video-cassetadas, e também para vários comportamentos repetitivos e aparentemente sem sentido, mas que nos dão muito prazer e felicidade na hora, mas no final parecem que não valeram e precisamos repetir.

O domínio perinatal do inconsciente consiste de padrões experienciais, ou matrizes. São assim chamadas "matrizes" com toda a razão, pois são as "fôrmas primordiais" de muitos comportamentos, valores, sentimentos e sensações físicas que vivemos no cotidiano. Foram descobertos a partir de pesquisas controladas de experiências de estados ampliados de consciência.

Tais estados costumam ser alcançados através de meditação, relaxamento profundo, uso de substâncias alucinógenas, rituais indígenas e xamânicos, jejuns prolongados, privação de sono, e até em crises espontâneas. Praticamente todas as filosofias orientais e milenares descrevem algum ou muitos desses padrões experienciais, que fazem parte do registro amplo da humanidade, e portanto, são acessíveis a todas as pessoas de todas as épocas e culturas.

Esse registro amplo foi chamado de "Inconsciente" por Sigmund Freud, e posteriormente, outro psiquiatra chamado Carl Jung chamou-o de "Inconsciente coletivo", por perceber que ele contém todos os padrões experienciais de toda a humanidade, não apenas o registro da vida biográfica individual, como Freud descobrira.

Recentemente, ou seja, em meados dos anos 1960, Stanislav Grof ,outro genial psiquiatra, descobriu que todas as pessoas sujeitas de laboratório para pesquisas psicodélicas, tiveram experiências de regressão ao útero materno e de renascimento psicoespiritual. Após centenas de relatos de casos, constatou que, além de sua compreensão psicanalítica freudiana ser limitada para explicar todas essas experiências embrionárias e relativas ao renascimento psicoespiritual, essas experiências provocavam profundas mudanças na visão de mundo daqueles sujeitos.

Tais mudanças incluiam: resignificação de traumas de tenra infância, de abusos sexuais, de comportamentos suicidas e auto-destrutivos, mudanças de estratégias de vida para uma vida mais simples e menos baseada em medos irracionais, entre outras. Em resumo, muitos casos clínicos considerados com poucas chances de melhora, pois já haviam sido atendido durante longos anos apenas com psicoterapia verbal ou psicanalítica, abordagem muito válida até hoje.

Depois dessa breve história realmente invejável para qualquer interessado no comportamento humano, Stanislav Grof deu continuidade às pesquisas e acabou estabelecendo pontes com outras abordagens que também compartilham de uma visão tanto humanista (que colocam o ser humano no centro do interesse da sobrevivência planetária) quanto multi-dimensional e consciencial (filosofias orientais e conhecimentos da chamada Filosofia Perene). O resultado é constatado e válido até hoje, em sessões de respiração e renascimento, e de terapia vivencial que utilizam abordagem corporal, psicodrama e psicossintese.

A Matriz Perinatal 3, como padrão, relativa a esse tópico de repetição, vazio existencial e video-cassetadas possui os seguintes parâmetros: 


- Identificação com três personagens ao mesmo tempo: agressor, vítima e um terceiro observador


- Sensação de estar numa situação de luta, com a possibilidade de término e vitória


- Aspecto titânico: imensa carga de energia física, voltada para a sobrevivência do feto dentro do canal de parto - resulta em agitação, ansiedade e incapacidade de estar no presente, no mundo cotidiano.


- Dinâmica de antagonismo com a mãe / mundo / outros - sensação de uma "incurável" separação com relação ao mundo, necessidade de estar sempre lutando com adversários na cotidiano


- Elementos sexuais distorcidos, sadomasoquismo, submissão, estupro, contato com elementos biológicos, tais como sangue, urina, fezes, placenta - resulta em dificuldade de estabelecer vínculos amorosos, apenas relações baseadas no prazer imediato e sexual.


- Sensação de que "aqui" não está bom, mas com sacrifício se chegará ao paraíso,que está lá na frente, ou no futuro. Próximo do final, transição para a próxima matriz. - resulta em estratégias perdedoras, baseadas em evitar constantemente a morte do ego, em se estar sempre no controle e em sacrificar o presente para alcançar um objetivo que nunca realmente se concretizará.


Obviamente, nem todos os vídeos tratam de humilhação, agressão ou satirização. São acontecimentos trágicos e inusitados que se manifestam, e ficam em evidência. A questão não é meramente o conteúdo dos vídeos, mas sim o que se faz com eles. Como são exibidos, como aparecem de maneira muitas vezes repetitiva, sem a menor utilidade além de manter espectadores ligados no mundo externo. Qual a atitude de quem exibe e de quem assiste? Qual a filosofia de vida revelada na exposição e na espiação coletiva?