Google+ Transpessoal e Fenomenologia Existencial: 20 de set. de 2011

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Otto Rank

Citações de Otto Rank

http://www.ottorank.com/home/quotes-by-rank

 

- Diario - Dezembro 1904

"A correta didática da análise é aquela que não difere em nada do tratamento curador. Como, realmente, poderá o futuro analista aprender a técnica se ele não a experimenta exatamente como deve aplicá-la depois?"
Cena da série "Em Terapia" (In Treatment) pela HBO - todos os direitos reservados
- Extraído de uma carta a Jessie Taft, citada em "Denial of Death (A Negação da Morte)", de Ernest Becker
Projeção e Identificação

"Quanto mais rica - ela é, mais variada e completa - a vida emocional de um indivíduo, menos ele tende à projeção, e mais inclinado ele será à identificação. Sua válvula de escape e satisfação vem da identificação de si mesmo com as emoções do outro. Por outro lado, quanto mais estreita e restrita é a vida de um indivíduo, mais intensas serão as suas poucas emoções, menos inclinado a, e menos capaz de, identificar-se - a falta do que ele tem de compensar através da projeção. Projeção, assim prova-se ser um mecanismo de compensação que ajusta uma ausência/falta interna. Identificação, por outro lado, é uma expressão de abundância, do desejo por união, por alianças, por compartilhamento."

Chelsea, time de futebol de Londres da Inglaterra

Na Sociedade Psicanalítica de Viena

(...) Em 1924 Rank publicou "O Trauma do Nascimento", explorando como a arte, mito, religião, filosofia e terapia foram iluminadas pela "ansiedade de separação" na "fase antes do desenvolvimento do Complexo de Édipo" (p.216 - do original). Mas não existia tal fase nas teorias de Freud. O Complexo de Édipo, explicado por Freud exautivamente, era o núcleo da neurose e a fonte original de toda arte, mito, religião, filosofia, terapia - de toda cultura humana e civilização. Foi a primeira vez que alguém do círculo interno se atrevera a sugerir que o Complexo de Édipo pudesse não ser o supremo fator causal na psicanálise. Também foi a primeira vez que alguém no círculo interno se atrevera a sugerir que haveria um complexo "pré-Edipiano" - um termo que não existira até aquele ponto. Rank foi o primeiro a usar o termo "pré-Edipiano" em um fórum público psicanalítico em 1925 (Rank, 1996, p.43 - do original). Na nova edição do Dicionário Oxford Inglês, Rank será creditado como criador desse termo, que se pensava ter sido introduzido por Freud em 1932.
Édipo e a esfinge


Influência

Rollo May, um pioneiro da psicoterapia existencial nos Estados Unidos, foi profundamente influenciado pelas leituras e escritas pós-freudianas de Rank, e sempre considerou Rank o mais importante precursor da terapia existencial. Logo após sua morte, Rollo May escreveu o pósfácio a coleção editada por Robert Kramer dos escritos americanos de Rank. "Sempre achei Otto Rank o grande gênio irreconhecido no círculo de Freud," disse May (Rank, 1996, p.xi - do original).

Rollo May: 1903-1995

Em 1936 Carl Rogers, o psicólogo mais influente nos EUA depois de William James, convidou Otto Rank a fazer uma série de leituras em Nova Yorque sobre os modelos pós-freudianos de terapia experiencial e relacional rankianos. Rogers se transformou com essas leituras e sempre creditou Rank por haver moldado profundamente a terapia "centrada no cliente" e toda a profissão de counselling. "Eu me contaminei com as idéias de Rank," disse Rogers (Rank, 1996, p.263 - do original)
Carl Rogers: 1902-1987
O escritor Paul Goodman, que foi co-fundador com Fritz Perls do método da Gestalt de psicoterapia, um dos mais populares no mundo atualmente, e um que usa o modelo aqui-e-agora de Rank no seu trabalho, descreveu as idéias pós-freudianas de Rank sobre arte e criatividade como "acima dos elogios (beyond praise)" em Gestalt Terapia. (Perls, Goodman and Hefferline, 1951, p.395 do original).
Paul Goodman: 1911-1972
Fritz Perls: 1893- 1970

Em 1974, o sociólogo Ernest Becker ganhou o prêmio Pulitzer por "The Denial of Death"(A Negação da Morte) (1973), que se baseou nos escritos pós-freudianos de Rank, especialmente "Will Therapy"(Terapia da Vontade) (1929-31), "Psychology of the Soul"(Psicologia da Alma) (1930) e "Art and Artist"(Arte e Artista) (1932).

Ernest Becker: 1924-1974

O padre e teólogo americano Mathew Fox, fundador da Creation Spirituality e Wisdom University, considera Rank como um dos mais importantes psicólogos do século 20. Veja, especialmente, o livro dele, Creativity:Where the Divine and the Human Meet (Jeremy P.Tarcher,2002), paperback: ISBN 1-58542-329-7.
Stanislav Grof: 1931

Stanislav Grof, um dos fundadores da psicologia transpessoal, baseou muito do seu trabalho em psicologia pré-natal e perinatal no "Trauma do Nascimento" de Rank.Hoje, Rank pode ser visto como um grande pioneiro nos campos da psicologia humanista, psicoterapia existencial, terapia Gestalt e psicologia transpessoal.


Stanislav Grof - Sobre o trauma do nascimento de Otto Rank
(Fonte: Grof, Stanislav - Além do Cérebro: nascimento, morte e transcendência em psicoterapia, SP: McGraw Hill, 1987 - páginas 127 a 129 - O mundo da psicoterapia)

"Com relação ao trauma do nascimento, Freud foi o primeiro, na psicologia, a chamar a atenção para a possibilidade de que pudesse ser o protótipo e fonte de todas as ansiedades futuras."
"Enquanto Freud enfatizava as extremas dificuldades psicológicas do processo como fonte de ansiedade, Rank relacionava a ansiedade com a separação do útero materno como se fosse a separação de uma situação paradisíaca, de gratificação incondicional e livre de esforços."
"O conflito central do homem consiste no desejo de retornar ao útero e no medo deste desejo. Como resultado, qualquer mudança de uma situação agradável para uma desagradável produzirá sentimentos de ansiedade."
"A teoria de Rank acentua o elemento de separação da mãe e a perda do ventre materno como os aspectos traumáticos essenciais do nascimento. Para ele, o trauma é ser a situação pós-natal bem menos favorável que a pré-natal. Fora do ventre, a criança encara irregularidade de alimentação, ausência da mãe, oscilações de temperatura e altos ruídos. Ela deve respirar, engolir alimento e expelir matéria supérflua."
"O nascimento não é traumático apenas porque a criança se transfere de uma situação paradisíaca no ventre para condições adversas no mundo exterior; a própria passagem através do canal cervical impõe sofrimento e enorme tensão emocional e física."
"A maioria das condições psicopatológicas tem raízes na dinâmica da MPB II e MPB III, que refletem experiências sofridas durante o tempo intermediário entre o tranquilo estado intra-uterino e a existência pós-natal no mundo exterior. No processo de reviver e integrar o trauma do nascimento, o indivíduo pode estar lutando por um retorno ao ventre ou, inversamente, pela conclusão do nascimento e saída fora do canal cervical, dependendo do estágio perinatal. A tendência para exteriorizar e descarregar as sensações reprimidas e as energias geradas durante a luta pelo nascimento representa uma profunda força motivadora para um amplo espectro de comportamentos humanos. Isso é especialmente verdadeiro quando se trata de agressão e sadomasoquismo, duas condições para as quais a interpretação de Rank era particularmente inconvincente. Além disso, como aconteceu com Freud, Adler e Reich - , escapa a Rank uma genuína compreensão dos campos transpessoais."