Google+ Transpessoal e Fenomenologia Existencial: 16 de jul. de 2010

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Qual Tempo Você Segue?

Parece ser tão fácil e tão óbvio perder-se na correria do dia-a-dia, que só quando nos sentimos cansados ou ficamos doentes, esse ritmo acelerado se mostra pouco favorável para a nossa integridade física e emocional.

As férias estão aí, e o seu ritmo continua o mesmo: "Para onde vamos agora? O que temos que fazer hoje?"

Muitas vezes podemos sentir que ainda não chegamos onde deveríamos estar, que o tempo está passando e não conseguimos acompanha-lo bem. Cumprimos uma lista de atividades pendentes, e logo aparecem outras, em pouco tempo. Certas coisas se repetem todos os dias, todo mês, a cada semestre.

É importante nos perguntarmos sobre o motivo (por quê) e o sentido (para quê) de nosso ritmo acelerado, de nossa correria. Será realmente necessário correr o tempo todo? Quem sabe ao correr não estamos fugindo de algo ou alguém? Podemos estar fugindo de nós mesmos, de alguma verdade a nosso respeito, de responsabilidades conosco? Ou estamos correndo atrás de alguma coisa ?

Se estamos correndo por causa do mundo que nos exige isso, estamos condicionados pela pressa e pela falta de tempo. Correr não é um problema. Quando só fazemos isso, e tudo é realizado correndo, mesmo quando não existe uma demanda real, então é só uma questão de tempo, vamos ser obrigados a parar. E depois, recomeçar com um novo ritmo, talvez, mais adequado.

Como é o seu ritmo? É rápido, calmo, na maioria das vezes tem pressa, ou é devagar? Você costuma planejar todos os passos do que vai fazer, ou deixa as coisas seguirem o seu curso? Precisa controlar muitas coisas? São perguntas que ajudam a saber um pouco sobre o seu ritmo de lidar com as coisas.

Conseguimos fazer tudo que precisava naquele dia, ou só uma parte ? Será que não estamos nos iludindo, achando que temos tanta organização assim?

Podemos ter uma exigência grande demais, mais do que podemos. Queremos mostrar aos outros (ou a nós mesmos) que somos capazes de fazer milhares de coisas num mesmo dia, mesmo que isso sacrifique a nossa saúde.

Outra coisa que ajuda, é dar-se conta da velocidade e da quantidade de pensamentos durante o dia. Nossa mente é muito rápida, tem a velocidade da luz, nossa imaginação ultrapassa barreiras. Ficar ligado só na nossa cabeça, nos pensamentos, imaginação, só é bom até certo ponto. Deixando o corpo parado ou mal treinado é um risco, e não reconhecendo os limites físicos, não sabemos quando é hora de parar ou desacelerar.

Muita gente vive numa dualidade, onde ora a mente predomina, ora o corpo predomina. Fica complicado, o corpo faz parte de nós, tem uma sabedoria, não está errado ou atrasado. Ele exige atenção e cuidados, respeito e carinho do proprietário. Ele não é igual à mente, que já está a mil quilômetros de distância dele, ou no momento seguinte dali.

A questão principal é focar a atenção, a consciência, no momento presente, pois é aqui que nos encontramos. No presente temos a pressa, a antecipação do futuro, o coração acelerado, a respiração tensa e curta, as unhas roídas, a preocupação e exigência de nós mesmos.

Consciência do próprio corpo, e não apenas trabalhar o corpo, é o que conta. Não é simplesmente fazer ginástica, trabalhar os músculos, pedalar na ergométrica enquanto lemos o jornal. É preciso usar a percepção que temos de nós mesmos para incluir o corpo, conhecer o seu ritmo, as suas capacidades, os seus limites, o que ele quer nos mostrar. A psicoterapia pode ajudar a fazer essa integração dos sentimentos e sensações físicas à consciência, ela é um caminho. A meditação, buscar relações e interesses novos, ir contra os condicionamentos, evitando seguir sempre o mesmo “caminho” conhecido, entre outras práticas, podem ser bem úteis para que estejamos mais presentes no aqui-agora.

Podemos reconhecer que as situações onde estamos são abertas às nossas escolhas, em todos os momentos, e não somos meros espectadores da vida, nem escravos de uma vida homogênea e estática.